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Por que tanta força na periferia? Os quiosques da área nobre também não são pontos de crimes?

Com apoio do Ministério Público e da polícia, a Secretaria de Urbanismo tem agido com força na periferia de São Luís para acabar com o que chama de comércio irregular.

A justificativa é que estes pontos podem ser também pontos de outros crimes, como poluição sonora, tráfico de drogas e prostituição.

Pelo que se viu até agora nas imagens, os donos dos pontos são simples trabalhadores em busca da sobrevivência por conta própria, desiludidos que estão da esperança no amparo do poder público.

Mas por que a força bruta só na perfiferia?

Por acaso as barracas da Avenida Daniel de La Touche – Caprichos Pizzas, XanxanDuix e outras aberrações – também não estão irregulares?

Que dizer do mercado-persa em que se tranformou a área em frente ao Barramar, no Calhau?

Nada difere de uma invasão urbana a  área em frente ao Bom Preço do São Francisco, com barracas sujas e de higiene duvidosa.

Mas ninguém diz nada por que frequentadas pela classe média local. 

Tanto quanto os do Anjo da Guarda, todos são pontos comerciais irregulares, alguns com mais de 20 anos de existência.

E muitos dos agentes públicos que agem com rigor na periferia passam nestes “inferninhos” para o happy hour após o dia de trabalho – provavelmente orgulhoso por ter destruído o ganha-pão do proletário, enquanto se diverte no ambiente igualmente irregular do burguês.

Mas ninguém mexe, por causa das relações destes “empresários”. Geralmente são amigos ou parentes do deputado, do juíz, do secretário, do vereador…

E vão levando a vida, enriquecendo sob a benevolência do poder público.

Enquanto a periferia é tratada com um rigor insensivel e covarde…

As imagens são meramente ilustrativas