Ao contrário do que interpretações da mídia passaram nesta sexta-feira, 21, os canhões do Palácio do Leões são disparados não contra Flávio Dino, mas contra Othelino Neto, que responde na mesma moeda

ACABOU-SE O QUE ERA DOCE. Guerra aberta entre Brandão e Othelino põe fim à existência do que se convencionou chamar “grupo de Flávio Dino”

Análise da Notícia

A mídia digital maranhense repercutiu nesta sexta-feira, 21, matéria da revista Veja que fala do aumento da tensão entre os grupos do governador Carlos Brandão (PSB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino pelo poder no Maranhão; a narrativa nem é nova, já foi tratada inúmeras vezes na própria mídia maranhense – este blog Marco Aurélio d’Eça incluído – mas chegou em um momento de definições. (Entenda aqui)

• na semana que passou, Brandão disse ao mundo – ainda que de forma subliminar – que o seu candidato ao governo é o sobrinho, Orleans Brandão (MDB);
• na mesma semana, o Supremo Tribunal Federal iniciou votação que pode por fim definitivo ao nepotismo no país, incluindo os chamados cargos políticos.

Ocorre que a guerra narrada por Veja não se dá contra o ministro do STF, mas contra um de seus principais aliados, o deputado estadual Othelino Neto (Solidariedade), principal pedra no sapato do governo Brandão; além da matéria principal de Veja, há uma outra, específica contra Othelino, com as digitais do Palácio dos Leões quase explodindo em cores neon.

“Em setembro do ano passado, o deputado concorreu à presidência da Alemanha, em uma disputa concorridíssima, que terminou empatada – 21 votos para ele, 21 para Iracema. Sendo mais novo que o adversário, ficou de fora do cargo, conforme determinado o regimento interno da Casa, que agora é contestado na suprema corte. O episódio fez as desavenças escalarem, até que um aliado de Brandão apresentou um pedido de cassação de Othelino, alegando quebra de decoro por atos do passado.”, é o que traça Veja sobre Othelino.

• a matéria desapareceu do site da revista no mesmo dia – ou foi bloqueada, sabe-se lá – mas foi replicada por blogs intrinsecamente vinculados ao governo Brandão; (Leia aqui)
• a resposta de Othelino Neto surgiu no mesmo dia, com uma nova ação do Solidariedade pedindo a quebra de sigilo do ex-presidente da Emap, Gilberto Lins Neto.

Lins é um dos parentes de Brandão que foram obrigados a deixar o governo por nepotismo, em decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes.

“Ele deveria estar afastado de suas atividades após a exoneração determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, em outubro do ano passado, que mirou diversos alvos em cargos de chefia no Governo do Estado. Porém, segundo a ação, o baiano continua “mandando chover” na autarquia que comanda o poderoso Porto do Itaqui”, diz o blog Marrapá, que publicou a notícia sobre a ação do partido de Othelino. (Leia aqui)

Não há dúvidas de que as relações entre o grupo de Carlos Brandão e do ministro Flávio Dino chegaram ao fim; e chegaram de forma ruidosa, em clima de guerra aberta.

Mas os atores principais neste momento são estes…