0

Duarte Júnior garante: “está certa minha candidatura com vice do PT”…

Declaração do deputado federal ao jornal O Globo põe em cheque a Federação Brasil-Esperança, que tem outros dois partidos além da legenda de Lula e ainda articula a filiação do ex-prefeito Edivaldo Júnior

 

Dando como certo o vice do PT, Duarte quer agora o PL de Josimar, o PP de Fufuca e o PDT de Weverton Rocha

O deputado federal Duarte Júnior (PSB) não titubeou ao declarar ao jornal O Globo, neste domingo, 3, que sua candidatura a prefeito de São Luís terá o apoio da federação Brasil-Esperança, com um vice indicado pelo PT.

– Está certa minha candidatura em São Luís, com vice do PT, consolidando o apoio da federação (PT, PCdoB e PV) – afirmou o parlamentar, que articula ainda outros partidos para sua coligação.

A declaração de Duarte põe em xeque outra articulação da federação, com o ex-prefeito Edivaldo Júnior (sem partido). Edivaldo tenta filiar-se ao PV para ter a mesma federação em sua campanha; e já conta com apoio do PCdoB.

Duarte Júnior espera consolidar-se na base do governo Carlos Brandão com apoio de diversos outros partidos, da direita e da esquerda.

Ele fala no PL, de Josimar Maranhãozinho, no PP, de André Fufuca, e no PDT, do senador  Weverton Rocha.

E a convicção de suas declarações não deixam dúvida do que pretende…

0

Ainda indefinido, PDT gravita entre projetos eleitorais em São Luís

Enquanto o senador Weverton Rocha se afasta dos pedetistas mais alinhados ao governador Carlos Brandão – o que indica possibilidade de estar com Duarte Júnior, candidato do ministro Flávio Dino – o vereador Raimundo Penha reforça sua aliança com o presidente da Câmara, Paulo Victor, fechada desde o ano passado; mas o ex-vereador Fábio Câmara defende um maior protagonismo do partido em 2024

 

O PDT em uma foto: Osmar Filho alinhado a Brandão, que Weverton não apoia, mas dá o partido a Penha, que apoia exatamente o candidato de Brandão

Análise da Notícia

O PDT iniciou nas últimas semanas uma série de movimentos que acabam por confundir ainda mais sobre seu projeto para as eleições de 2024 em São Luís.

Há duas semanas, o deputado estadual Osmar Filho deixou a presidência do partido, após pouco mais de seis meses no posto. Ao blog Marco Aurélio d’Eça, disse tratar-se de ato já previsto: “meu mandato era de apenas sete meses”, afirmou.

Aliados do senador Weverton Rocha, no entanto, apontam que o movimento é mais um no processo de afastamento dos pedetistas mais alinhados ao governador Carlos Brandão (PSB), a exemplo do que já havia ocorrido com o também deputado Glalbert Cutrim.

Ocorre que a presidência de São Luís foi devolvida ao vereador Raimundo Penha, que desde o ano passado já está em campanha pelo colega Paulo Victor (PSDB), principal nome da base de Brandão, o que desmontaria a tese dos aliados de Rocha.

– Já conversamos; não existe mais isso. Ele [Penha] realinhou o projeto – disse Weverton ao blog Marco Aurélio d’Eça.

A posição do senador indicaria que o PDT pode mesmo apoiar o deputado federal Duarte Júnior (PSB) na disputa pela Prefeitura de São Luís, como parte do movimento de reaproximação entre Weverton e o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), como já mostrou este blog Marco Aurélio d’Eça. (Relembre aqui, aqui e aqui)

Mas dentro do PDT há outras correntes – sobretudo a histórica do partido – que defendem maior protagonismo em 2024.

Neste aspecto, quem dialoga com essas correntes é o ex-vereador e ex-candidato a prefeito Fábio Câmara, que defende o PDT no centro do debate eleitoral em São Luís.

– Temos nomes, temos força partidária, temos militância e temos, sobretudo, história em São Luís para debater a cidade – prega o suplente de vereador, único da atual nominata a assumir publicamente que permanecerá no partido de Weverton nas eleições de 2024.

Toda essa movimentação interna reflete o que lideranças como o ex-secretário Abdelaziz Santos e os ex-vereadores Rubem Brito e Renato Dionísio já manifestaram em artigos na imprensa maranhense: o PDT tem tempo para voltar ao protagonismo, mas precisa realinhar seu discurso, seu programa, sua doutrina.

E, sobretudo, seu projeto de poder…

0

“Não estou procurando lado ou canto”, afirma Weverton sobre política maranhense

Senador lembra que passou a vida inteira filiado ao PDT, sempre no mesmo campo político, que seu partido esteve sempre do mesmo lado do PCdoB, do PSB e do PT – de forma política e ideológica – que sua disputa em 2022 não foi com Flávio Dino, mas com Brandão e que não participou antes de solenidades no Palácio dos Leões por que não recebeu convite do próprio Brandão

 

Responsável por emendas que resultaram na entrega de viaturas no Maranhão, Weverton não foi chamado por Brandão, mas participou de ato com Dino e Felipe

Protagonista dos últimos fatos po0líticos no Maranhão – como espécie de pivô de mais um momento de crise entre o ministro Flávio Dino e o governador Carlos Brandão (ambos do PSB) – o senador Weverton Rocha (PDT) deixou claro seu posicionamento político no estado.

– Nos últimos dez anos o PDT, com o PCdoB e o PSB e uma parte do PT, caminhamos juntos politicamente e ideologicamente no campo progressista. Infelizmente na eleição passada isso não foi possível, não tivemos as condições de estarmos juntos. Mas essa disputa não foi do Weverton com Flávio Dino, Flávio Dino com Weverton; a minha disputa foi com o antão candidato Carlos Brandão – deixou claro o senador, durante entrevista à TV Mirante.

O blog Marco Aurélio d’Eça publicou com exclusividade na última sexta-feira, 25, o post “O cachimbo da paz entre Flávio Dino e o Weverton…”, texto que mostrou a reaproximação do dois políticos, que horas depois protagonizaram imagens juntos no Palácio dos Leões.

Aquele evento repercutiu fortemente, com aliados de Flávio Dino e de Carlos Brandão tentando minimizar o fato de a solenidade ter ocorrido apenas três dias antes do retorno do governador de suas férias. Weverton, no entanto, deixa claro seu posicionamento. 

– Eu não estou em momento algum procurando lado ou canto; nós nos posicionamos sempre no nosso campo político – disse o senador.

Embora tivesse sido o pivô das especulações políticas, o senador do PDT explicou que veio a São Luís por que era de sua autorias as emendas que resultaram na entrega de viaturas e equipamentos de segurança às forças politicas maranhenses; e que já havia reclamado de Brandão, que não o chamou para evento parecido, ainda em julho.

– Eu inclusive fiz uma reclamação pública no mês de julho porque ele [Brandão] fez a entrega de sete viaturas que foram destinadas por mim para a Patrulha Maria da Penha sem sequer citar meu nome. Fiz essa reclamação pública, apesar de não terem me dado a palavra, mas está registrado que essas emendas são fruto de nosso trabalho, das nossas emendas parlamentares que eu destinei para o Maranhão; se ele convidasse, certamente eu estaria, porque é a institucionalidade que deve prevalecer – explicou.

Desde a sexta-feira, 25, Weverton voltou à cena política após a participação do ato no Palácio dos Leões.

E suas declarações desde então dão ainda mais o que falar…

0

Fábio Câmara reafirma permanência no PDT e quer partido forte em 2024…

Ex-vereador diz que tem compromisso de honra com o senador Weverton Rocha e vê caminhos importantes para a legenda na sucessão municipal, tanto com candidaturas próprias quanto em aliança com outros candidatos, incluindo o atual prefeito Eduardo Braide; “não fechamos portas”, diz o ex-parlamentar

 

Fábio Câmara vai estar ao lado do senador Weverton Rocha no PDT nas eleições de 2024

O ex-vereador e ex-candidato a prefeito de São Luís Fábio Câmara manifestou-se nesta quinta-feira, 10, com exclusividade ao blog Marco Aurélio d’Eça sobre o futuro do PDT maranhense;  além de reafirmar seu compromisso de honra com o senador Weverton Rocha, Câmara reafirmou que permanece no partido, por onde pretende disputar as eleições de 2024.

– Meu compromisso com o senador Weverton Rocha é nacional, por isso permaneço no PDT; e vejo o partido novamente grande em 2024, podendo optar por candidatura própria, por que tem nomes de peso para isso, ou mesmo firmar alianças com qualquer um dos candidatos – afirmou o ex-vereador, que também já disputou a Prefeitura de São Luís.

Fábio Câmara filiou-se ao PDT em 2021, legenda por onde concorreu à Câmara Federal em 2022, alcançando a segunda suplência; ele rechaça a ideia de esvaziamento do partido, possibilidade já apontada inclusive no blog Marco Aurélio d’Eça. (Relembre aqui)

Embora haja movimentos de pedetistas em sentido contrário, Fábio Câmara não descarta aliança com nenhum dos candidatos, nem mesmo com o prefeito Eduardo Braide (PSD) ou com o deputado federal Duarte Júnior (PSB).

Mas lembra que há pedetistas prontos para encarar a prefeitura.

– É preciso entender que o PDT tem quadros. O próprio senador Weverton tem cacife eleitoral para concorrer em São Luís; Temos o deputado Osmar Filho; eu próprio já concorri à prefeitura. E não descartamos nenhuma aliança. Todos os candidatos sabem o tamanho eleitoral do PDT em São Luís – afirmou.

Para o ex-vereador, no entanto, o projeto inicial é mesmo buscar o retorno à Câmara de São Luís, sobretudo, analisa ele, em um momento de pouca credibilidade e participação do parlamento na vida do povo.

– Não me preocupo com o Câmara, me preocupo com a Câmara. É preciso um parlamento que tenha capacidade de discussão e entendimento dos problemas de São Luís. Se analisarmos os últimos oito anos, tudo o que se discute hoje, não apenas aqui, mas no mundo, são pautas que eu comecei a debater lá atrás; por que, enquanto os outros buscam a verba, eu estudo a cidade para ter o verbo – provocou.

Fábio Câmara avalia que o partido terá uma nominata forte para disputar as vagas no parlamento, mas ressalta o debate nacional de federalização com o PSB, que pode mudar toda a configuração da campanha eleitoral.

– Mas isso, como diz o próprio blog Marco Aurélio d’Eça, é uma outra história – brinca o pedetista…

0

Nato Júnior confirma que deixará o PDT…

Vereador pretende concorrer à reeleição por outro partido, mas aguardará a abertura da janela partidária de abril para sair da legenda, que sofre processo de esvaziamento por falta de projeto eleitoral na sucessão do prefeito Eduardo Braide

 

Weverton começa a ver os garotos do PDT escaparem em busca de salvação do mandato em 2024; Nato Júnior vai deixar a legenda

O vereador Nato Júnior confirmou nesta segunda-feira, 7, ao jornalista Gláucio Ericeira, que deixará mesmo o PDT, como apontou este blog Marco Aurélio d’Eça semana passada no post “PDT corre risco de esvaziamento em São Luís…”

Além dele, também deve deixar o partido o vereador Pavão Filho, reduzindo a bancada pedetista na Câmara Municipal apenas ao vereador Raimundo Penha, mais próximo do senador  Weverton Rocha, principal liderança do partido.

O processo de esvaziamento do PDT se dá por conta da falta de um projeto definido para as eleições municipais de 2024; o partido não tem candidato a prefeito e não é chamado para mesa de negociações por nenhuma outra legenda.

Além de Pavão e Nato, também já deixou a legenda o ex-vereador Ivaldo Rodrigues, tido como histórico; outro suplente, Fábio Câmara, também deve concorrer em 2024 por outra agremiação.

Para suprir o iminente esvaziamento em São Luís, Weverton foca suas ações no interior, com liberação de emendas e recursos para prefeitos e pré-candidatos a prefeito.

Seu objetivo é, pelo menos, manter o número de prefeitos pedetistas na casa dos 30 municípios.

Assim espera conseguir chances de reeleição ao Senado…

0

PDT corre risco de esvaziamento em 2024…

Partido que protagonizou as eleições em São Luís entre 1988 e 2020 entrou em processo de autofagia desde o resultado das eleições de 2022 – por falta de projeto eleitoral e posicionamento político – e pode ter sua bancada reduzida na Câmara Municipal antes mesmo do início da campanha municipal

 

A forte campanha de 2022 deixou frustrados tanto Weverton quanto o PDT, que aprecem não conseguir reencontrar o rumo político

Análise da notícia

Sem perspectiva majoritária para as eleições municipais e sem um rumo político definido, o PDT corre o risco de desaparecer da Câmara Municipal antes mesmo do início da campanha de 2024.

Em 2023 o PDT completa 35 anos de protagonismo absoluto nas eleições da capital maranhense, desde a época de Jackson Lago, quando tinha um projeto político-ideológico claro no estado; mas em 2024 deve estar fora de qualquer debate majoritário.

A imprensa política vem tratando nos últimos dias da ameaça de debandada de vereadores, suplentes de vereadores e pré-candidatos à Câmara Municipal por falta de consistência na chapa que pretende disputar o pleito do ano que vem. (Leia aqui e aqui)

Histórico no partido, o ex-vereador Ivaldo Rodrigues já anunciou filiação ao PSDB; outro ex-vereador, Fábio Câmara, também não pretende concorrer às eleições pela legenda.

Hoje, a bancada do PDT está restrita aos vereadores Pavão Filho, Nato Júnior e Raimundo Penha; os dois primeiros também podem deixar o partido na janela partidária de abril para tentar salvar a reeleição. Embora continue filiado, Penha já está integralmente envolvido na campanha do colega Paulo Victor, que se filia nesta sexta-feira, ao PSDB.

Acéfalo desde que perdeu as eleições de 2022, o PDT não se reúne e não discute o processo eleitoral na capital maranhense.

Dirigente maior do partido, o senador Weverton Rocha está em compasso de espera por que aposta suas fichas em um rompimento entre o ministro Flávio Dino e o governador Carlos Brandão (ambos do PSB), na ilusão de estar na chapa do ex-comunista em 2026.

Sem essa garantia, o PDT vai vendo o tempo passar, com um forte processo de autofagia entre as lideranças; nomes como o ex-presidente da Famem, Erlânio Xavier, e o deputado Glalbert Cutrim mostram claro afastamento de Weverton, segundo revelara a mídia de São Luís. (Saiba mais aqui e aqui)   

Internamente, as lideranças históricas reclamam da falta de diálogo e debates nos diretórios; e da falta de um projeto claro de poder discutido com a militância, sobretudo em São Luís.

Sem força na capital, os olhos do senador-presidente têm se voltado para o interior, onde fortalece prefeitos e pré-candidatos a prefeito com articulação de emendas e recursos.

É a partir do interior que ele pretende retomar o protagonismo perdido a partir de 2022…

3

Jackista diz que PDT perdeu até o direito de sentar à mesa das eleições 2024

Histórico no partido, ex-secretário Abdelaziz Santos faz em artigo críticas duras às lideranças – umas por omissão e falta de diálogo com a militância, outras por apostar em candidaturas sem discussão prévia com os movimentos organizados – e lamenta que, com um senador, um deputado federal, quatro deputados estaduais e três vereadores em São Luís a legenda “pareça cambalear”, “sem norte político”

 

Weverton, por omissão, e Penha, por posição pessoal, são os alvos principais de Aziz Santos pela letargia do PDT em São Luís

O ex-secretário Abdelaziz Santos – que comandou a Administração e o Planejamento nas gestões de Jackson Lago em São Luís e no Governo do Estado – voltou neste fim de semana a criticar a letargia do seu partido, o PDT, no debate sobre as eleições de 2024.

Sem citar nomes, Aziz Santos critica duramente “lideranças que falam apenas com quem querem e não ouvem a militância” e outras que “apostam em candidaturas deste ou daquele sem discussão prévia com movimentos organizados”.

O artigo “O PDT e suas idiossincrasias”, de Aziz, foi publicado nos principais jornais e  páginas de internet no sábado, 15 e domingo, 16.

– Tantas batalhas, tanto tempo de combate, de repente tudo isso jogado fora como se nada tivesse valido a pena. Ainda há tempo, senhores. Precisamos urgentemente sair desse pântano de areia movediça, convidar os movimentos organizados e a militância em geral para traçarmos os nossos rumos, a nossa caminhada – afirmou o líder jackista.

Embora não tenha citado nomes, tudo indica que o artigo de Abdelaziz é um recado direto ao senador Weverton Rocha e ao vereador Raimundo Penha, as lideranças mais expostas do PDT – por ação ou omissão – no que diz respeito à sucessão do prefeito Eduardo Braide (PSD).

A crítica a Weverton se dá pela omissão do debate, por “falar apenas com quem quer” e “não ouvir a militância”; já a provocação a Penha é por conta de sua insistência em tirar o PDT do jogo da sucessão e defender pessoalmente a candidatura do colega Paulo Victor (sem partido), “não se sabe bem o por quê”, segundo afirmou Aziz.

– Se pensarmos no cenário de São Luís, a nossa Capital, após o PDT ter comandado exitosamente o município por décadas, o quadro é de uma tristeza sem precedentes. Não há conversa, não se tem notícias de diálogo – afirmou o ex-secretário.

Este blog Marco Aurélio d’Eça também tem feito ponderações a respeito da postura do PDT na sucessão de Braide; a legenda, hoje comandada por Weverton Rocha está no poder em São Luís desde 1988, seja com prefeito próprio, seja participando de gestões.

Mas desde o fracasso nas eleições de 2022, parece ter perdido o rumo e ressentindo-se de falta de liderança e diálogo, vivendo uma inédita “divergência conceitual interna…”.

– O PDT tem história ímpar e quadros excelentes para uma boa disputa eleitoral. Temos 4 deputados estaduais, 3 vereadores em São Luís, 1 deputado federal e 1 senador. Somos muitos. Falta diálogo, falta liderança. Apenas isso – desabafou o ex-auxilair de Jackson Lago.

No artigo “O PDT e suas idiossicrasias”, Aziz Santos aponta a artilharia também para Braide, que “no segundo turno ajudamos a eleger” em 2020.

– Se é verdade que este deixou de cumprir compromissos com o Partido, poderá ter o mesmo fim da Conceição, do Tadeu e do Holandinha. Se existiram politicamente ninguém sabe, ninguém viu – bateu Aziz.

O ex-secretário cobra postura das lideranças e recolocação do PDT nos trilhos do debate eleitoral, para evitar o fim melancólico do partido.

– Fala-se que o PDT hoje perdeu até o direito de sentar-se à mesa de negociações sobre as próximas eleições, tudo isso porque as lideranças não nos apontam caminhos – avalia.

Abaixo, a íntegra do artigo de Abdelaziz Santos:

O PDT e suas idiossincrasias

No passado, o PDT e o PT tinham uma coisa em comum: os governos do Brasil geralmente se inclinavam à direita e os partidos mais à esquerda abraçavam a política sem o desejo prematuro de poder. Posteriormente, ambos ganharam eleições importantes. O PT então encantou-se com o poder e decidiu abandonar seu Projeto de Nação ainda não consolidado, fixando-se num Projeto de Poder que o mantém até hoje na política brasileira, agora cada vez mais fragilizado. Sua liderança máxima, o Lula, aonde vai no exercício da Presidência é falando coisas de arrepiar: casos da Ucrânia, Venezuela, democracia relativa e outras bobagens que tais. A última é que o Governo está vivendo sua melhor fase com o Legislativo. Quer dizer, o Centrão manda e desmanda e isso é bom para o Governo, segundo o Presidente. Ficamos livres do Bolsonaro, mas não de bobagens

Já o PDT, diferentemente do PT, quando assumia funções de governo mostrava que era pela educação que se resolveria o nó górdio do atraso do Brasil e, exercendo ou não o poder, sempre empunhava as bandeiras do desarmamento mundial, da superação do subdesenvolvimento econômico e tecnológico do Terceiro Mundo, da garantia da soberania dos povos e, especialmente, em relação ao Brasil, da educação libertária. Enfim, o seu Projeto de Nação era a bússola, e mais importante do que o Poder.

Ocorre que, tendo perdido a alma com a morte do Brizola, o PDT perdeu-se nos descaminhos  da política. Mais recentemente ensaiou a candidatura de Ciro Gomes à Presidência e, não obstante, tudo o que este disse do PT e do Lula na campanha de nada serviu, pois o Partido resolve ironicamente compor o seu ministério, ao invés de adotar uma posição crítica ao governo, oferecendo sua contribuição ao Brasil, agora a partir do PND do Ciro. Triste!

Aqui, no Maranhão, vivemos tempos gloriosos sob a liderança do Jackson Lago, que perdia e ganhava eleições até assumir o Governo, logo deposto pelos Sarneys, servindo-se de golpe judiciário que manchou a biografia de vários ministros do TSE. O seu Projeto de Maranhão era claro. Com ou sem mandato, ao ser indagado qual o caminho a percorrer, a resposta era cristalina, ou seja, no caminho em que sempre estivemos, contrário às oligarquias que ajudaram a empobrecer a população que vivia – e vive – à margem do ciclo econômico do minério de ferro e da monocultura, e outros grupos que depredam a natureza em benefício dos seus próprios interesses, e a favor  da educação, da produção a partir do desenvolvimento local e da  inclusão das massas populares.

Testemunhei a firmeza de princípios de Jackson Lago ao recusar acenos de aproximação ao grupo Sarney.  Jamais rendeu-se ao canto das sereias! Preferiu imolar-se a ser criminosamente ceifado em vida, por via dos que pregam a capitulação dos ideais a um projeto de poder. Faltam-nos, no Brasil e no Maranhão, homens dessa têmpera.

Após a morte do nosso grande  líder das oposições maranhenses, o PDT parece cambalear, não se vislumbra o norte político.  O que ouço diariamente dos pedetistas que me visitam é que as nossas principais lideranças regionais falam apenas com quem querem, não ouvem a militância, preferem submeter-se ao jogo tradicional da política menor.

No plano municipal a desgraça se repete. O pior de tudo é que se percebe uma espécie de medo da militância na interlocução com as lideranças do partido. Os que dele dependem para sobreviver merecem nossa compaixão. E os outros, que têm vida própria, silenciam por quê?

Se pensarmos no cenário de São Luís, a nossa Capital, após o PDT ter comandado exitosamente o município por décadas, o quadro é de uma tristeza sem precedentes. Não há conversa, não se tem notícias de diálogo. Fala-se que o PDT hoje perdeu até o direito de sentar-se à mesa de negociações sobre as próximas eleições, tudo isso porque as lideranças não nos apontam caminhos. Aqui e acolá, um ou outro dirigente sai na frente, não se sabe se autorizado ou não, a apostar em candidatura deste ou daquele personagem, sem discussão prévia com os movimentos organizados, não se sabe bem  o porquê. Triste!

Nas eleições passadas, mesmo sem candidatura própria, fizemos um bom primeiro turno e, no segundo, ajudamos a eleger o Braide. Se é verdade que este deixou de cumprir compromissos com o Partido, poderá ter o mesmo fim da Conceição, do Tadeu e do Holandinha. Se existiram politicamente ninguém sabe, ninguém viu.

E nosso legado? Tantas batalhas, tanto tempo de combate,  de repente tudo isso jogado fora como se nada tivesse valido a pena. Ainda há tempo, senhores. Precisamos urgentemente sair desse pântano de areia movediça, convidar os movimentos organizados e a militância em geral para traçarmos os nossos rumos, a nossa caminhada. O PDT tem história ímpar e quadros excelentes para uma boa disputa eleitoral. Temos 4 deputados estaduais, 3 vereadores em São Luís, 1 deputado federal e 1 senador. Somos muitos. Falta diálogo, falta liderança. Apenas isso.

Abdelaziz Santos

0

Weverton tem maior desafio de sua trajetória: controlar o próprio partido…

Senador tenta montar um discurso de oposição ao governo Carlos Brandão enquanto deputados federais, estaduais, vereadores, lideranças do PDT e aliados políticos se alinham publicamente ao projeto de poder que o Palácio dos Leões vem montando no estado desde janeiro, quando o atual governador tomou posse

 

Weverton votou a empunhar a bandeira histórica do PDT contra a hegemonia do poder no Maranhão; mas, como comandante, precisa definir o rumo do partido

Análise da Notícia

O senador Weverton Rocha (PDT) fez nesta terça-feira, 11, sua terceira manifestação pública de contraponto  ao governador Carlos Brandão (PSB), com quem disputou as eleições de 2022: de forma justa, cobrou de Brandão que não esqueça de lembrar a origem dos recursos quando anuncia benefícios para o Maranhão.

O senador pedetista foi um dos responsáveis pela aquisição de viaturas e armamentos entregues nesta segunda-feira, 10, para a Segurança Pública em São Luís e no interior; as emendas parlamentares do senador e de outros, foi ignorada por Brandão na cerimônia de entrega dos equipamentos. 

Ao reclamar nas redes sociais, Weverton põe as coisas no devido lugar.

Mas ocorre que na plateia do evento – e entre os beneficiários das viaturas e armas – estavam deputados federais, estaduais, vereadores, prefeitos, lideranças pedetistas e outros aliados políticos do próprio senador.

Derrotado nas eleições de 2022, Weverton Rocha vive hoje o maior desafio de sua reluzente carreira política: controlar o PDT, seu próprio partido.

Depois de um período de silêncio de oito meses no pós eleição, o senador pedetista começou a se movimentar mais abertamente, se não como claro oposicionista, pelo menos como contraponto a Brandão; mas àquelas alturas, o único deputado federal do PDT – Márcio Honaiser – a bancada de deputados estaduais e, sobretudo, os vereadores do partido, já estavam absolutamente alinhados ao projeto de Brandão. 

O blog Marco Aurelio d’Eça registrou esta retomada de Weverton no post “Embora ainda tímido, Weverton quebra o silêncio…”.

Todos os deputados estaduais do PDT – Glalbert Cutrim, Osmar Filho, Cláudia Coutinho e Drª Viviane – estão na bancada governista e têm sido agraciados com ações de Brandão; entre os vereadores, o alinhamento é ainda mais intenso, com Raimundo Penha, Pavão Filho e Nato Júnior fechados, inclusive, com o projeto eleitoral de Brandão para as eleições de 2024. 

Não há dúvidas de que o período sabático experimentado pelo líder pedetista contribuiu para a debandada dos aliados, que inclui ainda prefeitos e parlamentares de outras legendas que somaram com ele nas eleições do ano passado.

Mas ainda há algumas dúvidas sobre atual momento político maranhense: haverá um desdobramento prático na guerra fria travada entre o governador Carlos Brandão e o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB)? E este desdobramento significará dois grupos políticos na disputa pelo Palácio dos Leões em 2026?

Se aposta neste rompimento, Weverton toma a posição correta ao se posicionar – ainda que timidamente – em contraponto a Carlos Brandão, apostando no realinhamento a Flávio Dino, com quem sempre teve maior identidade ideológica.

Mas para ter, de fato, a importância necessária no embate de 2026 precisa vencer este atual desafio.

E tomar as rédeas do próprio partido…

0

PDT vive divergência conceitual interna nunca antes registrada em sua história no MA…

Presidente regional do partido, senador Weverton Rocha começou a ensaiar nos últimos dias uma postura mais oposicionista ao governo Carlos Brandão, mas os deputados federais, estaduais e os vereadores da legenda já mostram alinhamento à base governista, inclusive com encaminhamentos para as eleições municipais de 2024

 

Após seis meses de silêncio, Weverton retoma protagonismo de oposição no PDT, mas parlamentares do partido já estão alinhados a Brandão

Análise da notícia

A presença dos vereadores Raimundo Penha, Nato Júnior e Pavão Filho na reunião desta terça-feira, 27, com o governador Carlos Brandão (PSB), articulada pelo presidente da Câmara Municipal Paulo Victor (PCdoB) é a imagem mais clara do atual momento que vive o PDT no Maranhão.

Os vereadores pedetistas aparecem alinhados à base do governo Brandão exatamente no mesmo dia em que repercutiram no estado as novas declarações críticas do senador Weverton Rocha, presidente do partido, sobre o atual comando do Maranhão.

Derrotado nas eleições de 2022, o PDT vive uma inédita divergência conceitual interna.

Mais do que os colegas, inclusive, Raimundo Penha defende abertamente o alinhamento pedetista ao comunista Paulo Victor, uma das opções de Brandão na capital maranhense; mas Penha, Nato Júnior e Pavão Filho não são os únicos já alinhados ao governo Brandão.

Na Assembleia Legislativa, os deputados pedetistas Osmar Filho, Glalbert Cutrim e Drª Viviane também atuam como membros da base brandonista desde o início do atual governo.

Único deputado federal eleito pelo PDT em 2022, Márcio Honaiser também parece seguir em faixa própria e tem participado de todas as ações do Governo do Estado no interior.

O próprio Weverton viveu uma espécie de hiato desde o resultado das eleições, registrado neste blog Marco Aurélio d’Eça no post “O silêncio da oposição maranhense…”.

Terceiro lugar nas eleições de 2022 – e com um incerto caminho para a reeleição ao Senado em 2026 – o senador pedetista passou seis meses em silêncio sobre o Maranhão até se manifestar, semana passada, em entrevista ao imirante.com, registrada no blog Marco Aurélio d’Eça sob o título “Embora ainda tímido, Weverton quebra o silêncio…”.

O PDT foi protagonista nas eleições municipais de São Luís nos últimos 35 anos.

Venceu com candidato próprio os pleitos de 1988, 1996, 2000, 2004 e 2016; e esteve na coligação vencedora em 1992, 2008, 2012 e no segundo turno de 2020, com o atual prefeito Eduardo Braide (PSD).

Mas a altíssima aposta na vitória pelo Governo do Estado em 2022, sufocada por um inesperado terceiro lugar, inclusive em São Luís, parecem ter tirado do prumo a histórica legenda de centro-esquerda maranhense. 

Há evidentes sinais de que Weverton não sabe se busca reaproximação com o ministro Flávio Dino (PSB) – apostando no afastamento entre o comunista e o governador – se segue as bancadas na Câmara e na Assembleia e se aproxima de Brandão, visando 2026, ou se assume a liderança efetiva de uma oposição no estado.

Enquanto ele não define o próprio caminho, cada membro do PDT vai buscando construir uma história pessoal.

E, obviamente, garantir a perenidade da própria carreira política…

0

Embora ainda tímido, Weverton quebra o silêncio…

Exatamente 15 dias depois de este blog Marco Aurélio d’Eça apontar a apatia da oposição maranhense neste início do governo Brandão, senador pedetista vem ao Maranhão e dá entrevista crítica com forte repercussão, sinal de que há um setor da sociedade que grita contra a hegemonia no poder

 

Carla Lima com Weverton: primeira voz dissonante ao absolutismo no Maranhão, ainda que tímida, encontra eco em parte da sociedade

Análise da notícia

No dia 6 de junho, este blog Marco Aurélio d’Eça publicou o Ensaio “O Silêncio da oposição maranhense…”.

Trata-se de uma exortação às lideranças que disputaram o Governo do Estado em 2022 e esão apáticas diante da dominação de espaços de poder pelo governo Carlos Brandão (PSB).

– Teoricamente alçados à condição de contrapontos ao atual governo, os ex-candidatos Dr. Lahésio Bonfim e Weverton Rocha mostram-se alheios ao debate político maranhense, deixando os questionamentos apenas com Simplício Araújo, único que se mantém vigilante em relação ao governador Carlos Brandão – afirmou o post, em seu subtítulo.

Exatamente 15 dias depois, na última quinta-feira, 22, o senador Weverton Rocha (PDT) deu sua primeira entrevista – à jornalista Carla Lima, do portal Imirante.com – assumindo este papel de contraponto.

– O estado está parado! – é o resumo do que disse o senador pedetista.

A declaração de Weverton teve forte repercussão midiática nas horas e dias que se seguiram à entrevista, sinal de que o blog Marco Aurélio d’Eça tinha razão ao alertar para os riscos de uma hegemonia política no estado.

Aliás, esse alerta começou bem antes, ainda em fevereiro, no post “Sem oposição não há democracia…”.

Sem entrar no mérito do certo ou errado na fala do senador, a repercussão de sua entrevista mostra que a sociedade anseia por este contraponto, pela quebra de hegemonia; ou, pelo menos, de esperança que se possa respirar sem os grilhões do absolutismo.

É claro que a postura do senador pedetista ainda é tímida, e se reflete exatamente no momento vivido pelo seu partido, o PDT, cujos parlamentares – deputados e vereadores – não encontraram ainda um caminho que reforce a identidade do partido. 

A oposição maranhense – da qual o PDT é o símbolo maior no estado desde os tempos de Jackson Lago – ressentiu-se por quase 50 anos da hegemonia política do chamado grupo Sarney, que dominava mídia e empresariado; Ministério Público e Poder Judiciário. 

A história da oposição em São Luís também foi retratada no blog Marco Aurélio d’Eça, em 2015, em uma série de posts, republicados todos juntos em 2017 no post “30 anos de oposição em São Luís…”.

Muitos destes oposicionistas estão hoje – ao lado do que restou do próprio grupo Sarney – fortalecendo a hegemonia dos novos inquilinos do Palácio dos Leões.

A grita ainda que claudicante de Weverton Rocha é, sem dúvida, uma luz no fim do túnel para o equilíbrio no debate político no Maranhão.

Por que, como se sabe, é o debate que gera o conhecimento…