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Caso Fagner: polícia vai periciar mais de 80 armas…

Imagens mostram que não foram apenas o cabos presos que atiraram na desocupação de área no Turu; e policiais de vários batalhões estavam usando armas letais durante a operação

 

Ocupantes durante a operação da PM: clima de terror

Ocupantes durante a operação da PM: clima de terror

A Polícia Civil já solicitou ao comando da Polícia Militar a apreensão de mais de 80 armas dos homens que participaram da desocupação de uma área no Turu, no dia 13 de agosto, operação que resultou na morte do jovem Fagner Barros, com um tiro na testa.

A perícia realizada nas cinco armas dos principais suspeitos deram negativo, mas o delegado  Guilherme Sousa insiste na tese de culpa dos cabos Janilson Santos e Marcelo Monteiro, baseado no depoimento do major Anderson, comandante da operação.

Mas o próprio major informou em seu depoimento qu comandada 84 homens na operação, todos com armas letais. E as imagens já de posse da polícia mostra que vários grupos atiraram naquele dia.

São homens do 8º Batalhão, do 6º Batalhão, da USC da Vila Luizão – onde Janilson Santos prestava serviço naquele dia, quando foi deslocado para a área – além da Cavalaria, do serviço motorizado e do Batalhão de Choque, único a usar amas não letais.

A perícia deve durar meses, razão pela qual o delegado deve pedir a prorrogação do inquérito.

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A pá de cal na CPI da Saúde…

Ao nomear presidente um deputado que responde a processo por irregularidades exatamente no setor que pretende investigar, Assembleia mostra que não tem interesse na comissão

Levy com Furtado, os inventores da CPI: sem legitimidade

Levy com Furtado, os inventores da CPI: sem legitimidade

Se o governo Flávio Dino (PCdoB) queria usar a CPI da Saúde na Assembleia Legislativa para intimidar adversários, ele perdeu as condições nesta quinta-feira, 6, quando o deputado Levy Pontes foi nomeado presidente.

Como todo parlamentar, Levy estaria apto a comandar a comissão, não fosse um pequeno detalhe: ele é processado pelo Ministério Público por desvios exatamente na Saúde. (Leia aqui)

Ele pode ser inocente no caso, mas é incoerente que um investigado por algo comande um processo de investigação neste mesmo algo.

E desta forma, a CPI da Saúde virou apenas uma piada.

Uma mera piada…

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Agiotagem: só cortina de fumaça…

Editorial

A prisão de empresários e prefeitos ligados à agiotagem, hoje, no Maranhão, foi mais uma etapa das operações da polícia que, parecem programadas para atingir apenas adversários do governo Flávio Dino (PCdoB).

E é por isso que, tanto esta quanto a primeira – que levou para a cadeia o empresário Eduardo Barros, o Imperador – são vistas pelo blog como meras cortinas de fumaça para encobrir problemas na gestão da “mudança”.

E por tal desconfiança ignoradas no noticiário desta página.

A operação de hoje pode ter o condão de abafar problemas bem maiores, mais graves do ponto de vista social, e que ao governo interessa serem jogados para debaixo do tapete.

São ações típicas de “gabinetes de crise” de “guerra de guerrilha”, em que uma ação positiva – em um estado aparelhado ideologicamente – tem o objetivo de encobrir casos negativos.

Casos como a execução do presidente da Câmara de Santa Luzia, filiado ao próprio PCdoB do governador, sinal de que a pistolagem volta a agir com força no “governo da mudança”.

Casos como a morte do estudante Rondinely Ferreira, vítima de um assalto a ônibus, que também parecem ter retornado com força no “governo da mudança”.

Casos como a fuga de menores infratores de um centro de reabilitação no Turu, sinais de que o “governo da mudança” não consegue operar o sistema.

E casos como as mortes em série no Hospital de Coroatá, negadas pelo “governo da mudança” e agora confirmadas em relatório funcional do próprio hospital.

Repetição

E a ação de hoje parece seguir uma orientação orientação política, da mesma forma que parece ter ocorrido na ação do final de março.

Naquela época, o governo sofria desgaste pela fraude descoberta em um projeto de lei, no qual Dino tentou alterar a situação dos oficiais da polícia Militar enxertando em uma Medida Provisória artigo sobre outro assunto.

Flávio Dino também sofria desgaste pelo reajuste da passagem de ônibus em São Luís, que atingia seu principal afilhado político, o prefeito Edivaldo Júnior (PTC).

Na época, a prisão dos agiotas tiraram de foco os temas polêmicos, exatamente como ocorre agora.

Este blog sempre defendeu a investigação séria e rigorosa contra a agiotagem no Maranhão – contra todos os agiotas, não apenas aqueles apontados a dedo.

Mas não aceita que o tema seja usado de forma política para atender a interesses do “governo da mudança”…

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A excelente perícia da polícia…

Apesar das críticas pontuais, aqui e ali, a alguns procedimentos da operação que levou à cadeia os envolvidos no assassinato do jornalista Décio Sá, há de se reconhecer o excelente trabalho realizado pela polícia maranhense.

Engana-se quem acha que a comissão que investiga o caso trabalhe apenas baseada em depoimentos.

A oitiva de testemunhas e acusados é apenas uma parte do inquérito – uma pequena parte, diga-se de passagem.

O trabalho se baseia, sobretudo, em provas materiais, documentos, dados da perícia, que formam um conjunto “robusto” como declarou a delegada-geral Cristina Menezes.

Nesta ação, ressalte-se também a ação da polícia técnica.

É a partir da perícia destes profissionais que se desfazem eventuais dúvidas ou choques de informação entre depoimentos e provas materiais.

Com base neste farto material técnico é que a equipe comandada pelo secretário Aluísio Mendes tem convicção na elucidação do crime e na participação de cada um dos suspeitos –  Estejam ou não presos.

Material que será fundamental na fase do processo.

E que fatalmente levará à condenação dos culpados…

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Caso Décio: se ninguém falar, a polícia também ignora…

Décio: assassinado em 23 de abril

Há mais de uma semana nenhuma informação oficial surge em relação ao assassinato do jornalista Décio Sá.

E se este blog nada fala, a polícia também faz de conta que não é com ela, já que boa parte da imprensa decidiu seguir sua determinação de sigilo.

Nem as audiências com as testemunhas, que estavam sendo repetidas uma a uma, continuaram.

Este blog apurou que muitos dos que seriam ouvidos simplesmente foram dispensados, “para outra data”.

No “cascavilhamento” diário de informações que este blog promove, apurou que tudo continua em banho-maria.

Uma coisa aqui outra ali, uma checagem de informação a mais… e só.

Nada que se possa, pelo menos, acreditar que de se estar no caminho certo.

O silêncio é o maior adversário da elucidação do caso…

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O acaso como tática de investigação

Nas quase dez vezes em que o titular deste blog esteve com os delegados que investigam a morte do jornalista Décio Sá, ocorrido em 23 de abril, uma palavra sempre saltava nas conversas, como marca registrada da elucidação de crimes nos últimos anos no estado.

O acaso resultou em prisões importantes e descoberta de culpados por crimes de ampla repercussão.

Foram desde mulheres espancadas por bandidos, que, revoltadas, resolveram denunciar o companheiro, até conversas de bares que acabaram revelando indícios checados e confirmados mais tarde.

O fator acaso é tão forte, que um dos policiais não se constrange em dizer que, no Maranhão, a elucidação de crimes de pistolagem requer 20% de técnica e 80% de sorte.

No assassinato de Décio Sá, o acaso parece, mais uma vez, nortear as investigações.

A prisão dos dois supostos suspeitos – um deles já solto – foi resultado deste acaso: a partir de um e-mail fantasioso encaminhado por jornalistas, a polícia determinou a prisão de Fábio Roberto e Valdêmio Silva.

Por acaso, descobriu-se depois que Fábio Roberto era procurado por outros crimes, por isso permaneceu preso.

A aposta no acaso também envolve as denúncias do Disque-Denúncia, serviço privado de auxílio à polícia.

– Vá que apareça alguém que diga uma coisa com sentido?!? –  justificam os investigadores.

E o acaso se prevalece também da falta de estrutura.

Os policiais reclamam, por exemplo, que a polícia não tem autorização do Estado sequer para acessar contas de Facebook, Orkut e Twitter. Até alguns blogs são bloqueados no sistema da Segup.

– Para pesquisar uma pasta de Facebook, por exemplo, precisamos ir à lan houses. Foi assim que elucidamos vários crimes – conta um dos delegados.

Um exemplo de crime elucidado assim foi o que envolveu Thiago de Sousa e Vanessa Matos, dois filhinhos-de-papai envolvidos na morte da advogada Geysa Rocha Pires.

– Eles caíram por que, viciados no Facebook, facilitaram a descoberta do paradeiro – contra outro delegado.

A morte de Décio Sá parece caminhar para o esquecimento.

Quem sabe um dia não apareça alguém na delegacia disposto a falar? Ou, quem sabe, uma investigação de outro caso esbarre em alguém que tenha a falar sobre o crime?

É o  acaso fazendo a sua parte.

É a esperança da polícia maranhense…

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Retrato falado de bandido repercute na Internet…

A imagem eletrônica do assassino

Ganhou forte repercussão nas redes sociais o retrato falado do suposto assassino do jornalista Décio Sá.

Imediatamente após a divulgação pela polícia, a imagem estava em milhares de perfis no Facebook e no Twitter, além de blogs em São Luís, no interior maranhense e em todo o país.

Uma prova de que este blog estava certo quando – voz solitária – resolveu cobrar a divulgação do retrato falado, pronto desde o 4° dia após o assassinato.

Este blog se mantém com a mesma linha crítica em relação à postura da polícia. E mantém a decisão de publicar tudo o que chegar a ele e for divulgável.

E não tem dúvida de que, tudo o que publica, longe de atrapalhar, estão ajudando nas investigações.

Como a cobrança pelo retrato-falado.

Simples assim…

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O “afunilamento” da linha de investigação no caso Décio…

 

Décio Sá: assassinato em abril

A polícia já sabe que uma casa foi alugada na periferia de São Luís para abrigar dois homens que viriam de fora do Maranhão para “um serviço na capital maranhense”.

A polícia vincula uma denúncia do blog de Décio Sá, feita ainda em 2009, a uma outra, do mesmo blog, feita em fevereiro deste ano.

E as duas denúncias têm a ver com a casa alugada na periferia de São Luís.

A polícia sabe de tudo.

Só resta agir…

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Caso Décio Sá: 30 dias. E nada…

Há um mês, o jornalista Décio Sá era brutalmente assassinado com seis tiros de pistola “ponto 40”, no Restaurante Estrela do Mar, na Avenida Litorânea.

O balanço das investigações nestes 30 dias mostram que a polícia pouco avançou no caso – ou esconde informações relevantes à população.

Há dois suspeitos presos, cerca de 100 testemunhas ouvidas, 38 mil registros de ligações catalogadas, um retrato falado não divulgado do assassino… e só.

Alegando proteção às testemunhas, o secretário Aluísio Mendes determinou o sigilo das investigações quatro dias depois do assassinato.

Mais o que se escuta nos bastidores é que não houve qualquer avanço em relação ao que já se sabia antes do sigilo.

Parece não haver nenhuma linha-mestra de investigação, nenhum rumo seguido pela polícia e nenhum grupo de suspeitos catalogados – de mandantes a assassinos.

“Afunilamento” ou “estreitamento” das linhas de investigação são apenas termos do jargão policial para dizer exatamente nada.

O dossiê do caso Décio Sá é um calhamaço de depoimentos, sem nenhuma prova física, sem impressões digitais ou confissões que garantam a instrução de um processo penal confiável.

Para seguir com o caso, a Segup decretou ontem a prorrogação das investigações.

Mas será necessário outra providência: pedir a prorrogação da prisão dos suspeitos.

Mas, a menos que eles tenham relação com o “afunilamento” das investigações, a polícia não terá elementos argumentativos para mantê-los atrás das grades.

E, assim, a elucidação do assassinato torna-se ainda mais difícil…

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Não dá pra desconfiar??? Segurança ignora comissão da Câmara que veio investigar caso Décio…

Deputados reunidos com membros da OAB

A cúpula do Sistema de Segurança Pública tem se incomodado com a sequência de críticas ao desempenho desastrado da polícia na investigação do assassinato do jornalista Décio Sá.

Mas a própria Segurança não faz por onde.

Além de ver tudo com os olhos da politiquice, a Segurança parece querer esconder algo da sociedade no caso investigado.

Afinal, que desculpa têm para não receber a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal que veio ao Maranhão para saber a quantas anda a investigação do caso?

A comissão – formada pelo maranhense Domingos Dutra (PT) e pelos deputados Érika Kokay (PT-DF) e Severino Ninho (PSB-PE) – reuniu-se com representantes da OAB.

E apontaram algumas falhas da polícia, que na avaliação dos parlamentares, geram suspeitas sobre o interesse em elucidar o caso.

Os deputados questionam o fato de a cúpula da Segurança não ter solicitado à Polícia Rodoviária Federal, Capitania dos Portos e Infraero o fechamento das rotas de fuga via terrestre, marítima e aérea, no dia do crime;

Também não solicitaram apoio técnico à Polícia Federal para as investigações, aceitando apenas uma colaboração pontual.

Tampouco divulgaram o retrato falado do executor, mesmo após 18 dias do ocorrido, o que enfraquece a participação da sociedade.

Somadas a todas as trapalhadas em série já publicadas, desde o início das investigações, estes erros respaldam a afirmação deste blog.

A de que a polícia ainda bate-cabeça no caso Décio…