Deputado acusa Flávio Dino de governar o Maranhão do STF…

Dr. Yglésio Moyses diz que o ministro maranhense montou “conluio com o colega Alexandre de Moraes” para controlar o estado a partir de Brasília, concentrando a maioria das ações em pauta na Corte

 

O deputado estadual Dr. Yglésio Moyses (PRTB) partiu nesta terça-feira, 17, para o confronto direto com o ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino, ao classificar de “canalhice do STF” o que chamou de “conluio entre Dino e o seu colega de Corte, Alexandre de Moraes”.

Hoje existe uma canalhice chamada STF tentando governar o Estado do Maranhão, e vou nominar: Flávio Dino de Castro e Costa, Alexandre de Morais. Em conluio, estão tentando governar o Maranhão, de Brasília”, declarou Yglésio, da tribuna da Assembleia Legislativa.

  • ele lembrou que emendas parlamentares em São Paulo, inclusive, são de apenas 0,45% da receita, mas o STF só se preocupa com emendas no MA;
  • o deputado lembrou que mesmo em outros estados governadores e líderes políticos nomeiam parentes para o TCE, mas só o Maranhão preocupa o STF;

O parlamentar destacou, sobretudo, a questão do nepotismo cruzado,  fruto de ao menos três ações no STF, todas em mãos do ministro Alexandre de Moraes, aliado de Flávio Dino; e chamou de “safada” a decisão do ministro sobre o caso:

A última foi essa decisão sobre o tal do nepotismo cruzado. Nepotismo cruzado, vamos lá. O Ministro Alexandre de Morais fez uma decisão safada, teratológica, imoral. A decisão dele é imoral. Ela configura, claro, abuso de autoridade, inclusive, porque ele está extrapolando, e extrapolando procedimentos, invadindo a competência estadual, ou seja, rompendo o princípio federativo, tentando governar o Estado e dizer quem pode ser nomeado e quem não pode ser nomeado no Maranhão”, declarou.

  • Para Yglésio, o total de parentes de deputados no governo – muitos nomeados anos antes do atual governador assumir – representa apenas 0,36% do funcionalismo;
  • em sua opinião, o índice é insignificante para merecer tanta atenção do Supremo Tribunal Federal e uma decisão tão dura quanto a de Alexandre de Moraes.

Com sua metralhadora verbal, Yglésio partiu pra cima também do vice-governador  Felipe Camarão (PT), que, em sua visão, seria o homem de Flávio Dino para tomar de volta o Maranhão.

Imagina o Felipe Camarão, que é um cara por quem eu tenho grande carinho, mas ele não vai governar o Maranhão. Ele vai ser uma pessoa que vai receber ordem do Flávio Dino. O Felipe vai governar o Maranhão com a batuta do Flávio Dino. Quando o Flávio estava aqui, ele já governava de maneira autoritária; agora imagina o Flávio Dino governando o Maranhão, estando dentro do Supremo Tribunal Federal, que tudo pode, que tudo decide, e que não há, à exceção das Cortes Internacionais, nenhum lugar para recorrer?”, ressaltou o parlamentar.

Assista acima a íntegra do discurso…

Solidariedade agora quer Daniel Brandão fora da presidência do TCE-MA…

Em nova manifestação ao Supremo Tribunal Federal partido apresenta provas de que – tanto a escolha do sobrinho do governador Carlos Brandão para o cargo de conselheiro de contas, quanto a sua eleição para presidente, se deram em um contexto de nepotismo cruzado

 

NEPOTISMO CRUZADO. Eleito semana passada presidente do TCE, Daniel Brandão é sobrinho do governador Carlos Brandão

O partido Solidariedade ingressou neste sábado, 14, com uma nova reclamação ao Supremo Tribunal Federal – com tutela de urgência – pedindo o afastamento do conselheiro Daniel Brandão Itapary da presidência do Tribunal de Contas do Estado.

  • o partido reúne farta documentação para provar que a escolha de Daniel para o TCE-MA se deu em contexto de nepotismo cruzado;
  • Daniel Brandão é sobrinho do governador Carlos Brandão, e foi eleito ano passado pela Assembleia Legislativa para o Tribunal de Contas;
  • na semana que passou, ele elegeu-se em chapa única para o mesmo TCE-MA, para o biênio 2025/2026, coincidindo com o mandato do tio.

O quadro de estado de coisas inconstitucional generalizado e estrutural diante do nepotismo disseminado no Estado do Maranhão foi agravado com a recente eleição de Daniel Itapary Brandão para o cargo de Presidente do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA). Tal eleição ocorreu em um contexto de nepotismo cruzado amplamente documentado nos autos, em que a Assembleia Legislativa do Maranhão (ALEMA) aprovou a indicação de Daniel Brandão em troca de nomeações de parentes no Poder Executivo estadual”, diz a ação do Solidariedade. (Leia a íntegra aqui)

O partido usou partes da decisão do próprio ministro Alexandre de Moraes – com informações sobre nomeação de parentes de deputados estaduais no governo Brandão – para provar o nepotismo cruzado na eleição de Daniel Itapary.

A tutela de urgência pedida pelo Solidariedade indica que a decisão do STF deve ser imediata…

Roberto Rocha questiona alcance da decisão de Xandão sobre nepotismo…

Ex-senador aponta que a ação do Solidariedade deveria valer tanto para o Maranhão quanto para outros estados; ele critica também a decisão em relação à jornalista Jaqueline Heluy

 

EFEITO CASCATA. Para Roberto Rocha, a decisão de Alexandre de Moraes sobre nepotismo deveria atingir todos os estados e poderes do país

O ex-senador  Roberto Rocha questionou nesta quarta-feira, 11, o alcance da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, sobre nepotismo cruzado no governo Carlos Brandão (PSB) e na  Assemblei Legislativa.

Para ele, o alcance, desde a origem, deveria ser nacional.

Imaginem o efeito cascata gerado por essa Reclamação do Partido Solidariedade no STF. E aqui cabe uma pergunta: O partido vai formalizar idêntica Reclamação trazendo à tona nomeações em outros estados, de igual forma como age em relação ao Maranhão?”, questionou Rocha.

  • Alexandre de Moraes mandou demitir três diretores da Assembleia que, na ótica dele, teriam relação de parentesco com o governador Carlos Brandão (PSB);
  • para o ministro, as nomeações caracterizariam nepotismo cruzado, mas, curiosamente, ele não mandou demitir ninguém do governo para caracterizar este cruzamento.

Roberto Rocha fez especial menção ao caso envolvendo a diretora de Comunicação da  Assembleia, jornalista Jaqueline Heluy, caso já tratado neste blog Marco Aurélio d’Eça como “absurdo jurídico”.

Nos autos da Reclamação em questão, o partido traz o nome de uma parente por afinidade, com vínculo que inicia com o casamento ou união estável e que não se dissolve nem com o divórcio, não tendo qualquer ligação com a consanguinidade. Trata-se de Jaqueline Barros Heluy, que é sogra de um sobrinho do governador, com nomeação concretizada desde 1991 (33 anos), ou seja, anteriormente a Carlos Brandão ser eleito governador e sem vinculação de nomeação com o chefe do executivo e muito menos com a autoridade nomeante, a chefe do legislativo”, apontou o ex-senador.

Para ele, é fundamental que o STF amplie o poder da decisão de Alexandre de Moraes, para evitar que o alcance tenha apenas objetivos políticos.

O pau que dá em Chico, dá em Francisco. E agora?”, conclui Roberto Rocha…

Em meio à crise com Flávio Dino, Brandão impõe sobrinho à presidência do TCE-MA

Com pouco mais de um ano na Corte de Contas, Daniel Brandão Itapary deve substituir o conselheiro Marcelo Tavares, antigo aliado do governador e hoje muito mais próximo do ministro do Supremo Tribunal Federal

 

EM FAMÍLIA. Daniel Brandão ao lado do tio governador; conselheiro vai comandar a Corte que analisa as contas do governo

O Tribunal de Contas do Maranhão (TCE-MA) elege nesta quarta-feira, 11, o conselheiro Daniel Brandão Itapary como seu novo presidente; sua eleição é vista como uma imposição do governador Carlos Brandão (PSB) à Corte, que tem como atual presidente o conselheiro Marcelo Tavares.

  • escolhido para o TCE-MA em polêmica sessão da Assembleia Legislativa, há pouco mais de um ano, Daniel Brandão é sobrinho do governador;
  • ex-aliado do próprio Brandão, Marcelo Tavares, que poderia disputar a reeleição, é hoje mais próximo do ministro do STF, Flávio Dino.

Por conta do parentesco com o chefe do Palácio dos Leões, a nomeação de Daniel Brandão para a corte de Contas gerou debates sobre nepotismo e legalidade do processo de escolha, resultando em questionamentos na Justiça estadual e, mais recentemente, no STF (Supremo Tribunal Federal). A Assembleia Legislativa e o TCE-MA negam qualquer irregularidade”, apontou o portal  Atual7, ao analisar a eleição no TCE. (Leia a íntegra aqui)

Assim como vem ocorrendo com todas as questões envolvendo a guerra política travada pelo grupo do ministro Flávio Dino e o grupo do governador Carlos Brandão, a eleição de Daniel Brnadão também deve ser questionada no Supremo Tribunal Federal.

  • A tese base é: “sobrinho do chefe do Executivo não pode presidir a Corte de Contas, que analisa exatamente as contas do Executivo; pelo menos no período em que o tio estiver no comando do  Executivo”.

A ação já estaria pronta, só aguardando a confirmação do fato concreto…

Sobrou até pra Othelino na decisão de Xandão sobre Assembleia…

Ministro do Supremo Tribunal Federal mandou tirar das funções os diretores da Casa que têm parentesco com Carlos Brandão, ente eles o diretor Institucional Marcus Brandão, irmão do governador

 

AMICUS CURIAE. ministros Flávio Dino e Alexandre de Moraes conversam em sessão do STF; Moraes mandou demitir parentes de Carlos Brandão na Assembleia (imagem meramente ilustrativa)

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou nesta terça-feira, 10, a exoneração de todos os parentes do governador Carlos Brnadão (PSB) que exerçam cargos em comissão na Assembleia Legislativa, entre eles o irmão, Marcus Brnadão, que é diretor institucional. (Leia a íntegra aqui)

Na mesma decisão, o ministro atingiu o próprio deputado estadual Othelino Neto, presidente regional do partido que entrou com a Ação no Supremo, o Solidariedade.

  • Othelino, assim como os colegas Dr. Yglésio Moyses (PRTB) e Mical Damasceno (PSD), não prestaram ao ministro qualquer informação sobre parentes no governo;
  • os deputados Rodrigo Lago e Rildo Amaral disseram que tinham parentes, mas não informaram cargos ou local onde exercem a função de confiança no governo;
  • Fabiana Vilar, Aluizio Santos, Rosângela Vidal e Vinícius Loro também precisam informar a Alexandre de Moraes sobre parentes na administração direta do governo.

A Procuradoria-geral da Assembleia Legislativa está analisando a situação de cada um.

E já decidiu que recorrerá da decisão do ministro Alexandre de Moraes….

Inaldo Alves faz a festa de parentes em Paço do Lumiar…

No mesmo dia em que era empossado prefeito temporário – por apenas 50 dias – vice-prefeito eleito em 2020 nomeou para cargos no secretariado a própria mulher, o genro e um primo, um festival de nepotismo que repercute negativamente logo no início de sua gestão

 

Inaldo Alves falou grosso contra a farra de Paula Azevedo em Paço do Lumiar; e promoveu a sua própria logo após a posse

O nepotismo aberto foi a marca do primeiro dia de trabalho do novo prefeito de Paço do Lumiar, Inaldo Pereira Alves (PSDB); empossado nesta segunda-feira, 3, em lugar da titular Paula Azevedo (PCdoB) – afastada por 50 dias – ele não demorou nenhum dia para promover parentes ao poder no município:

  • a esposa do prefeito, Rozilane Sousa Pereira, é a nova secretária de Desenvolvimento Social, conforme portaria nº 1528/24;
  • o genro Abner Vellasco ganhou o cargo de secretário de Planejamento e Articulação Governamental (Portaria nº 1479/24;
  • também foi nomeado o primo do prefeito, Fábio Alves, para a pasta da Mobilidade Urbana, conforme Portaria 1526/24.

Diversos outros parentes também foram nomeados no segundo e terceiro escalões desta gestão temporária. (Veja aqui todas as nomeações)

“Acabou a farra [da ex-prefeita Paula Azevedo]”, foi essa a declaração do prefeito, logo após a posse.

Pelo que se vê neste início de gestão, os donos da farra agora são outros…

Justiça manda demitir parentes de chefes do Executivo e Legislativo em todo o Maranhão…

Titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivo, juiz Douglas de Mello Martins, acolheu ação do Ministério Público que tramitava, entre idas e vindas, desde 2006, e tornou nulas todas as nomeações de familiares de governador, de presidentes da Assembleia Legislativa, de deputados, secretários de estado e chefes em todos o níveis da administração, caracterizando os cargos como nepotismo direto ou cruzado

 

Douglas Martins decretou o fim do nepotismo em todos os níveis de poder no Maranhão

O juiz Douglas de Melo Martins, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís, determinou nesta terça-feira, 26, a anulação de todas as nomeações de parentes de governador, presidentes de Assembleia, Secretários de Estado, deputados estaduais, chefes em todos os níveis no âmbito do estado do Maranhão.

A decisão do magistrado atende a pedido do Ministério Público, que tramita desde o ano de 2006; a multa diária por descumprimento da sentença é de R$ 1 mil, válidos a partir do ano de início da sessão, o que significa 18 anos de dias/multa.

– Por todo o exposto, ACOLHO os pedidos formulados pelo Ministério Público Estadual em face do Estado do Maranhão, com arrimo no que preceitua o artigo 487, I, do Código de Processo Civil, e, por conseguinte, DECLARO a nulidade, no âmbito da administração direta e indireta, em todas as esferas de Poder do Estado do Maranhão, de todas as nomeações de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta, inclusive aquelas nomeações para cargos de natureza política, por violarem os princípios estabelecidos no art. 37 da CF. O  descumprimento de quaisquer das determinações acima ensejará multa diária no valor deR$1.000,00 (mil reais) a ser revertida ao Fundo Estadual de Direitos Difusos – diz a decisão de Douglas Martins. (Leia a íntegra aqui)

Serão demitidos todos os parentes das atuais gestões do governo e da Assembleia, seja no Executivo Estadual, Legislativo, Judiciário, prefeituras e câmaras municipais.

Da decisão cabe recurso…

CNJ quer explicações do TJ-MA sobre decisão a jato em favor de sobrinho do governador

Conselho Nacional de Justiça quer entender por que o Efeito Suspensivo de uma Ação Popular que objetiva a anulação da nomeação do conselheiro do TCE-MA – e que havia sido julgada procedente –  foi protocolado, distribuído, passou nas mãos de dois desembargadores e foi concedido em menos de 48 horas, o que foge à praxe do próprio Tribunal de Justiça maranhense até mesmo em matérias de saúde e Mandados de Segurança

O conselheiro Giovanni Olsson deu 15 dias para que o TJ-MA explique a velocidade no caso envolvendo sobrinho do governador

O conselheiro Giovanni Olsson, do Conselho Nacional de Justiça, deu 15 dias para que o Tribunal de Justiça do Maranhão explique como se deu o julgamento de um Pedido de Efeito Suspensivo a uma Apelação interposta pelo conselheiro do Tribunal de  Contas do Estado, Daniel Itapary Brandão, contra decisão judicial que anulou sua nomeação para o TCE.

A escolha de Brandão para o tribunal de contas pela Assembleia Legislativa foi anulada pela Vara de Interesses Difusos e Coletivos em 9 de outubro do ano passado; no mesmo dia, os advogados do conselheiro ajuizaram Apelação com Pedido de Efeito Suspensivo, que chegou ao TJ-MA às 22h50, sendo distribuída ao desembargador Kleber Costa Carvalho.

Às 8h42 do dia 10 de outubro, o desembargador Kleber reencaminhou o caso ao colega Jamil Gedeon Neto, que já tinha atuado em ação semelhante; a redistribuição do tribunal alcançou o gabinete de Gedeon às 8h34 do dia 11 de outubro; e neste mesmo dia, às 17h05, ele concedeu o efeito suspensivo, beneficiando Daniel Itapary, que continua no TCE-MA.

Este caso já havia sido tratado por este blog Marco Aurélio d’Eça, no post “Em embargos, advogados cobram afastamento imediato de Daniel Brandão do TCE-MA…”.

Para o autor da Ação Popular contra Daniel Itapary Brnadão – advogado Aldenor Cunha Rebouças Júnior – a tramitação a jato neste caso é inédito na própria prática do TJ maranhense.

– Em menos de 48 horas o feito tramitou em duas unidades judiciárias de segundo grau, de forma inédita, porque não há registro de tamanha eficiência nas concessões de habeas corpus, tutelas de urgência em matéria de saúde e mandados de segurança. Sem pedido de cumprimento provisório da sentença, nenhuma urgência havia! – pondera Rebouças.

Na ação encaminhada ao CNJ, o advogado lembra a condição de locatário do desembargador Jamil Gedeon Neto, que possui imóveis usados pelo governo Carlos Brandão (PSB).

 – O fato inusitado gerou toda espécie de insinuação, pois a autoridade judiciária possui contrato de locação de imóvel com o estado do Maranhão, e o conselheiro do TCE/MA acoimado de espúrio é justamente o sobrinho do governador. Sentenças da Corte IDH acentuam a necessidade de que o poder Judiciário sirva de inspiração de confiança aos justiçáveis – diz o documento.

Independentemente do pedido de explicações do CNJ, o Tribunal de  Justiça ainda vai se debruçar, no mérito, sobre a Apelação que gerou o efeito suspensivo, o que levará o feito às instâncias superiores da Justiça.

Qualquer que seja o resultado…

Ferry boats apodrecem e chefões da Emap passeiam em helicóptero de R$ 8 milhões…

Sistema de transporte na travessia entre São Luís e Cujupe está em colapso desde o início de 2022, o que não impediu que o atual presidente da empresa que administra o serviço – ao invés de investir na modernização – pagasse aluguel de aeronave para circular em viagens sabe-se lá par aonde

 

Os ferry boats que circulam em São Luís estão todos assim, apodrecidos e com riscos de rachaduras em alto mar

O helicóptero usado por Gilberto Lins da Emap, enquanto os ferry boats apodrecem no meio do mar do Maranhão (imagem: marrapa.com)

Editorial

O presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária, Gilberto Lins, é o responsável por trazer, do Pará para São Luís, o ferry boat José Humberto, uma embarcação de 40 anos, caindo aos pedaços, que ele insiste em manter na travessia entre São Luís e Cujupe, desde quando presidia a Agência de Mobilidade (MOB).

Estranhamente, quando passou a presidir a Emap, Lins ganhou do parente Carlos Brandão (PSB) o controle do mesmo serviço de ferry boat; e continuou mantendo o José Humberto em operação, mesmo com todos os riscos de causar uma tragédia em alto mar maranhense.

Todo o sistema de travessia entre São Luís e a baixada está em colapso, sucateado desde a intervenção do então governador  Flávio Dino (PSB), que tirou as empresas prestadoras do serviço e o abandonou, situação mantida no governo Carlos Brandão.

Mas nem esta situação fez Gilberto Lins repensar o aluguel de um helicóptero por R$ 7, 7 milhões, aeronave que ele usa para se deslocar para cima e para baixo.

Enquanto os usuários sofrem na travessia da Baía de São Marcos, o presidente da Emap e seus diretores voam no conforto do helicóptero pago com o dinheiro do cidadão maranhense.

Sob a mordaça de promotores de Justiça, proibidos pelo procurador-geral de Justiça Eduardo Nicolau, de continuar a investigar o serviço de ferry boat.

E a capitania dos Portos também parece estar embolsada pelo governo…

Em embargos, advogados cobram afastamento imediato de Daniel Brandão do TCE-MA

Além da liminar para afastar o conselheiro, Aldenor Cunha Rebouças Júnior e Juvêncio Lustosa de Farias Júnior pedem esclarecimentos do juiz da Vara de Interesses Difusos e Coletivos sobre suposta compra de votos de deputados, mediante pagamento de emendas de R$ 300 mil para aprovação do nome do sobrinho do governador; e também levantam suspeitas sobre a decisão a jato do desembargador Jamil Gedeon, que teria “interesses locatícios” com o estado

 

Recorte do Embargo assinado pelos advogados Aldenor Rebouças e Juvêncio Lustosa, que aguardam decisão do juiz Douglas Martins

Os advogados Aldenor Cunha Rebouças Júnior e Juvêncio Lustosa de Farias Júnior ingressaram nesta segunda-feira, 16, com Embargos de Declaração contra a decisão do juiz Douglas de Melo Martins, que determinou a anulação da nomeação de Daniel Itapary Brandão para o Tribunal de Contas dos Estado (TCE-MA).

Melo Martins decidiu anular a votação que aprovou o nome de Daniel por este ser sobrinho do governador Carlos Brandão (PSB) – o que na ótica do magistrado, caracterizou nepotismo; a sentença de Douglas Martins teve os efeitos suspensos um dia depois, por decisão do desembargador Jamil Gedeon, assinada em apenas três minutos.

– Sob o ângulo do perigo da demora, mister afastar o beneficiário das funções até o eventual trânsito em julgado da sentença, a fim de evitar: (1) prejuízo mensal ao erário, em razão da satisfação dos vencimentos; (2) dano à coletividade, com a manutenção de indivíduo desprovido de notório conhecimento proferindo decisões, elaborando votos e participando das sessões perante o TCE/MA – cobra o embargo. (grifos do documento)

Para os advogados, o afastamento exigido do sobrinho do governador não causará prejuízos ao TCE-MA, uma vez que há, no tribunal, conselheiros substitutos”.

No embargo, Aldenor Rebouças e Juvêncio Lustosa apontam suposta compra de votos em favor do sobrinho do governador, que liberou, às vésperas do carnaval – e da votação do nome de Daniel – R$ 300 mil em emendas a cada um dos 42 deputados.

O documento encaminhado à Vara de Interesses Difusos e Coletivos cita, inclusive, declaração do deputado Wellington do Curso (PSC) falando dessa emenda – ele que é um deputado eleito pela oposição – e declarações do próprio governador, confirmando que liberou as emendas aos parlamentares.

Ouro ponto grave do Embargo de Declaração pedindo o afastamento imediato de Daniel Brandão do TCE-MA é o capítulo que trata da tramitação relâmpago do recurso ao desembargador Jamil Gedeon.

O pedido foi apresentado, às 22h51 da segunda-feira, 9, a princípio para o desembargador Kléber Costa de Carvalho. Concluso às 8h39 do dia seguinte, foi  despachado em meros três minutos (8h42) e enviado ao diário às 9h49. Redistribuído por prevenção e concluso a Jamil Gedeon às 8h34 da quarta-feira, 11, veio interlocutória às 17h05.

– É preciso esclarecer a população e defender a aparência de imparcialidade da Corte, principalmente em razão das insinuações de existência de interesse locatício com o estado do Maranhão – diz o embargo, que cita decisões do STF contra ações que mascaram consultas, como suspeita-se, ocorreu neste caso.

O embargo pede também que o Tribunal de Justiça esclareça por que não foi observada a ordem de chegada do processo aos gabinetes dos dois desembargadores.

O Embargo de Declaração, amplamente documentado, foi protocolado ainda na noite de domingo, 15, exatamente às 20h51.

Aguarda agora a decisão de Douglas Martins sob a liminar requerida…