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Evangélicos rejeitam coronelismo gospel na Assembleia de Deus…

Formada hoje por uma geração de jovens mais esclarecida e preparada, denominação vê criticamente a tentativa do pastor José Guimarães Coutinho de impor “voto de cabresto” à igreja

 

A Bíblia e o voto devem ser questões pessoais

A Bíblia e o voto devem ser questões pessoais

O segmento evangélico de São Luís reagiu com indignação ao manifesto assinado pelo presidente da Igreja Assembleia de Deus, pastor José Guimarães Coutinho, que impõe o “voto de cabresto” no prefeito Edivaldo Júnior (PDT).

Espécie de coronel gospel, há 20 anos no comando da AD, Coutinho tenta reviver uma prática já condenada pelos próprios fieis da igreja: a transformação dos templos em curral eleitoral

E a reação de internautas ao post “Para impedir derrota, Edivaldo apela para o coronelismo gospel…” mostra o avanço da juventude evangélica contra lideranças que insistem em manter práticas ultrapassadas.

O comentarista Magno Lanois, por exemplo, prega a liberdade dos membros para escolher seus candidatos a cargos eletivos.

– Os membros da Assembleia de Deus são livres pra votar pra quem achar melhor – afirmou Lanois.

Para a leitora identificada por Ana, a ação é uma “apelação do prefeito Edivaldo”.

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Pastor Coutinho tenta conduzir o voto na Assembleia de Deus; fieis rejeitam

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Em seu manifesto pró-Holandinha, pastor Coutinho explora ao limite o chamado “voto de cabresto”, ao impor aos membros não apenas a opção pelo pedetista – que tem um comunista como vice – mas também a obrigação da busca por outros votos.

– Pedimos a todos o seus membros e congregados que votem e conquistem outros votos para conduzirmos o servo do Senhor à vitória – declarou o presidente da AD.

Maior denominação evangélica de São Luís, a Igreja Assembleia de Deus vem passando, ao longo dos últimos 20 anos, por uma forte renovação, com a chegada de jovens mais esclarecidos e mais preparados, inclusive espiritualmente, o que também forçou a mudança de paradigmas na questão política.

Na contramão deste processo, a cúpula da igreja insiste em manter velhas práticas, inclusive na formação de novos líderes, da mesma forma como fazia há 30, 40 anos atrás.

O resultado é uma forte dicotomia entre o que tentam impor os pastores e o que realmente querem – e pensam – os membros da igreja.

E a rejeição ao manifesto do “coronel gospel” José Coutinho é um exemplo desta mudança na Assembleia de Deus.

Mudança salutar para todo segmento evangélico…