Ao incluir o governador Flávio Dino como último governador da era compreendida por “Grupo Sarney”, ex-deputado reconhece os avanços econômicos e estruturais deste período, mas diz que é preciso iniciar nova época, em que a riqueza do Maranhão seja distribuída aos maranhenses
Análise histórica
O ex-deputado Ricardo Murad divulgou em suas redes sociais, no fim de semana, importante relato histórico dos últimos 60 anos de vida política no Maranhão.
Para ele, o período entendido como de mando do chamado Grupo Sarney – no qual o ex-secretário inclui também o governador Flávio Dino (PSB) como último representante – teve seus avanços significativos nos campos estruturais e econômicos, elevando o PIB do Maranhão para a 17ª posição no país; mas é preciso avançar mais, distribuindo a riqueza aos maranhenses.
– Não queremos mais enriquecer o estado, queremos enriquecer os maranhenses. Essa é a questão central das eleições. Mudar o sistema para dar vez ao povo – disse Murad.
Secretário de Saúde entre 2009 e 2014, Ricardo Murad foi responsável pela implantação do maior programa na área já visto na história do Maranhão; além de implantar hospitais em todas as regiões, o programa valorizou profissionais de saúde e deu atendimento digno aos cidadãos. (Relembre aqui, aqui, aqui, aqui, e também aqui).
É com esta autoridade que o ex-secretário faz a análise histórica, reconhecendo avanços, mas apontando para o futuro.
– Vitorino Freire reinou absoluto até 1965 quando Sarney se elegeu governador. Com Sarney iniciou-se um novo tempo. São 57 anos de um sistema com grandes resultados macroeconômicos, mas que falhou em resolver o principal problema, a pobreza. É necessário acabar com a crescente concentração de renda e o aumento de pobres – prega Murad, para quem o governador Flávio Dino (PSB) é o último representante do ´período sarneysista.
Ricardo Murad aponta que este período trouxe também anomalias políticas, como a compra de mandatos eletivos e a manutenção de privilégios de poderosos, paradigmas que precisam ser quebrados
– Não será fácil porque significará o fim do poder e dos privilégios daqueles que se aproveitam das fragilidades dos eleitores para manter seus mandatos. Ficou fácil obter um mandato, basta ter poder e dinheiro – desabafa.
O ex-deputado e ex-secretário alerta o eleitor para fiar atento sobre qual dos pré-candidatos a governador apresenta condições de iniciar um novo ciclo, “tal qual Sarney em 1965”.
– Essa é a questão central das eleições. Mudar o sistema para dar vez ao povo – pregou Murad, que deixa claro ainda não ver luz no fim do túnel.
– É o desafio que enfrentaremos para mudar o ciclo no dia 2 de outubro. Com quem? Eu ainda não tenho ideia – conclui o ex-parlamentar.