1

Campanhas marcadas por mentiras em São Luís…

As eleições de 2020 entrarão para a história como o marco das mentiras de candidatos ultra-populares desmascaradas na reta final; mas não deixa de ser uma lição ao eleitor, que precisa estar atento sobre quem escolhe para representá-lo

A certidão do Ministério Público que põe Braide em maus lençóis: investigado que ganhou ação da própria justiça negando este fato

Editorial

Duas das principais campanhas eleitorais de 2020 em São Luís vão entrar para a história por uma característica nada lisonjeira: a da mentira.

Pior: mentiras sustentadas ao longo da campanha e só desmascaradas na reta final, quando podem já não ter efeito no eleitorado, levando-o a eleger quem o engana.

Nesta sexta-feira, 13, duas das principais mentiras da campanha na capital caíram por terra, graças à Lei de Acesso à Informação, instrumento crucial para transparência na vida pública.

Primeiro, o Ministério Público Federal revelou, em Certidão obtida pelo jornal Folha e S. Paulo, que o deputado federal Eduardo é, sim, investigado em inquérito que tramita há anos.

Braide passou a campanha inteira negando essa informação; e chegou a ganhar decisões judiciais contra quem ousou publicar dados do inquérito, que corre em segredo de Justiça.

Nesta sexta, a mesma juíza que censurou a Folha a pedido de Braide, decidiu liberar a publicação da mesma certidão que comprova ser ele um investigado.

Depois foi a vez de o laboratório Central da Secretaria de Saúde desmascarar outro dos líderes das pesquisas, o candidato republicano Duarte Júnior.

A certidão que revela o exame de coVID-19 de Duarte Júnior; mesmo diante do documento, deputado insiste em negar e acusar adversários de mentirosos

Acusado de ter sido contaminado pela coVID-19 e, mesmo assim, continuar em campanha, espalhando o coronavírus nas comunidades, Duarte afirmou com todas as letras que o documento que comprovaria seu exame era falso, mentiroso.

O Lacen, no entanto, confirmou ao deputado Glalbert Cutrim (PDT) que ele fez, sim, exame de coVID-19.

Eduardo Braide e Duarte Júnior disputam vagas no segundo turno das eleições; e podem até mesmo ser eleitos prefeitos de São Luís.

Ao eleitor fica a lição de que, mesmo o sorriso mais lindo ou o afago mais meigo podem esconder mentiras perigosas.

Mas o mesmo eleitor tem todo o segundo turno para refletir sobre isso…

0

Destino de Flávio Dino entre Janot e Dodge…

Aliado do irmão do governador, atual procurador pode determinar o pedido de arquivamento das denúncias contra o comunista; nova procuradora-geral, que assume em setembro, pode dar caminho diferente ao caso

 

Janot e Raquel têm visões diferentes do MPF, mas a mesma raiz política para chegar ao cargo

O destino do governador Flávio Dino (PCdoB) na operação Lava Jato pode ter caminhos diferentes, a depender da interpretação dada pelo atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot; ou pela sua sucessora, Raquel Dodge.

Dino foi acusado em fevereiro por ex-executivos da construtora Odebrecht de ter recebido R$ 200 mil em caixa 2, durante as eleições de 2010. Até hoje, o Superior Tribunal de Justiça espera a denúncia do MPF.

Aliado do irmão do governador, o vice-procurador Nicolao Dino – que, inclusive, teve seu apoio para sucedê-lo, sendo vetado pelo presidente Michel Temer (PMDB) – Janot pode determinar o arquivamento do caso envolvendo o comunista antes de entregar o cargo, em setembro.

Se o processo chegar até lá sem movimentação, a nova procuradora-geral Raquel Dodge, nomeada por Temer, sob indicação de aliados do presidente, pode dar destino diferente.

Flávio Dino foi denunciado por executivos da Odebrecht ainda em fevereiro

Mas mesmo a nova procuradora-geral pode ser leniente com o governador maranhense, já que um de seus padrinhos é ninguém menos que o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.

O jogo de bastidores no Ministério Público revela também o nível de influência política que sofrem hoje os órgãos e instituições que deveriam estar acima destas questões.

É aguardar e conferir…

2

E qual o papel do MPF?!?

Ao delatar a intenção de um jornalista que iria mostrar as deficiências da fiscalização das fronteiras brasileiras, Ministério Público acaba por se omitir de suas funções, que é cobrar o bom funcionamento das instituições

 

Alex, em Cuiabá: "caguetado" pelo MPF, que deveria apoiá-lo

Alex, em Cuiabá: “caguetado” pelo MPF, que deveria apoiá-lo

O Ministério Público Federal do Mato Grosso admitiu hoje, em nota, que vazou a informação de que o jornalista Alex Barbosa, da Rede Globo, iria fazer uma matéria para mostra a ineficiência da fiscalização antidrogas da fronteira do Brasil com a Bolívia.

– O Ministério Público Federal informou que não tem atribuição de dar apoio em reportagens e que comunicou com antecedência a intenção dos jornalistas à Polícia Federal – confessou o MPF.

Com a informação passada previamente pelo MPF, a polícia montou todo um esquema para “apreender” o jornalista.

Ora, se o MPF tem o poder de cobrar da Polícia Federal a eficiência no controle das fronteiras, e se omite disto, delatando quem tenta provar a falta desta eficiência, então o MPF é omisso em suas funções.

Pelo menos é o que ficou claro no episódio envolvendo Alex Barbosa.

Simples assim…