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Deputada quer sessão “cheia de machos” no Dia da Família

Objetivo da evangélica e conservadora Mical Damasceno – que declarou ter tido a ideia por inspiração divina – é marcar a comemoração mostrando para a sociedade que “o homem é o cabeça da família”

 

Deputada Mical Damasceno manifestou sua crença religiosa mais uma vez na tribuna da Assembleia defendo o homem como cabeça da família

Em mais um discurso ideológico e religioso na tribuna da Assembleia Legislativa, a deputada estadual Mical Damasceno (PSD) propôs nesta quarta-feira, 17, uma sessão plenária apenas com homens no dia 15 de maio, quando se comemora o Dia da Família.

O objetivo, segundo ela,  Mical Damasceno (PSD) “é mostrar para a sociedade quem é o cabeça da família”.

– Nós vamos encher esse plenário no dia 15 de maio de macho. A mulher tem que entender que ela deve submissão ao marido, doa a quem doer, porque as feministas defendem que tem esse direito de igualdade, elas querem estar sempre numa guerra contra o homem; e a senhora como católica praticante a senhora sabe que quem é o cabeça da família é o homem, assim como Cristo é o cabeça da igreja – pregou Mical.

A parlamentar revelou que recebeu inspiração divina para esta ideia quando refletia sobre a data comemorativa.

– Veio uma ideia em meu coração que eu acredito que seja divina, pra dizer que ele [o homem] representa esta instituição, a primeira instituição criada por Deus” – frisou a parlamentar.

Não houve manifestações contra ou a favor da deputada…

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Corpo de Bombeiros tem, pela primeira vez, uma mulher na disputa por vaga de coronel…

Promoção ocorrerá na próxima segunda-feira, 21, e apenas uma tenente-coronel feminina concorre – pelo critério de merecimento – a uma das três vagas abertas, contra 22 oficiais masculinos; outras oito mulheres disputam com 21 homens as quatro vagas de tenente-coronel disponíveis na mesma data

 

Militares femininas do Corpo de Bombeiros reunidas em homenagem da tropa; quem sabe um dia uma delas não esteja no comando da corporação?!?

O Corpo de Bombeiros Militar pode ter, a partir desta segunda-feira, 21, a primeira mulher coronel da história da corporação.

Na lista de oficiais aptos às três vagas abertas apenas uma mulher concorre com nada menos que 22 tenentes-coronéis do sexo masculino; a vaga é por merecimento, o que significa critério subjetivo na escolha.

O CBMMA nunca teve uma militar feminina em seu quadro de coronéis.

Atualmente, apenas duas mulheres compõem o quadro de tenentes-coronéis; na lista de promoções da próxima segunda-feira, 21, há oito majores FEM concorrendo com 21 homens a quatro vagas de TC, duas por merecimento e duas por antiguidade. 

Na Polícia Militar – que também realiza promoções de oficiais e praças nesta segunda-feira, 21 – a primeira coronel feminina foi Inalda Pereira da Silva, em 1995; depois dela, apenas Maria Augusta Andrade chegou ao mesmo posto, e apenas 12 anos mais tarde, em 2017. (Conheça a história aqui)

Apesar de completar 187 anos na próxima quarta-feira, 23, a PMMA só passou a receber mulheres em seus quadros a partir de 1982.

O machismo é ainda tão preponderante no militarismo que a Academia Militar de Agulhas Negras (Amam), formadora dos oficiais do Exército, só teve a primeira turma com participação de mulheres em 2021, 210 anos após sua fundação. 

Este assunto foi, inclusive, tema do blog Marco Aurélio d’Eça, em 2020, em crítica à patrulha contra policiais femininas que faziam vídeo no tiktok, no post com título “A postura medieval da Polícia Militar”.

Seria bom que mulheres já estivessem há muito tempo nos quadros de forças armadas e suas auxiliares, mas diante do machismo ainda arraigado na sociedade, é preciso algum tipo de pressão para que “cotas” sejam estabelecidas.

Talvez em ano de Copa do Mundo feminina ou mesmo seguindo o exemplo do governador Carlos Brandão (PSB), que homenageou as mulheres com Iracema Vale sendo a primeira mulher presidente da Assembleia, possa-se ver mulheres no alto oficialato das forças militares do estado.

E quem sabe, no futuro, uma primeira comandante feminina?!?

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Imagem do dia: Marcos do Val debocha de Flávio Dino com postagem hetero-top, mas pode ter quebrado o decoro

Senador divulga em suas redes sociais fotos suas ao lado das do ministro da Justiça, ambos de sunga, com mensagens subliminares com claro apelo sexual, machista e sexista, o que afronta a postura exigida de um representante do Senado Federal

 

A postagem lacração do tipo hetero-top-cis-alfa de Marcos do Val; colegial perde…

O senador  Marcos do Val (Podemos-ES) tentou nesta quinta-feira, 1º, fazer mais uma gracinha com o ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) – de quem é desafeto – mas pode ter ultrapassado os limites do decoro parlamentar.

Em suas redes sociais, Do Val postou foto sua, apenas de sunga, ao lado da foto de Flávio Dino, também apenas de sunga de banho, com uma mensagem clara.

– Cada um usa a arma que tem – disse o senador, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acrescentando, erradamente, um circunflexo na palavra tem.

Ficou claro o tom de deboche do senador em relação ao ministro da Justiça, coisa típica de colegial secundarista em busca de lacração, que recebeu até algumas curtidas no instagram.

Mas ao comparar, de forma debochada, os atributos sexuais seus com o do ministro, ele pode ter extrapolado os limites do decoro parlamentar para além da postura “macho-alfa-hetero-cis”.

Dino não se manifestou sobre a “lacração” do senador bolsonarista…

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Para se filiar, Bolsonaro exige mudança no nome do Partido da Mulher Brasileira

Presidente pretende disputar a eleição pelo PMB, mas exigiu que a legenda passasse a se chamar Brasil 35; mudança se dará também no Estatuto, que tem a valorização da mulher como principais lemas

 

Desprezível com a condição da mulher, Bolsonaro já partiu até para agressão a uma delas em pleno Congresso Nacional

O presidente Jair Bolsonaro deu mais uma mostra do seu já conhecido machismo ao exigir que o PMB (Partido da Mulher Brasileira) mudasse de nome para poder receber a sua filiação.

Com a carreira marcada por frases e gestos de desprezo à condição da mulher – inclusive da própria filha – Bolsonaro precisa de uma legenda para concorrer às eleições de 2022, mas não quer ser vinculado a um partido claramente defensor das políticas de valorização da mulher.

O partido vai passar a se chamar “Brasil 35”, e aceitou mudar, inclusive, o próprio estatuto para abrigar o presidente e seus conceitos medievais. 

A exigência da mudança de nome do Partido da Mulher Brasileira é claramente preconceituosa, uma vez que fica claro o desconforto de Bolsonaro em se filiar a uma legenda com este nome.

O pior, no entanto, é a legenda aceitar se desfigurar conceitualmente em nome de uma perspectiva de poder…

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Sobre opressão e reação…

Incrível que até aparentes defensores da igualdade e da equidade critiquem a “forma agressiva” com que se tenta punir racistas e machistas de toda sorte; esquecem esses “coerentes e serenos” que ações de afirmação de gênero, de raça e de condição sexual – por mais duras que sejam – refletem apenas reação a um processo histórico opressor

 

O assédio é fruto do machismo arraigado na cultura brasileira; e o feminismo é só uma reação a isso

Editorial

Nos últimos dias, intensos debates sobre racismo, machismo, feminismo e homofobia surgiram nas redes sociais por fatos envolvendo pessoas famosas ou nem tanto assim.

E houve casos, inclusive, em São Luís.

Muita gente boa, aparentemente com boa formação, tem metido a colher nesta questão.

E é incrível que até aparentes defensores da equidade de gênero, da igualdade de raças e de condição sexual tentem pichar uma reação ao racismo e ao machismo com  as cores da “agressividade”.

Tudo o que se vê hoje contra o machismo, contra o racismo, contra a homofobia é uma reação, não uma ação.

As feministas que gritam nas ruas contra a opressão do “macho” estão em desabafo, espécie de catarse de um longo período de ações de tipos como estes ora em xeque – que assediam mulheres, humilham e oprimem as que não aceitam suas cantadas e manipulam para prejudicar quem resiste a eles.

Natural que a reação a estes tipos provoque uma histeria coletiva.

Mas ainda assim, essa aparente histeria é apenas reação a tudo o que estes tipos já fizeram em um longo processo histórico-cultural de um país ainda com viés primitivo.

Não são os negros que escolhem a segregação; e a reação deles a isso deve ser encarada apenas como reação

Qualquer violência do negro em relação à elite branca deve ser encarada como reação ao processo histórico de opressão.

Não se pode condenar um negro por odiar um branco. Este ódio não nasceu com ele, mas é fruto da reação a um processo histórico.

Da mesma forma, uma feminista que grita e agride um brucutu machista está apenas reagindo a ele.

Assim vale também para todos os exageros dos GLBT.

Qualquer exagero do movimento LGBT deve ser visto como efeito colateral de uma necessidade de afirmação

Gays, lésbicas, transexuais, transgêneros e todos os inúmeros tipos que definem a condição sexual – condição não é opção, deixe-se claro – podem até ser agressivos, violentos, grosseiros, provocadores… mas, ainda assim, estão apenas reagindo, não agindo.

O feminismo pode ser tão agressivo quanto o machismo. Mas é o machismo que está errado  precisa ser combatido, não o feminismo.

E é isso que intelectuais e pensadores precisam compreender.

Ou pelo menos deveriam ensinar…