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Assembleia de Deus usa dois pesos e duas medidas na eleição

Igreja que repudiou publicamente o apoio da senadora Eliziane Gama ao ex-presidente Lula é a mesma que fez vista grossa à presença do pastor José Coutinho no programa do comunista Flávio Dino, principal apoiador do petista no Maranhão

 

Sob a vista grossa da Assembleia de Deus, pastor Coutinho foi ao horário eleitoral pedir voto no principal apoiador de Lula no Maranhão

Análise da notícia

As manifestações públicas do comando da igreja Assembleia de Deus no Maranhão expõem cada vez mais o jogo de interesses que marca o posicionamento político dos líderes evangélicos no Maranhão.

A Convenção das Igrejas Assembleias de Deus no Maranhão (Ceadema), entidade que comanda o pentecostalismo no estado, emitiu esta semana “Nota de Repúdio” à senadora Eliziane Gama (Cidadania), que declarou apoio ao ex-presidente Lula (PT).

Mas a mesma Ceadema calou-se diante da presença do seu presidente de honra, pastor José Guimarães Coutinho, no programa do comunista Flávio Dino (PSB), principal apoiador de Lula no Maranhão.

– Hoje, o doutor Flávio Dino é candidato ao Senado; e merece, indiscutivelmente, o voto do estado do Maranhão – disse Coutinho, no vídeo apresentado no programa do comunista.

Não é de hoje que o pastor Coutinho apoia Flávio Dino; teve até filho nomeado capelão no govern0o comunista. Mas isso a Ceadema não vê

Ora, se Flávio Dino comunga dos mesmos ideais de Lula, e deve, inclusive, vir a ser ministro o líder de um eventual governo petista, por que pastor Coutinho pode apoiá-lo, mas Eliziane não pode apoiar Lula?

A postura dos pastores da Assembleia de Deus só reflete o jogo de interesses por poder que marca a participação evangélica na política, desde o surgimento de Bolsonaro (PL).

Postura que só mancha, cada vez mais, a própria igreja…

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Coisas que se repetem em Paço do Lumiar…

Bia: o preço de enfrentar o establishment...

...o mesmo pago por Mábenes Fonseca

A situação da prefeita de Paço do Lumiar, Bia Venâncio (PDT), não é inédita no município.

Aliás, se repete cheia de coincidências. A situação da prefeita é a mesma vivida há oito anos pelo então pedetista Mábenes Fonsêca.

Bia, como Mábenes, foi eleita no enfrentamento a um status quo, um establishment de Paço do Lumiar – contra tudo e contra todos.

Difícil é governar numa situação destas.

Há pressão de todos os lados – ameaças, chantagens e o jogo bruto transformando em escândalo as situações mais corriqueiras em nome da manutenção dos “sócios do poder”.

No início dos anos 2000, Mábenes Fonseca pagou o preço de se apresentar como outra via no município.

As circunstâncias foram se construindo a ponto de tornar fato consumado sua cassação – garantindo a posse ao então vice e  impedindo o seu retorno ao cargo.

A história se repete com os mesmos ingredientes.

O afastamento da prefeita Bia Venâncio foi construído de tal forma a impedir que ela possa retornar ao cargo. Para isso, se mobiliza tudo – imprensa, Câmara Municipal, Assembléia Legislativa e até setores do Judiciário.

Exatamente  o que acontece a todos que resolvem se opor ao establishment.

Coisas do Maranhão…