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O papel do jornal…

De O EstadoMaranhão

Ao tomar conhecimento da maneira como O Estado foi obrigado a conceder direito de resposta ao governo estadual, no caso das mortes no hospital de Coroatá, mesmo já tendo publicado posicionamento oficial da SES, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) se manifestou sobre o assunto:

É lamentável a decisão judicial ocorrida neste caso. O direito de resposta é preceito constitucional, mas deve ser justificado. Na mesma edição em que veiculou a notícia, o Estado do Maranhão publicou nota oficial do governo, com sua versão do fato. Foi portanto, uma decisão judicial contrária à liberdade de imprensa”.

A nota é assinada por Ricardo Pedreira, diretor Executivo da ANJ.

Coincidentemente, no dia em que publicou o “direito de resposta” (13 de maio), O Estado veiculou um anúncio de abrangência nacional assinado pela ANJ, para ressaltar a importância dos jornais na construção de uma sociedade livre.

O anúncio de página inteira estampava a seguinte frase, de Thomas Jefferson, um dos maiores icônicos presidentes que os Estados Unidos já tiveram: “Eu prefiro um país sem governo e com jornal a um país com governo e sem jornal”.

A ANJ arrematou o conteúdo publicitário com um slogan estrategicamente pensado para a data da publicação, Dia da Abolição da Escravatura:

No mundo inteiro os jornais lutam para que as pessoas não sejam escravas de ninguém”.

Ao impor a O Estado uma publicação injusta de direito de resposta, o juiz do caso acabou por propiciar uma situação perfeita de confronto entre o cerceamento da liberdade de imprensa e o grito da ANJ em defesa da livre informação.

No rodapé do anúncio, uma última frase, para reflexão de todos: “No papel ou no digital, nada substitui o papel do jornal”.

Esse é o espírito…

Publicado na coluna EstadoMaior, edição de 16/05/2015
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Polícia libera “suspeito” do caso Décio Sá…

Décio Sá: solução cada vez mais distante...

A polícia soltou, desde a semana passada, Valdêmio José da Silva, que havia sido preso um dia depois do asassinato do jornalista Décio Sá.

Pelo que apurou o blog, não houve contra o suspeito qualquer prova que justificasse a manutenção de sua prisão temporária.

Valdêmio José foi preso juntamente com Fábio Roberto Cavalcante Lima, exatamente um dia depois da morte de Décio Sá.

Para prendê-los, a polícia baseou-se unicamente em um e-mail encaminhado a alguns veículos de comunicação – e repassados ao secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes – com ilações sobre a ligação dos dois homens com o crime.

Ilações que, ao longo do primeiro mês de morte de Décio Sá, se mostraram absolutamente frágeis.

Este blog já havia anunciado a soltura de um dos presos do caso Décio desde a semana em que o crime completaria 30 dias.

Não havia consistência na manutenção da prisão. (Releia aqui)

O outro suspeito permaneceu preso apenas pelo fato de haver acusações de outros crimes contra ele – inclusive com pedidos de prisão.

Com a soltura, o caso volta à estaca zero das investigações…

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Brasil ocupa 99ª posição no ranking da liberdade de imprensa…

Do IG

O Brasil perdeu 41 posições no ranking da liberdade de imprensa 2011-2012 conforme classificação divulgada pela ONG Repórteres sem Fronteiras.

O Brasil agora ocupa a 99ª colocação.

Somente no ano passado, foram registrados cinco assassinatos envolvendo jornalistas em todo o Brasil: um em Pernambuco, outro no Rio Grande do Norte, um no Amazonas e dois no Rio de Janeiro.

Um deles envolvendo o cinegrafista da Band, Gelson Domingos Silva, durante uma cobertura de uma operação da Polícia no Rio de Janeiro.

Segundo a ONG, ainda não houve condenação dos envolvidos nos assassinatos. Na América do Sul, o Paraguai também teve uma queda acentuada de posições. Foram 26 postos a menos no ranking 2011-2012.

 – Tanto no Norte e Nordeste brasileiros como nas regiões de fronteira paraguaias a corrupção local, as atividades do crime organizado e as agressões ambientais se assumem como temas perigosos quer para os jornalistas quer para os blogueiros – informou o comunicado da ONG.