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CRM orienta há dois meses uso de cloroquina na primeira fase da coVID-19

Blog Marco Aurélio D’Eça teve acesso a Ofício encaminhado aos hospitais. ainda em março, pelo Conselho Regional de Medicina do Maranhão, orientando sobre o uso da substância, associada a Azitromicina e Zinco, tendo como alvo principal “pessoas idosas ou portadores de doenças crônicas”

 

Conselho Regional de Medicina orienta uso da cloroquina já na primeira fase da doença, mas só agora se debateu sobre o tema

Uma nova polêmica abriu-se nas redes sociais e na imprensa, desde o fim de semana, após o governador Flávio Dino (PCdoB) publicar informação sobre doação de kits para tratamento da coVID-19, depois retirada de seus perfis.

A partir das notas de Dino – que vinha criticando duramente o presidente Jair Bolsonaro por defender o uso em massa da hidroxicloroquina – iniciou-se uma discussão sobre o uso da substância já na primeira fase da doença, o que seria uma novidade para parte da imprensa.

Mas, na verdade, este protocolo já é usado desde o início da pandemia de coronavírus.

Ou pelo menos deveria estar sendo usado nos hospitais maranhenses.

O blog Marco Marco Aurélio D’Eça teve acesso a Ofício do Conselho Regional de Medicina do Maranhão (CRM-MA), encaminhado, ainda em março, à Prefeitura de Imperatriz, com orientações sobre o uso da Cloroquina já na primeira fase da doença. (Veja print do documento abaixo)

Documento do CRM-MA orienta para início do tratamento com cloroquina já na primeira fase da coVID-19, quando não há inflamação

O documento – o mesmo encaminhado também à Prefeitura de São Luís e ao Governo do Estado – foi atualizado em 1º de maio e orienta sobre o uso da cloroquina associada à Azitromicina e ao Zinco.

– O principal objetivo deste protocolo é sugerir que o tratamento da CoVID-19 seja iniciado o mais precocemente possível, ainda na fase infecciosa, pois no momento em que se inicia a fase inflamatória da doença, a condição do paciente se deteriora rapidamente, e muitos irão precisar de leitos (…) sobrecarregando o sistema de saúde (…) –  diz o protocolo, já em sua abertura.

E qual é esse protocolo usado, repita-se, desde março?

O próprio documento aponta:

– Hidroxicloroquina:  1º dia – 400mg via oral, de 12 em 12 horas. Do 2º ao 7º dia: 400mg via oral ao dia – diz o protocolo, que aponta também azitromicina e zinco associados ao tratamento.

Logo abaixo, o CRM-MA faz uma advertência: o tempo de uso pode variar segundo avaliação médica, podendo ser usado de 5 até 10 dias, conforme o caso.

O documento do CRM-MA serviu, inclusive, como base para dois posts do blog Marco Aurélio D’Eça.

O primeiro., em 7 de maio, denunciava, com base em relatos de pacientes, “preços abusivos de cloroquina em farmácias…”, motivados, segundo as denúncias, pelo confisco de lotes pelo governo do estado.

O outro post – uma reportagem especial – mostrava como o “Maranhão, mesmo contestando, usa cloroquina contra coVID-19…”

O documento do CRM-MA, de oito páginas, assinado pelo Conselheiro Nailton Jorge Ferreira Lyra, discorre detalhadamente sobre estudos dos efeitos da hidroxicloroquina e traz, inclusive, modelo de autorização obrigatória para os pacientes.

No caso específico do Governo do Estado, o próprio Flávio Dino reconheceu o uso conforme a orientação médica, durante a entrevista à TV Mirante, na noite da segunda-feria, 18.

– Há muitas semanas pacientes têm recebido a hidroxicloroquina – frisou ele, dizendo ser estranha a politização deste tema.

– Uma polêmica desnecessária – disse o governador. 

Que ele próprio siga as suas palavras…

 

 

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Santa Rita: prefeitura vai instalar túneis de descontaminação na porta de bancos

Estrutura foi usada pela primeira vez semana passada e teve aprovação da população, o que levou o prefeito Hilton Gonçalo a adquirir mais três dela para usar nas agências bancárias do município

 

A Prefeitura de Santa Rita instalou na semana passada o primeiro de túnel de descontaminação do novo coronavírus. E diante da aprovação da medida e do resultado, o prefeito Hilton Gonçalo anunciou nesta semana a aquisição de novas três estruturas, que vão ser instaladas nas portas dos três bancos da cidade – Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Bradesco.

O primeiro dos três novos túneis de descontaminação já chegou em Santa Rita e foi instalado ao lado da agência da Caixa Econômica Federal, nesta sexta-feira (15). De acordo com o prefeito Hilton Gonçalo, ele percebe uma grande aglomeração nas portas dos bancos e por isso adotou essa nova medida.

Com esse novo sistema, Hilton Gonçalo acredita que o número de casos do novo coronavírus possam diminuir no município. Atualmente são 82 casos, porém apenas 28 são considerados ativos, ou seja, os outros já estão recuperados da covid-19.

O túnel de descontaminação adquirido pela Prefeitura de Santa Rita, possui 2,2 metros de comprimento e pode receber até oito pessoas simultaneamente. Esse túnel é antecipadamente preparado, passando por uma esterilização de uma hora.

As pessoas que passam por esse túnel têm suas roupas, pele, objetos, cabelo e mãos descontaminados. Nesse túnel de dois metros, existem dois ozonizadores.

O processo de descontaminação vem sendo adotado em diversos países como a Túrquia, Japão, Córeia do Sul e outros. No Brasil, o sistema já é utilizado no Rio de Janeiro e em plataformas da Petrobras.

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Andreia Rezende em mais um desafio…

Deputada estadual vinha apresentando sintomas e testou positivo para coVID-19, iniciando imediatamente o tratamento

 

Nesta sexta-feira (15), mais um parlamentar maranhense confirmou que contraiu o novo coronavírus. Através de sua assessoria de comunicação, a deputada estadual Andreia Martins Rezende (DEM) emitiu uma Nota confirmando que testou positivo para a Covid-19.

A deputada é a sexta parlamentar maranhense a, oficialmente, a contrair a Covid-19. Antes dela, confirmaram testes positivos os parlamentares: Aluísio Mendes e Pastor Gildenemyr (federais), Helena Duailibe, Daniella Tema e Carlinhos Florêncio (estaduais).

De acordo com a Nota, a deputada já vinha apresentando alguns dos sintomas da doença, como febre, dores no corpo e tosse, mas somente nesta sexta-feira veio a confirmação.

A Nota diz ainda que Andreia Rezende está estável, cumprindo todas as orientações médicas e já no seu 13º dia da doença. ]

Veja abaixo:

A Assessoria de Comunicação da deputada estadual Andreia Martins Rezende (DEM), vem por meio desta nota, informar que após sintomas primários do novo coronavírus, como tosse, febre e dores no corpo, a parlamentar realizou o teste para comprovação da doença, tendo sido o teste POSITIVO.

Seu estado de saúde é ESTÁVEL, já no 13° dia de medicação, e cumprindo todas as orientações médicas, em isolamento na sua residência, em São Luís.

Reiteramos o seu quadro de saúde atual: ESTÁVEL.

De antemão, agradecemos a equipe médica que vem acompanhando com muita dedicação, todas as orações e mensagens de carinho estimando melhoras, por parte de todos(as) os(as) maranhenses.

Em breve traremos melhores notícias.

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Paulo Neto desmonta fake news sobre UTI em sua casa…

Deputado estadual foi vítima de informação falsa sobre a saúde de seus familiares, que foi desmentida em vídeo gravado na manhã deste sábado e pela visita jornalística à casa da família Neto, em Mata Roma

 

Acima a fake news montada contra Paulo Neto; perceba que a imagem usada para ilustrar a “matéria” foi retirada do serviço de imagens do buscador Google

Vítima de fake news – apontando que uma UTI havia sido montada em sua casa, preparando-se para eventual contaminação pela coVID-19 – o deputado Paulo Neto e sua esposa, Carmem Neto, desmentiram a informação na manhã deste sábado, 16.

O parlamentar gravou vídeo para provar que não estava contaminado.

– Hoje fui surpreendido por um, não sei se é blog, não sei…, que diz que eu implantei aqui em minha residência uma UTI para minha família, ou pra mim, não sei. Isso é coisa de vagabundo. Esse vagabundo sempre vem plantando matéria contra mim. Sempre que adoeci, procurei hospital para me tratar. Não tenho necessidade de ter uma UTI, porque estou muito bem, eu e minha família. Só estamos de quarentena, como todos os brasileiros – declarou Paulo Neto.

No vídeo, gravado neste sábado, 16, Paulo Neto demente fake news sobre UTI em sua residência, informação falsa plantada em site apócrifo de Urbano Santos

A informação falsa sobre a UTI foi divulgada no blog apócrifo Diário Urbanossantense, que calculou o valor do equipamento em R$ 250 mil. A matéria usa uma imagem do Google para passar a ideia de que era o equipamento da casa do deputado. 

Para desmentir a informação, a família Neto recebeu representantes do blog do Alexandre Cunha, que constatou a inexistência de qualquer UTI na casa do parlamentar.

– Eu, meu marido e toda nossa família estamos todos bem graças a Deus. E se acaso fosse preciso esse recurso [uma UTI], saberíamos que o melhor lugar a ser procurado seria um hospital; sabemos que esse vírus é muito perigoso e sua cura de uma certa forma rápida. Pra que precisaríamos de uma UTI domiciliar? – questionou a ex-prefeita Carmem Neto.

Paulo Neto e esposa declararam que vão tomar providências contra esta fake news

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Live beneficente com Teresa Canto acontece neste sábado

Em todo o Brasil, neste período de pandemia, as lives de artistas se tornaram uma diversão para que as pessoas curtam em casa shows dos mais diversos artistas.

O que torna estas lives diferenciadas é o trabalho de arrecadação de dinheiro, alimentos e também material de higiene e limpeza para serem distribuídos à população mais vulnerável. E esta “mania do bem” de lives também ocorrerá em São Luís, capital maranhense.

A Loja Maçônica Renascença 40 promoverá uma live com a cantora Teresa Canto, que trará uma playlist com músicas maranhenses e também as mais populares da música brasileira.

A live será transmitida pelo perfil da Loja Maçônica na rede social Instagram neste sábado, 16, às 16h.

O show em casa de Tereza Canto acontecerá até às 18h. Durante este período, serão arrecadadas cestas básicas para serem distribuídos a famílias da capital.

As doações poderão ser feitas por meio de QRcode disponível durante a apresentação.

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De como Flávio Dino fechou leitos que poderiam ser usados contra a coVId-19

Quando assumiu, governador tinha à sua disposição hospitais em funcionamento ou em fase final de construção em vários municípios que agora sofrem a ameaça da pandemia de coronavírus; boa parte destas unidades está fechada, com obras paradas ou foram descontinuadas ao longo destes cinco anos

 

Hospitais como este, em Barra do Corda, ainda estavam assim em 2018, quatro anos depois de Flávio Dino assumir o governo do Maranhão

 

Editorial

Flávio Dino (PCdoB) assumiu o mandato de governador em 1º de janeiro de 2015.

Na época, o Maranhão tinha disponíveis nada menos que 332 leitos de UTI em todo o estado, segundo dados oficiais da própria Secretaria de Saúde da época. (Entenda aqui)

Foram 96 recuperados e outros 236 criados na gestão Roseana Sarney (MDB).

Além disso, Flávio Dino recebeu recebeu mais 86 leitos com equipamentos já comprados e prontos para serem instalados nos então novos hospitais macrorregionais.

Em 2012, o então ministro da Saúde, Alexandre Padilha, constatou a excelência do atendimento nas UPAs maranhenses

Para se ter ideia, até as UPAs dispunham de “UTI de curta duração em suas salas vermelhas”, num total de 55 leitos, comprovando a excelência do sistema público de saúde maranhense até 2014. (Relembre aqui, aqui, aqui e também aqui)

Flávio Dino fechou ou simplesmente descontinuou todo esse sistema no interior. (Entenda aqui)

Para começar, foram fechados em quatro anos 15 hospitais de 20 leitos – que se espalhavam por municípios de todo o estado. 

Os chamados macrorregionais estão sucateados, sem estrutura para atender demandas como a da coVID-19, que já é difícil até mesmo na Grande São Luís.

Pelo menos 15 hospitais de 20 leitos, como este, foram encerrados por Flávio Dino ao longo dos seus quatro anos de mandato

Outras unidades, como as de Viana e Pedreiras, por exemplo, estão prontas, mas sem funcionamento por que nunca foram inauguradas. (Reveja aqui) 

Em dezembro de 2016, o blog Marco Aurélio D’Eça publicou o post “A falência das UPAs no governo comunista de Flávio Dino…”, linkando dois outros posts que mostravam a realidade daquelas unidades dois anos depois da posse do governador. 

Já recentemente, em setembro de 2019 – poucos meses antes do início da pandemia – o deputado César Pires (PV) denunciava na Assembleia o “desmonte do sistema de saúde no Maranhão”.  

Diante desta realidade, é de se esperar um colapso no interior do estado com o alastramento do coronavírus, que já atingiu 85% dos municípios, alguns sem a mínima estrutura para atendimento em massa.

É cada vez maior o risco de uma procissão de ambulâncias do interior maranhense em direção a São Luís por atendimento à coVID-19

O blog Marco Aurélio D’Eça tem repetido há alguns dias a expressão “Procissão de Ambulâncias”  – lembrando um chavão do ex-governador Jackson Lago (PDT) – para alertar sobre o risco de descontrole da pandemia.

E qual o risco?

Cidades desestruturadas encaminhando pacientes em massa para São Luís, já em colapso pelo atendimento sistêmico de infectados pela coVID-19.

E tudo isso poderia ser evitado por Flávio Dino…

Leia também:

O desmonte da Saúde no Maranhão…

Sobre macas e procissão e ambulâncias…

Procissão de ambulâncias voltou com força no governo Flávio Dino… 

Cortes festejados por Flávio Dino resultaram na má qualidade da Saúde…

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Interferência de Bolsonaro na Saúde também é crime de responsabilidade

Investigado sob acusação de tentar usar o Ministério da Justiça e a Polícia Federal para atender seus interesses, presidente impõe várias medidas no Ministério da Saúde ainda mais evidentes de que atendem a si e a aliados

 

Jair Bolsonaro tentou impor sua vontade no Ministério da Saúde; como não conseguiu, demitiu Nelson Teich da pasta menos de um mês após nomeá-lo

A saída do ministro da Saúde, Nelson Teich, nesta sexta-feira, 15, foi mais uma evidência clara de que o presidente Jair Bolsonaro age no governo para atender seus interesses pessoais.

Teich – o segundo ministro da área a deixar o cargo desde o início da pandemia de coronavírus – caiu por que não aceitava a interferência de Bolsonaro para liberação do uso de cloroquina e para a abertura em massa das atividades econômicas no país.

Bolsonaro enfrenta inquérito na Polícia Federal, determinado pelo Supremo Tribunal Federal, por que é acusado de tentar interferir na própria PF em favor dos seus “familiares e aliados”, como ele mesmo explicitou em reunião ministerial.

A comprovação das acusações pode levar a um processo por crime de responsabilidade o que, por sua vez, pode resultar em um processo de impeachment.

Ora, se essas interferências dele no setor da Justiça e da Segurança ainda estão em fase de investigação, as da pasta da Saúde já estão mais do que claras.

O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta deixou o cargo por não aceitar que Bolsonaro  quebrasse o bloqueio social imposto pelo ministério.

Depois disso, o presidente vem fazendo campanha aberta em favor de empresários, pressionando o STF e os governadores a reabrir a economia.

No início da semana, sem conhecimento do ministro Teich, ele editou Decreto liberando o funcionamento de salões de beleza, academias e barbearias.

E vinha, desde então pressionando Nelson Teich a liberar o uso da cloroquina, além de afrouxar o isolamento social.

Se as autoridades investigam evidências da interferência de Bolsonaro na Polícia Federal, essa interferência já está mais que evidente no Ministério da Justiça.

Impeachment nele…

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Taxa de infectados no interior dobrou em 15 dias, alerta Juscelino Filho

Deputado federal cobrou informações da Secretaria de Saúde sobre as ações do governo para os municípios fora da Grande São Luís, que tinham 17% de pacientes da coVID-19 no início de maio e hoje já representam 39% do total

 

Juscelino Filho alerta para os riscos de alastramento do coronavírus no interior maranhense, sem estrutura para tantos caos de coVID-19

O deputado federal Juscelino Filho (DEM) mostrou preocupação com o alastramento dos casos de coVID-19 no interior do Maranhão.

Segundo ele, os municípios fora da Grande São Luís representavam 17% do total de infectados no Maranhão; hoje, já são 39%, mais que o dobro do início do mês.

– Tenho acompanhado as fortes medidas do governo estadual para controlar o distanciamento social na Ilha de São Luís, para evitar a disseminação da doença, e também os esforços para ampliar a oferta de leitos clínicos e de UTI na capital. Mas preocupa o avanço da Covid-19 em todo o interior maranhense, onde os números de casos, internações e mortes aumentam rapidamente. Há municípios se preparando, comprando até respiradores, mas poucos têm condições para ter uma estrutura adequada para esse grave momento – alertou Juscelino Filho.

O blog Marco Aurélio D’Eça mostrou em dois posts ao longo desta semana, os riscos do alastramento da coVID-19 para o interior maranhense.

No primeiro post, intitulado “Flávio Dino é um Bolsonaro de sinal trocado…”, o advogado Abdon Marinho alerta para o risco de se ver na entrada de São Luís “‘procissão de ambulâncias’ de municípios sem estrutura para atender tantos pacientes”.

O segundo post, nesta quinta-feira, 14, com o título “Pico da pandemia ainda não chegou ao Maranhão…”, mostra a situação de hospitais que deveriam estar funcionando, mas que o governo Flávio Dino (PCdoB) nunca inaugurou. 

 

Boa parte dos hospitais no interior estão assim, mesmo cinco anos depois de Flávio Dino ter recebido quase todos em condições de funcionamento

Juscelino Filho encaminhou ao secretário Carlos Lula questionamentos quanto o número de unidades de saúde da rede estadual nos municípios, leitos clínicos e de UTI, se há previsão de outros hospitais de campanha e a quantidade de EPIs para profissionais de saúde, além dos testes para a coVID-19.

– São questões essenciais nesta árdua luta contra a Covid-19 – afirmou o parlamentar.

A preocupação do Governo do Estado, por enquanto, se dá mas efetivamente com a Grande São Luís.

Não há informações sobre a resposta do secretário ao deputado federal…

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Pico da pandemia ainda não chegou ao Maranhão….

Apesar da festa que o governo Flávio Dino faz da redução no número de contaminados no estado – resultado direto da falta de testes e não por causa de qualquer ação – o índice de alastramento da coVID-19 ainda está em crescimento e leva ao risco de colapso em municípios sem estrutura de saúde adequada

 

A falta de testes tem relação direta com a redução no número de contaminados pela coVID-19 no Maranhão

O governador Flávio Dino (PCdoB), seu secretário de Saúde, Carlos Eduardo Lula, e boa parte do governo e seus aliados na política e na mídia comemoram desde a terça-feira, 12, a suposta redução no número de contaminados pela coVID-19, que naquele dia foi de apenas 166.

Os números reduzidos, porém, não têm nenhuma relação com qualquer ação do governo, mas são resultado direto da falta de testes na rede pública do estado.

Com menos testes realizados, natural que o número de contaminados também diminua.

O fato é que o Maranhão ainda está na linha de subida da pandemia, cujo pico deve ocorrer  apenas no início de junho, conforme estudo da Universidade Federal de Minas Gerais, já publicado no blog Marco Aurélio D’Eça. (Relembre aqui e aqui)

Vídeo distribuído pelo senador Roberto Rocha mostra hospitais fechados em plena pandemia de coronavírus em vários municípios 

Além disso, a doença já se alastra desenfreadamente pelo interior maranhense, chegando a municípios sem a menor estrutura de atendimento para a coVId-19.

Municípios como Viana, Penalva, São João Batista e Matinha – que aparecem no vídeo acima, divulgado pelo senador Roberto Rocha (PSDB) – poderiam ter esta estrutura,  

Essa estrutura não existe, porém, por que foi descontinuada pelo próprio governo Flávio Dino.

Mas esta é uma outra história…

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De como a negligência política tornou o carnaval foco da coVID-19…

Baseado em estudos de especialistas e ações governamentais, desde o dia 3 de fevereiro, quando o Ministério da Saúde publicou portaria com “alerta de emergência”, blog Marco Aurélio D’Eça traçou a linha do tempo da chegada da pandemia ao Brasil, agora que já se sabe que o vírus circulava no país desde janeiro, segundo estudo da FioCruz

 

Eram assim que estavam as ruas do Rio de Janeiro durante o carnaval 2020, mesmo com o alerta de emergência contra o coronavírus

Reportagem especial

3 de fevereiro de 2020. O então ministro da Saúde, Henrique Mandetta, publica a Portaria nº 188/2020, que declara a “Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional”, diante da gravidade do avanço do coronavírus. (Veja aqui)

O alerta foi encaminhado a governadores, autoridades privadas de saúde e especialistas; também foi criado o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE-nCoV), mecanismo nacional para atuar no combate ao vírus. 

Em outras palavras: todos os que deveriam já sabiam dos riscos do coronavírus.

Faltavam exatos 20 dias para o carnaval.

5 de fevereiro de 2020. A rede britânica BBC publica em sua edição brasileira post com a seguinte pergunta: “Coronavírus deve cancelar o Carnaval e outros eventos que atraem multidões?”.

No longo texto, o site ressalta a força do contágio do vírus, dá voz a especialistas e autoridades sobre os riscos de proliferação da coVID-19, cita estudos e ressalta:

– No caso do Carnaval, a grande aglomeração de pessoas num espaço reduzido, inclusive trocando abraços e beijos, acaba por facilitar o alastramento de qualquer doença. (Leia a íntegra da reportagem aqui)

Faltavam 15 dias para o início do carnaval.

Já próximo do feriado da folia momesca, a Fundação Arthur Bernardes publicou entrevista com o professor Sérgio Paula, do Laboratório de Imunovirologia Molecular do Departamento de Biologia Geral da Universidade Federal de Viçosa (UFV). 

Objetivo: saber até que ponto as pessoas deveriam se preocupar com o coronavírus durante o carnaval.

O professor-doutor afirmou a reportagem da Funarbe que a preocupação deveria se dar com “outros vírus e bactérias”.

– A transmissão vai ser mais comum e eficaz em países temperados. Por causa do frio, a tendência de condensação populacional é muito grande. Elas ficam mais em locais fechados e com contato mais próximo. Entretanto, mais cedo ou mais tarde ele vai chegar aqui, mas será um caso importado de alguém – estabeleceu de Paula.

E começou o Carnaval.

O ministro Henrique Mandetta editou o “”alerta de emergência”, mas ele próprio disse não haver preocupação com o carnaval

26 de fevereiro de 2020. O mesmo Henrique Mandetta que editou a “Declaração de Emergência de Importância Nacional” afirma, em reportagem do UOL, que sua preocupação era mais com as pessoas em viagem do que com o carnaval.

– A nossa preocupação sempre foi as pessoas saírem do Brasil, porque aqui as pessoas estão dentro de um bioma em equilíbrio – afirmou o então ministro. (Leia aqui) 

E o carnaval 2020 passou…

Parte II

Cenário no Maranhão: Folia, festa e “nem aí!”

Flávio Dino curte a folia momesca no Centro Histórico de São Luís, em meio a multidão de foliões; e o vírus já circulava por aí..

No Maranhão, a preocupação com o vírus sequer existia.

A grande discussão no estado – sobretudo na capital, São Luís – era especular sobre o sucesso ou fracasso do carnaval promovido pelo poder público.

3 de fevereiro de 2020. O secretário de Saúde do Maranhão, advogado Carlos Eduardo Lula, publica artigo no Jornal Pequeno – reproduzido pelo site do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) – em que ironiza o pânico com o coronavírus e minimiza os riscos de infecção e de letalidade da coVID-19.

– Quando o carnaval chegar, não precisamos fugir para as montanhas, comprar roupa de astronauta, construir uma casa no subsolo ou nunca mais sair de casa. O coronavírus não nos renderá um apocalipse, mas toda a preocupação em torno da doença poderia nos lembrar de nossas tragédias cotidianas que teimamos em não solucionar – afirmou Lula. (Leia o artigo aqui)  

E o Maranhão se prepara para o carnaval.

7 de fevereiro de 2020. A infectologista maranhense Maria dos Remédios Branco, professora-doutora da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), declarou ao site “Nossa Ciência” não haver motivo para pânico no Brasil com o coronavírus.

– Aparentemente, a gente não teria preocupação com essa doença no carnaval. Aparentemente não se está numa situação, ainda, de se preocupar nesse nível. Mas a gente tem que lembrar da prevenção. E a prevenção desse coronavírus é muito relacionada a hábitos básicos de higiene, que a gente deveria ter em qualquer situação, independente de ter coronavírus – declarou a médica. (Leia aqui a íntegra da entrevista)

O carnaval estava a 13 dias de começar.

23 de fevereiro de 2020. O governador Flávio Dino publica artigo no site do PCdoB – ilustrado com foto do governador abraçado a foliões em meio à multidão em São Luís – em que celebra a folia momesca no Maranhão.

– As milhares de pessoas que lotaram o nosso pré-carnaval anunciaram o sucesso que temos visto no Carnaval do Maranhão 2020, consolidando-se como umas das maiores festas do país, a cada ano com maior participação popular – comemora o governador.

Carnaval era festa, folia e alegria no Brasil. 

Quase três meses após o carnaval é o coronavírus quem faz a sua festa, destruindo famílias, que não podem, sequer, se despedir de seus entes mortos pela coVID-19

12 de maio de 2020. Estudo da Fundação Oswaldo Cruz, publicado no site da instituição, confirma que o coronavírus chegou ao Brasil quatro semanas antes do carnaval, o que descarta o italiano contaminado em São Paulo como a primeira vítima no país.

– O novo coronavírus começou a se espalhar no Brasil por volta da primeira semana de fevereiro. Mais de 20 dias antes do primeiro caso ser diagnosticado em um viajante que retornou da Itália, em 26 de fevereiro, e quase 40 dias antes das primeiras confirmações oficiais de transmissão comunitária, em 13 de março – afirma o estudo, publicado também no blog Marco Aurélio D’Eça. (Reveja aqui)

Esta linha do tempo mostra que a disseminação do coronavírus pelo país ganhou força com a pouca importância dada pelas autoridades de saúde.

E confirma que o carnaval foi, sim, foco de contaminação.

E não há o que discutir quanto a isso…