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Fábio Câmara vê importância na fusão PDT/PSB, mas pondera sobre relação de poder dos atores estaduais

Ao contrário do ex-secretário Aziz Santos – que criticou a possível criação de uma nova legenda – vereador de São Luís, filiado ao PDT e ex-candidato a prefeito da capital maranhense, entende que o governador Carlos Brandão e o senador eleito Flávio Dino devam sentar à cabeceira da nova legenda, desde que, no contexto da divisão do poder, sejam ressalvadas a importância do senador Weverton Rocha e a própria história do PDT maranhense

 

Câmara entende que a mesma visão de unir-se para somar entre PDT e PSB seja pensada incluindo também os atores maranhenses do PDT, como o senador Weverton Rocha

O vereador Fábio Câmara (PDT) avaliou nesta quarta-feira, 30, o debate sobre a possível fusão entre o PDT e o PSB, que deve resultar na criação de uma nova legenda de centro-esquerda, com forte repercussão na política do Maranhão.

Para Câmara, no longo prazo o debate se dá pela necessidade de sobrevivência das duas legendas, com foco nas eleições de 2024 e busca de novo crescimento a partir de 2026; e no curtíssimo prazo, a eleição das mesas da Câmara Federal e do Senado, além da ocupação de postos estratégicos no futuro governo Lula (PT).

– É naturalmente sabido que costuras de âmbito nacional tal qual esta, num ou noutro âmbito local exigirá maiores graus de renúncias. E no nosso caso, o Maranhão, Brandão e Flávio Dino, ambos do PSB, assentam-se à mesa na cabeceira. Porém, há que se considerar como altamente relevantes a deferência do presidente Carlos Lupi para com o PDT do Maranhão, o mandato de senador da República no qual está empossado Weverton Rocha por mais 4 anos e a inquestionável força respaldada pelos números e pela tradição histórica da Rosa e do 12 consolidados na Capital – ponderou Câmara.

O ex-candidato a prefeito de São Luís é a segunda liderança pedetista a comentar a possível junção do partido com o PSB; antes dele, o ex-secretário do governo Jackson Lago, Abdelaziz Santos, posicionou-se criticamente e mostrou-se avesso à possibilidade de fusão.

Fábio Câmara lembrou que a busca de simbiose entre PSB e PDT já vem sendo desenhada desde 1999, por Leonel Brizola, maior expoente do PDT, e Miguel Arraes, lenda do PSB.

– A intenção [naquela época] já era fortalecer ambas as siglas partidárias e, ainda hoje, mudados os atores e resguardadas as devidas proporções e peculiaridades, somar para subsistir e participar dos espaços decisórios de poder segue sendo a tônica! – destacou.

O parlamentar pedetista assevera, no entanto, que a mesma tônica deve ser seguida no âmbito local, caso a fusão se concretize de fato.

– Se para o contexto nacional a premissa que se advoga é agregar para governar, para o cenário local – Maranhão e São Luís – os tambores precisam rufar no mesmo som e tom, a saber: guarnicê para superar! E, não necessariamente nessa mesma ordem. “Alea Jacta est!” – concluiu Fábio Câmara.

Abaixo, a íntegra do texto do vereador:

O ano era 1999. Leonel Brizola pelo PDT e Miguel Arraes pelo PSB firmavam tratativas no sentido de fundirem ambos os partidos.

A intenção já era fortalecer ambas as siglas partidárias e, ainda hoje, mudados os atores e resguardadas as devidas proporções e peculiaridades, somar para subsistir e participar dos espaços decisórios de poder segue sendo a tônica!

Atualmente com 23 deputados, o PSB elegeu apenas 14 detentores de cadeiras na câmara federal para a legislatura que se iniciará no ano de 2023. Já os pedetistas caíram de 19 para apenas 17 cadeiras.

Com as luzes amarelas acesas no semáforo das cláusulas de barreira, 2024 passa a ser estratégico para o fortalecimento das agremiações e o foco precisa ser eleger nas capitais para projetar lideranças capazes de gerarem deputados federais em 2026. Essa é a preocupação maior e que tem foco de médio e de longo prazos.

Para o curtíssimo prazo, as eleições das mesas da câmara e do senado, bem como a ocupação de postos estratégicos no primeiro e no segundo escalões do governo federal, compõem obrigatória e urgente necessidades além de constituírem medidas fundamentais para o fortalecimento de uma ala governista capaz de fazer frente, qualitativa e quantitativamente ao PL e aos partidos do já conhecido “centrão”.

Carlos Lupi (presidente do PDT) e Carlos Siqueira (presidente do PSB), como hábeis políticos e estrategistas, ainda não bateram o martelo quanto a natureza ou tipo de associação! Porém, é fato que uma união tal é de imensa valia para ambos os partidos além de impactar significativa e positivamente o quadro político nacional, com destaque para o fortalecimento da questão governabilidade.

É naturalmente sabido que costuras de âmbito nacional tal qual esta, num ou noutro âmbito local exigirá maiores graus de renúncias. E no nosso caso, o Maranhão, em caso de operar-se mesmo uma fusão, Brandão e Flávio Dino, ambos do PSB, assentam-se à mesa na cabeceira.

Porém, há que se considerar como altamente relevantes a deferência do presidente Carlos Lupi para com o PDT do Maranhão, o mandato de senador da república no qual está empossado o senador Weverton Rocha por mais 4 anos e a inquestionável força respaldada pelos números e pela tradição histórica da Rosa e do 12 consolidados na Capital, São Luís do Maranhão.

E assim, se para o contexto nacional a premissa que se advoga é agregar para governar, para o cenário local – MARANHÃO e SÃO LUÍS – os tambores precisam rufar no mesmo som e tom, a saber: GUARNICÊ para superar!

E, não necessariamente nessa mesma ordem.

“Alea Jacta est!”

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Milhares de pessoas em tributo a Eduardo Campos e Miguel Arraes em Stª Inês

Triste coincidência: Em 13 de agosto de 2005, o país perdeu Miguel Arraes. Em 13 de agosto de 2014, perdeu Eduardo Campos. No entanto, o legado desses dois homens públicos que transformaram sua vida em verdadeiros exemplos para o Brasil permanece vivo

 

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Cerca de 7 mil pessoas participaram da noite de homenagens póstumas feitas pelo Diretório Municipal do Partido Socialista Brasileiro (PSB) de Santa Inês a dois históricos representantes da sigla em todo o país, Eduardo Campos e Miguel Arraes.

O tributo foi realizado no clube Brut’s Gigante, na última sexta-feira (14).

Membros da diretoria, filiados, correligionários e simpatizantes da sigla lotaram a casa de shows e acompanharam, atentos, aos discursos e vídeos apresentados durante o evento.

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Também acompanharam a cerimônia o presidente do PSB/Santa Inês, Antonio Moreira Lima, o prefeito de Santa Inês Ribamar Alves, a primeira-dama Luana Alves, vereadores e dezenas de outras personalidades políticas do estado do Maranhão, a exemplo do ex-deputado federal Domingos Dutra.

Ribamar Alves destacou a trajetória política e de vida do ex-deputado estadual e ex-governador de Pernambuco por três vezes, Miguel Arraes. O ex-presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro morreu, aos 88 anos, no dia 13 de agosto de 2005 vítima de choque séptico causado por infecção respiratória, agravada por insuficiência renal.

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Um vídeo exibido em telões mostrou a trajetória de Miguel Arraes e do neto, Eduardo Campos. Cada fase da vida política dos homenageados foi destacada e a multidão conheceu um pouco mais sobre os socialistas.

– Fiquei ainda mais orgulhosa de pertencer ao Partido Socialista Brasileiro. Esses homens foram grandes homens e vão continuar vivos nos corações das pessoas de bem desse país – disse Joelma Rodrigues S. Santana.

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O prefeito de Santa Inês emocionou-se, e à multidão, ao falar sobre o amigo Eduardo Campos.

– Não vamos desistir do Brasil. É aqui que nós vamos criar nossos filhos. É aqui que nós temos que criar uma sociedade mais justa – relembrou a frase célebre de Eduardo Campos.

A morte prematura do ex-ministro e ex-deputado federal comoveu o país.

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O socialista e mais seis pessoas morreram na queda de um avião em Santos (SP), na manhã do dia 13 de agosto de 2014, em plena campanha eleitoral para presidente da República.

O momento de transformações e mudanças porque passa o município de Santa Inês foi citado por todos os que discursaram. Os oradores apresentaram, ainda, semelhanças entre Ribamar Alves e o amigo Eduardo Campos. A forma de encarar e planejar o futuro, o saber ouvir cada cidadão, a facilidade para o diálogo e o poder de atrair até os mais incrédulos foram algumas das característas citadas durante o evento.

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Em alusão ao estado de Pernambuco, terra de construção da carreira política dos homenageados, uma roda de Frevo foi apresentada no palco principal do evento. O colorido das roupas, os guarda-chuvas fantasiosos e as coreografias bem trabalhadas atraíram a atenção do público.

Outra atração de dança nordestina, com bailarinos vestidos à carater, fez a multidão arrastar o pé no ‘forrozinho’. O cantor Thiago Sagat sacudiu os expectadores com levadas sertanejas, axé e forró.

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Na ocasião, o prefeito preencheu dezenas de novas filiações ao PSB.

O Tributo a Eduardo Campos e Miguel Arraes, em Santa Inês, foi composto por duas etapas. A primeira foi a celebração de culto ecumênico na igreja Matriz de Santa Inês, na quinta-feira (12).