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Para petista, Brandão consolida resgate do grupo Sarney…

Ex-secretário de Esportes e um dos maranhenses com maior acesso à cúpula do governo Lula, Márcio Jardim analisa que o retorno da família do ex-presidente ao poder foi iniciado pelo próprio Flávio Dino, ainda no primeiro mandato

 

Recorte feito a partir de montagem de Jardim, com dois momentos do resgate dos Sarney

O petista Márcio Jardim, ex-secretário de Esportes e um dos maranhenses com mais acesso à cúpula do PT,  comentou nesta quinta-feira, 18, a entrega do MDB pela família Sarney ao controle do governador Carlos Brandão (PSB).

Para Jardim, Brandão consolida o resgate político da família do ex-presidente da República.

Movimento iniciado pelo ex-governador Flávio Dino (PSB) ainda no seu primeiro mandato à frente do governo estadual – frisou Jardim.

Atuando atualmente na Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Maricá (RJ), Márcio Jardim tem fortes ligações com o vice-presidente nacional do PT, deputado federal Washington Quaquá, o que garante certa presença nos bastidores petistas.

De fato, Flávio Dino começou a se aproximar do ex-presidente José Sarney ainda antes das eleições de 2018. Mas sua relação com a família é bem mais antiga, como contada neste blog Marco Aurélio d’Eça, no post “Flávio Dino e sua relação histórica com o grupo Sarney…”

A relação deu uma esfriada durante as eleições de 18, por causa da disputa de Dino com Roseana Sarney, mas voltou a crescer em 2022.

À época, Dino recorreu ao prestígio de Sarney para fazê-lo membro da Academia Maranhense de Letras, como revelado no post “Flávio Dino dá mais um passo no sonho de ser Sarney…”

Durante a campanha de 2022, coube ao governador Carlos Brandão (PSB) reabilitar todo o grupo Sarney, entregando espaços de poder aos sarneysistas; o gesto chegou a irritar Dino, que temia ser visto como sarneysista em sua fase política nacional, que estava iniciando.

A surpresa maior veio exatamente com a entrega do MDB ao controle de Carlos Brandão, que muitos viram como uma nova provocação do Palácio dos Leões a Flávio Dino.

Com o controle do MDB, Brandão ganha um partido de peso para chamar de seu e fortalece sua independência política em relação a Flávio Dino.

E o grupo Sarney só agradece…

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Flávio Dino e grupo Sarney disputam comando do DNIT no Maranhão

Ministro da Justiça tenta controlar a indicação dos cargos federais, mas enfrenta resistência de setores que sempre deram as cartas no estado, o que pode ter levado, inclusive, o MDB para o controle do governador Carlos Brandão

 

Marcus Brandão e toda a cúpula do grupo Sarney no Maranhão; MDB no controle dos cargos federais

Dono de poderoso cacife no governo Lula (PT), o ministro da Justiça Flávio Dino (PCdoB) tem conduzido toda a distribuição dos cargos federais no Maranhão.

Coube a Dino indicar ou dar a anuência para senadores e deputados federais indicar aliados, como ocorreu na Codevasf, no Iphan, no Incra e deve se repetir também na Pesca e outros órgãos federais no estado.

Mas Dino tem enfrentado um poderio histórico para emplacar o comando do DNIT, para onde ele tenta mandar o ex-secretário de Infraestrutura Clayton Noleto.

O órgão sempre foi espaço do MDB maranhense, ligado historicamente ao grupo Sarney. Membros do grupo já até indicaram o ex-deputado João Marcelo, filho do ex-senador João Alberto, fiel aliado do ex-presidente José Sarney.

A nomeação de Marcelo vinha sendo empacada pela resistência de Flávio Dino, que tem força política substancial na cúpula do governo.

Mas o grupo Sarney bateu o pé e se reforçou com o MDB nacional, que decidiu apoiar a articulação e buscou o apoio de ninguém menos que o governador Carlos Brandão (PSB).

Essa articulação explicaria a ida do irmão do governador, o diretor da Assembleia Marcus Brandão, para o comando do MDB maranhense.

A entrada de Marcus no partido passa agora pela definição do comando do DNIT, atravessa as eleiçoes de 2024 e desemboca na sucessão de Brandão, em 2026.

E deve frear os ímpetos hegemônicos de Flávio Dino em relação aos cargos federais…

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Carlos Brandão vai controlar o MDB no Maranhão…

Filiação do diretor da Assembleia Legislativa Marcus Brandão no partido – uma semana após anúncio da entrada do deputado federal Cléber Verde – confunde os meios políticos sobre o futuro da legenda historicamente ligada ao grupo Sarney

 

Marcus Brandão ao lado de Roseana, Roberto Costa e Baleia Rossi

Análise da notícia

O MDB maranhense voltou a ganhar os holofotes da mídia nas últimas semanas, ao surgir de com força no debate pré-eleitoral maranhense.

Presidido no estado pela deputada federal Roseana Sarney, o partido virou notícia, primeiro como a nova legenda do deputado federal Cléber Verde (ex-PRB); e nesta terça-feira, 16, foi anunciada a filiação de ninguém menos que Marcus Brandão.

Marcus é irmão do governador Carlos Brandão (PSB) e eminência parda do governo, mesmo ocupando o posto de diretor institucional da Assembleia Legislativa.

As duas filiações embolam o jogo pré-eleitoral exatamente por misturar dois grupos supostamente antagônicos no mesmo partido.

Cleber Verde, que vai ser presidente do diretório emedebista de São Luís, é aliado do prefeito Eduardo Braide (PSD); Sua filiação gerou, inclusive, especulações de que o MDB seria também o destino do próprio Braide.

Já a entrada de Marcus Brandão leva a entender que o partido pode vir a abrigar o próprio governador Carlos Brandão, que busca uma legenda para chamar de sua.

O irmão do governador será, inclusive, o presidente regional do MDB no lugar da própria Roseana.

A ascensão de Marcus não deixa dúvidas de que Brandão terá o controle do partido, mas o movimento gera perguntas automáticas:

Com quem fica o MDB em 2024?!?

Com Braide? Com o candidato de Brandão?

Ou com Brandão e Braide juntos?!?

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Cleber Verde prepara festa para filiação no MDB

Após perde o controle do PRB, deputado federal quer receber as lideranças nacionais do novo partido em um evento no qual espera, também, a presença do prefeito Eduardo Braide

 

Aliado de Braide, Cléber vai filiar-se ao MDB, que tem Roseana e apoia Brandão

O deputado federal Cléber Verde já discutiu com o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi (SP), os termos de sua transferência para o partido.

O parlamentar maranhense vai assumir o comando municipal da legenda em São Luís.

No ato de filiação, Verde conta com o próprio Baleia Rossi e outros parlamentares emedebistas, entre eles a ex-governadora Roseana Sarney, que comanda o partido no Maranhão.

Mas a grande expectativa se dá em relação ao prefeito Eduardo Braide (PSD).

Cleber Verde apoiou o senador Weverton Rocha (PDT) na disputa pelo Governo do Estado e após a eleição emplacou na gestão de Braide o secretário de Esportes Romário Barros.

Essa equação leva a uma pergunta:

A presença do prefeito no ato de filiação do aliado indicaria possibilidade de aliança também com o MDB, hoje aliado do governador Carlos Brandão (PSB)?!?

A filiação de Cléber Verde, que deve o ocorrer ainda em maio, deve responder a esta questão…

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Ainda sem partido, Maura Jorge mostra prestígio e é cortejada em Brasília…

Prefeita de Lago da Pedra reuniu-se com líderes partidários e recebeu convite oficial do deputado André Fufuca para comandar o PP Mulher no Maranhão; ela pretende analisar todas as propostas partidárias, com vistas às eleições de 2024

 

Pedro Lucas Fenandes tratou com maura Jorge em seu gabinete em Brasília, assim como Josivaldo e Hildo Rocha

 

A presença da prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge, em Brasília, onde está desde o início da semana em busca de parcerias para o seu município, movimentou o cenário político da capital federal.

Política diferenciada e com forte prestígio – e ainda sem partido desde que deixou o PSDB – ela foi cortejada por diversos dirigentes partidários.

Recebeu convite oficial do presidente do PP maranhense, deputado federal Andre Fufuca, para entrar no partido e coordenar o PP-Mulher.

Relevante no processo político maranhense, a parlamentar consegue transitar em todos os campos políticos, sem difertenciação de ideologias ou posições.

Além de Fufuca, Maura Jorge esteve com os deptuados federais Fábio Macedo (Podemos), Pedro Lucas Fernandes (União Brasil), Josivaldo JP (PSD), além do secretário-executivo do Ministério das Cidades, Hildo Rocha (MDB).

Fufuca apresentou Maura ao presidente nacional do PP, assim como Macedo, que teve a mesma iniciativa

Assim como o senador Weverton Rocha (PDT) e o governador Carlos Brandão (PSB), Maura entendeu o momento de deixar o palanque e focar nas necessidades da sua gente, postura que deve selar uniões para agora e para o futuro.

Por enquanto, no entanto – apesar de receber propostas de várias siglas – Maura Jorge segue sem partido.

E deve deixar essa escolha um pouco mais pra frente…

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Com prestígio em sua pasta, Hildo Rocha ganha status de “ministro” no Maranhão

Secretário-executivo do Ministério das Cidades é responsável direto pelo “Minha Casa, Minha Vida”, um dos mais importantes programas sociais do governo Lula; e tem relação direta com prefeitos, o que o torna uma espécie de quarto maranhense ocupante do primeiro escalão em Brasília

 

Hildo Rocha foi um dos destaques do Congresso Municipalista, falando diretamente das ações do seu ministério aos prefeitos maranhenses

“O Maranhão tem quatro ministros; um deles é o Hildo Rocha”.

Foi assim que o secretário-executivo do Ministério das Cidades foi saudado por prefeitos em encontro no início da semana em São Luís.

Ex-prefeito de Cantanhede, ex-presidente da Famem por dois mandatos e ex-deputado federal também por dois mandatos, Hildo Rocha (MDB) é visto pelas lideranças políticas maranhenses – deputados federais, estaduais, prefeitos e vereadores – como um dos mais influentes maranhenses em Brasília.

Sua passagem oficial por São Luís – a primeira desde que assumiu o posto de número 2 do Ministério das Cidades – mostrou a força de sua importância para as lideranças municipalistas; ele foi saudado como “ministro” ao lado do titular da Justiça, Flávio Dino (PSB).

No ministério – chefiado pelo paraense Jader Filho (MDB) – Hildo Rocha tem sob sua responsabilidade o programa “Minha Casa, Minha Vida”, um dos mais importantes do governo Lula (PT); também chefia ações de desenvolvimento em todo o país, com a chancela do MDB, seu partido desde que entrou na vida pública.

Muito da força política de Hildo Rocha foi conquistada em sua passagem pela Famem.

Municipalista convicto, destinou seu mandato de deputado federal (entre 2015 e 2023) com ações voltadas diretamente para os municípios.

É um dos campeões da bancada maranhense na distribuição de emendas parlamentares, usadas para projetos, sobretudo, via Codevasf, que garantiu obras, serviços e equipamentos a centenas de prefeituras.

Por uma ironia do destino, faltaram a Hildo Rocha apenas 727 votos para ele superar a colega de partido Roseana Sarney – mesmo com toda força política da ex-governadora – e garantir a vaga na Câmara.

Mas seu revés nas urnas se transformou, logo em seguida, em uma nova oportunidade de poder, como CEO do Ministério das Cidades.

E a recepção calorosa dos prefeitos maranhenses mostra que ele acertou ao assumir o cargo…

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Procurador eleitoral opina por improcedência de ação do MDB por vaga na Câmara

Marcelo Santos Correa usa a mesma interpretação já dada pela Justiça Eleitoral, segundo a qual as vagas ainda disponíveis após a divisão entre os partidos que alcançaram o Quociente Eleitoral serão divididas entre todas as legendas, mesmo as que não alcançaram o número mínimo de votos totais

 

Ação que pretende recuperar mandato de Hildo Rocha foi apontada improcedente pelo Ministério Público, mas ainda vai a julgamento no TRE

O procurador eleitoral substituto Marcelo Santos Correa apresentou parecer contrário à tese do MDB, que pedia novo cálculo da divisão das vagas da Câmara Federal e a reeleição do deputado federal Hildo Rocha.

Para o procurador, não há de se falar em inconsistência no cálculo, que, segundo ele, está dentro do que diz a Lei Eleitoral.

– Depreende-se que, contrariamente ao alegado pelo reclamante, na distribuição dos lugares não preenchidos pela aplicação do quociente partidário podem concorrer TODOS OS PARTIDOS QUE PARTICIPARAM DO PLEITO, conforme expresso no §2º do art. 109. No caso do MDB, considerando o número de votos válidos (301.583) e o número do quociente eleitoral (205.917), tem-se que o número de lugares a serem preenchidos pelo quociente partidário é igual a 01 (um), nos termos do art. 107, vaga ocupada pela candidata ROSEANA SARNEY MURAD – diz o procurador.

O parágrafo 2º do artigo 109, citado por ele, diz, textualmente: “repetir-se-á a operação para cada um dos lugares a preencher”.

Pelo entendimento do procurador, na divisão das sobras, a Justiça Eleitoral usou a regra da seguinte forma: MDB elegeu 1 e teria mais um, se sua média fosse maior (1+1=2); Já o PDT e o PRB, por exemplo, não elegeram nenhum e teriam direito a um (0+1=1).

Como a sobra do PDT e do PRB foi maior do que a do MDB, a vaga ficou com PRB e PDT.

– O fato de o candidato HILDO ROCHA ter a votação nominal mínima exigida não impede a aplicação do art. 109, uma vez que o partido MDB possuía apenas 1 (uma) vaga obtida através do quociente partidário, devendo as sobras serem distribuídas entre todos os partidos participantes do pleito, repita-se, ainda que não tenham obtido o quociente eleitoral e em consonância com o §2º do art. 109 do Código Eleitoral – completa Marcelo Santos Correa.

O parecer do Ministério Público Eleitoral servirá de parâmetro no julgamento da Corte , mas os juízes não são obrigados a segui-lo.

Não há data para julgamento do caso no Tribunal Regional Eleitoral…

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Edinho Lobão desabafa sobre eleição: “Já é um capítulo encerrado na minha vida”

Ex-senador estimava obter algo em torno de 150 mil votos para deputado federal, com uma campanha que lembrava o eleitor de sua candidatura ao governo e tentava criar vínculos emocionais com os dados negativos da gestão do governo comunista; e atribui à compra de votos no interior a sua não-eleição à Câmara

 

Lobão Filho esperava ao menos 150 mil votos à sua candidatura de deputado federal, mas diz que segue em frente, sem rancor

O ex-senador e ex-candidato a governador Edinho Lobão (MDB) comentou nesta segunda-feira, 10, pela primeira vez, sua derrota nas eleições para a Câmara Federal.

Em mensagem publicada pelo blog do jornalista Marcelo Minard, Lobão Filho revela que esperava obter cerca de 150 mil votos, com base em pesquisas realizadas durante a campanha, mas acabou suplantado pela compra de votos no interior do estado.

– Centenas de milhões de reais foram distribuídos por prefeitos e aliados dos principais candidatos. Contratados de prefeituras foram ameaçados de demissão sumaria se os candidatos destes prefeitos perdessem. Vereadores receberam caixas com 300 a 500 mil de vários candidatos para a distribuição um dia antes da eleição. No sábado, na maioria dos municípios, a população estava na porta das casas esperando passar o “cabra” do dinheiro , com 200, 300 ou 400 reais – contou Edinho, segundo Minard.

Lobão Filho recebeu 21.459 votos, ficando na terceira suplência, que pode virar segunda suplência se a Justiça Eleitoral acatar ação do MDB que pede a reeleição de Hildo Rocha por média de Quociente Eleitoral.

Após o fracasso nas urnas o ex-senador diz estar pronto para seguir em frente, com este capítulo já encerrado em sua vida.

– Sem magoas ou rancores. Apenas um capítulo que passou por que eu assim decidi. E não me arrependo nem um segundo – frisou.

Abaixo, a íntegra da mensagem de Edinho Lobão:

“Este já é um capítulo encerrado na minha vida.

Nesta eleição optei pela estratégia de percorrer todo o estado, desde outubro do ano passado. Relembrar o povo da minha campanha de governador e criar um clima emocional com os dados negativos da avaliação do governo do estado. Não tinha nenhum prefeito , pois não tinha emenda parlamentar para oferecer a ninguém, e assim fechei com lideranças em 105 municípios. Dei entrevistas em rádios pelo interior pelo menos 4 vezes por semana , desde janeiro deste ano. Não passei um final de semana , feriado ou sequer meu aniversário de casamento e de vida na minha casa ou com meus familiares. Isso por um ano.

O resultado de todo este esforço era de que eu aparecia nas pesquisas da Escutec com uma estimativa de aproximadamente 150 mil votos. Segundo nosso querido e saudoso Fernando Junior , essa projeção só era possível fazer para mim e Roseana , pois não éramos candidatos regionais e sim espalhados no Maranhão todo. Este número foi colocado por ele em reunião do MDB pouco antes de nos deixar.

Faltando uma semana para o dia da votação, recebi uma ligação de outro candidato do MDB me parabenizando , pois ele tinha recebido uma pesquisa onde eu aparecia com 30 mil votos só em São Luís. Este era o quadro ate uma semana antes.

A partir de quarta feira da semana da votação, comecei a receber ligações desesperadas de todos meus apoiadores pedindo recursos , pois nossas bases estavam sendo atacadas no dinheiro pelos outros candidatos. Centenas de milhões de reais foram distribuídos por prefeitos e aliados dos principais candidatos. Contratados de prefeituras foram ameaçados de demissão sumaria se os candidatos destes prefeitos perdessem. Vereadores receberam caixas com 300 a 500 mil de vários candidatos para a distribuição um dia antes da eleição. No sábado, na maioria dos municípios, a população estava na porta das casas esperando passar o “cabra” do dinheiro , com 200, 300 ou 400 reais.

Nessa hora cabia a mim fazer uma escolha: entrar nessa onda ou arriscar e ver o que daria. E faço essa confissão a vc , queimar meus recursos nesse nível não da pra mim. Pressupõe buscar de volta o dinheiro gasto de alguma forma, e depois do meu acidente esta não eh uma alternativa na minha vida. Para alguns isso pode parecer brincadeira ou exagero, mas para mim eh uma das coisas mais serias da minha existência. Beijei a morte e não estava preparado. Hoje estou e não vou perder isso por conta da política. Te conto isso tudo como um desabafo de bar , ao som de sorrisos e em total relaxamento. Sem magoas ou rancores. Apenas um capítulo que passou pq eu assim decidi. E não me arrependo nem um segundo.”

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Ação do MDB em favor de Hildo Rocha pode mexer com eleição de deputados em todo o país…

Partido entende que, ao ser criado pela Justiça Eleitoral, o algoritmo que faz o cálculo para divisão das vagas proporcionais nas eleições brasileiras recebeu uma interpretação equivocada do Artigo 109 do Código Eleitoral, aplicando a regra dos 80% do quociente eleitoral já no primeiro rateio das sobras de vagas, antes mesmo da regra que faz o rateio apenas entre os que já obtiveram vagas

 

As engrenagens para apuração nas eleições de 2022 foram montadas com base em interpretações das novas regras de totalização de votos, inseridas em algoritmos que fazem a leitura automática

Análise da notícia

Se acatada pela Justiça Eleitoral, a impugnação do MDB  – que pede seja considerado reeleito o deputado federal Hildo Rocha no Maranhão –  poderá alterar as eleições proporcionais em todo o país.

O MDB entende que aplicaram uma interpretação equivocada do Artigo 109 do Código Eleitoral no algoritmo criado para fazer a divisão automática das vagas de deputado federal e estadual. (Entenda aqui o que é um algoritmo)

Na ação, assinada pelo advogado Marcos Coutinho Lobo, o MDB diz que o TRE maranhense deveria aplicar na divisão das vagas de deputado federal e estadual primeiro a regra do Inciso I do artigo 109 e, só depois, a regra do Inciso III.

Em linhas gerais, o Artigo 109 estabelece as regras para divisão das vagas que sobraram na aplicação da votação por Quociente Eleitoral, que no caso do Maranhão, foi de pouco mais de 205 mil votos.

O Inciso I diz, textualmente: dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada partido pelo número de lugares por ele obtido mais 1 (um), cabendo ao partido que apresentar a maior média um dos lugares a preencher, desde que tenha candidato que atenda à exigência de votação nominal mínima. (o grifo é do blog Marco Aurélio d’Eça)

Ora, se o texto diz que as primeiras vagas que sobraram serão divididas apenas entre os partidos que já conseguiram assentos no Parlamento (exatamente o que diz a frase grifada pelo blog), significa dizer que os partidos que não conseguiram alcançar o Quociente Eleitoral – como o de 205 mil votos no Maranhão, por exemplo – estarão fora desta primeira rodada.

O algoritmo criado pela Justiça Eleitoral, no entanto, ignorou essa regra.

– Há quatro regras para preenchimento das vagas: a primeira é a do Artigo 108, em que são contemplados os partidos que atingem o Quociente Eleitoral. A segunda está no parágrafo único do mesmo artigo, combinado com o Inciso I do Artigo 109, que contempla os partidos que já atingiram o Quociente e já obtiveram as primeiras vagas. Na terceira regra, contida no Inciso III do artigo 109, entram os partidos que chegaram a 80% do Quociente Eleitoral; e por último a regra que dá direito a todos os partidos, caso nenhum atinja o Quociente Eleitoral – explica o advogado Marcos Lobo.

O sistema da Justiça Eleitoral ignorou o Inciso I do artigo 109 e distribuiu automaticamente as sobras entre os partidos que não alcançaram o QE de 205 mil votos, mas chegaram a 80% deste total nas suas votações.

A regra dos 80% é uma das novidades criadas para estas eleições de 2022.

No entendimento do MDB, no entanto, essa regra só deveria ser aplicada na segunda rodada das sobras.

E como o algoritmo é o mesmo para as eleições de todo o país, se tiver que refazer a interpretação da lei, isso terá que ser feita nas eleições de deputado federal e estadual em todos os estados.

Mas para tudo isso, é preciso que a Justiça Eleitoral entenda que a interpretação aplicada na criação do algoritmo está equivocada.

E quem decide são os juízes eleitorais, que podem ver o texto diferente do que vê o MDB…

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MDB diz que TRE errou no cálculo, pede recontagem e vaga para o deputado Hildo Rocha

Partido que elegeu apenas a ex-governadora Roseana Sarney alega que tem direito a mais uma vaga pelo critério da sobra, e que este critério não foi observado no cálculo da Comissão Apuradora, o que prejudicou a reeleição do deputado federal emedebista, com mais de 96 mil votos nominais; Impugnação pode tirar vaga de Márcio Honaiser e Cléber Verde

 

Hildo Rocha teve quase tantos votos quanto Roseana Sarney, mas perdeu a vaga, que o MDB agora quer recuperar com ação no TRE

O advogado Marcos Coutinho Lobo entrou nesta quinta-feira, 6, com um pedido de recontagem dos votos no Tribunal Regional Eleitoral em favor do MDB, partido que superou em quase 100 mil votos o Quociente Eleitoral, de 205.917.

Alega o MDB que o Tribunal Regional Eleitoral errou no rateio das sobras das vagas ao ignorar a sobra do partido – de exatos 95.666 votos – mesmo atingindo o Quociente Eleitoral no primeiro rateio.

Pela ótica do MDB, o deputado federal Hildo Rocha, que teve 96.281 mil votos, deveria ter sido considerado eleito por média.

– O parágrafo único do art. 108 do Código Eleitoral é claro ao determinar que a regra do art. 109 só se aplica se o partido que atingiu o quociente eleitoral não tiver candidato que tenha atingindo a votação nominal mínima prevista, o que não é o caso do Requerente, haja vista que o candidato Hildo Rocha teve votação nominal de 96.281 mil votos válidos – diz o argumento do MDB assinado por Marcos Lobo. (Veja a íntegra aqui)

Caso a Comissão Apuradora ou o TRE acate a Impugnação do MDB e aplique a regra apresentada no pedido seriam desconsiderados eleitos os deputados Cléber Verde (PRB) e Márcio Honaiser (PDT), cujos partidos não atingiram inicialmente o Quociente Eleitoral de 205 mil votos, e só entraram no rateio na segunda e terceira rodadas.

– O requerente atingiu o quociente eleitoral e, na sobra, teve candidato com percentual muito acima do mínimo exigido para que se aplicasse a regra do art. 109 do Código Eleitoral – argumenta o MDB.

Além de Hildo Rocha, a ação pode beneficiar Cleyton Noleto, do PSB…