25

Só pra não esquecer…

Décio Sá, assassinado em 23 de abril...

Na próxima quarta-feira, o assassinato do jornalista Décio Sá completa o primeiro mês.

Neste período, foram inúmeros os pedidos e pressões, de toda sorte, para que este blog fosse mais complacente e desse mais crédito ao trabalho da polícia.

Neste período, o titular deste blog conversou com os delegados Jefrey, Maimone Barros e com o próprio secretário Aluísio Mendes, em depoimentos informais sobre o caso.

Ouviu deles garantias de que o crime será elucidado – “apesar da complexa rede de possibilidades” – e que as coisas estavam caminhando dentro das linhas de investigação.

Há dois suspeitos presos, cuja validade da prisão temporária expira-se um dia depois de o assassinato completar 30 dias.

Há uma linha de investigação já definida e encaminhamentos para consolidar provas e indícios de participação de suspeitos da trama.

E nada mais!

O blog decidiu respeitar o sigilo das investigações, mas com prazo determinado para voltar a cobrar.

E não vai deixar que a morte de Décio Sá seja esquecida nas gavetas do Sistema de Segurança.

Doa em que doer…

7

Polícia elucida morte de blogueiro potiguar…

F. Gomes: polícia potiguar elucidou o crime

A polícia civil do Rio Grande do Norte elucidou ontem o assassinato do blogueiro Francisco Gomes Medeiros, o F. Gomes.

Ele foi executado em outubro de 2010, nos moldes do assassinato do jornalsita Décio Sá.

Assim como Décio, F. Gomes mantinha um blog que denunciava políticos, empresários e autoridades do Rio Grande do Norte.

De acordo com as informações da imprensa potiguar, Gomes foi morto por encomenda do comerciante Lailson Lopes, com participação também do pastor Gilson Neudo Soares do Amaral.

Ainda de acordo com a polícia, o pastor usou parte do dízimo para pagamento do crime.

O articulador da execução foi o advogado Rivaldo Dantas.

Além deles, o coronel Marcos Antonio de Jesus Moreira e o policial militar Evandro Medeiros também ajudaram no crime. O assassinato custou R$ 8 mil. 

Todos os envolvidos já estão presos…

Leia aqui a notícia sobre a morte de F. Gomes

 

 

12

Hemetério assina CPI da Pistolagem e detona: “muita gente nesta Casa não aguenta uma investigação”…

Weba ataca colegas, provoca Hélio e desafia Cutrim

O deputado Hemetério Weba (PV) assinou hoje o requerimento que pede a instalação de uma CPI para apurar os crimes de pistolagem no Maranhão.

Em seguida, o parlamentar foi à tribuna e atacou duramente o colega Raimundo Cutrim (PSD), ex-secretário de Segurança. Para Weba, Cutrim armou investigações contra ele durante a CPI do Crime Organizado, em 1999.

-Desafio o deputado Cutrim a mostrar os relatórios da CPI e apontar aqui qualquer envolvimento meu com bandido – provocou.

Comparando-se aos colegas de plenário, o parlamentar afirmou, categoricamente:

Muita gente aqui não aguenta uma investigação.

Em seguida, direcionando-se ao deputado Hélio Soares (PP), que conduzia os trabalhos, perguntou:

– O senhor, deputado Hélio, aguenta cinco minutos de investigação?

Após o discurso de Hemetério Weba, a sessão foi encerrada.

Presente em plenário, o deputado Raimundo Cutrim disse que não iria mais polemizar com o colega.

1

Assembleia decide hoje o futuro da CPI da Pistolagem…

Os deputados estaduais vão decidir hoje o futuro do requerimento de instalação de uma CPI para investigar os crime sde pistolagem no Maranhão.

O documento é de autoria do deputado Bira do Pindaré (PT).

Até sexta-feira, a CPI tinha 13 assinaturas, incluindo a dos governistas Chico Gomes (PSD), Zé Carlos da Caixa (PT) e André Fufuca (PSD).

Deputados decidirão, hoje, se instalam ou nnão a CPI da Pistolagem

Mas os líderes governistas pressionam os deputados a retirarem assinatura, sob alegação de tratar-se de uma orientação da governadora Roseana Sarney (PMDB).

Se os governistas recuarem, Bira do Pindaré espera complementar o total de assinaturas com a deputada Cleide Coutinho (PSB) e outro governista, Hemetério Weba (PV).

Sobretudo por que o próprio Weba foi à tribuna para declarar não ter medo de investigação, garantindo que assinaria o documento do petista.

Ele tem obrigação, agora, de comprovar na prática o que disse em discurso…

14

Não há sigilo da Justiça no caso Décio Sá…

Aluísio: ele esconde os fatos; a imprensa não precisa!

A imprensa maranhense não tem nenhuma obrigação de seguir o sigilo decretado pela polícia nas investigações do assassinato do jornalista Décio Sá.

O sigilo é um decreto adminitrativo da Secretaria de Segurança, que vale apenas para políciais – comandantes e comandados.

Cabe aos órgãos de imprensa decidirem se acatam ou não este sigilo – seguindo a orientação policial – cada um com seu juizo de valor ou levando em conta suas relações com a polícia.

Este blog não! Este blog vê o sigilo com desconfiança.

Este blog vai continuar “cascavilhando” os bastidores da operação, para divulgar o que achar importante para a sociedade e denunciar aquilo que considerar suspeito.

Se o Sistema de Segurança quiser mesmo proibir definitivamente o assunto Décio Sá, terá que entrar na Justiça, pedindo a decretação do sigilo universal no caso.

Mas, assim, a censura só caracterizará o complexo de culpa da polícia…

10

Por que temer a CPI???

Crimes como este são cada vez mais rotineiros no estado

Não faz qualquer sentido a ação do governo para impedir a instalação da CPI que pretende investigar os casos de pistolagem no estado.

Se o governo está preocupado apenas com a imagem, está errado. Se estiver preocupado em abafar a possível volta da pistolagem no Maranhão, também está errado.

A CPI não é contra o governo.

Tentar derrubá-la por questões políticas – em um momento de intenso clamor popular – é que vai manchar a imagem do governo.

Quanto à volta pistolagem, não adianta querer tapar o céu com a  peneira.

É notório no Maranhão que a violência recrudesceu em todos os níveis. E a pistolagem, os crimes de encomenda, os acertos de conta pessoais acontecem dia após dia, sem resposta efetiva do sistema de Segurança.

Só a presença de armas como esta entre criminosos já justifica uma investigação

Se o recorte for apenas deste ano, pode-se selecionar mais de uma dezena de crimes sem solução, com aspectos claros que caracterizam o crime de encomenda.

Por que não ter o supote de uma Assembleia para buscar respostas que a polícia não deu?

O corporativismo da polícia, a falta de acompanhamento sistemático do Ministério Público e a ausência e uma correição periódica levam, quase sempre, ao descaso nas investigações mais complexas.

Com deputados, a própria dialética resultante da dicotomia governistas/oposicionistas é capaz de jogar luz sob aspectos crminais não percebidos pela polícia.

E a presença constante e intensiva da imprensa, ajuda no desvendar de aspectos que, muitas vezes, passam despercebidos na investigação formal.

Se o governo tiver mesmo interesse em reforçar o combate à violência, também ajudará a comissão, com informações relevantes.

Portanto, não há nada a temer na CPI da Pistolagem.

Seja qual for o ponto-de-vista que se tenha…

19

Governistas fogem da CPI da Pistolagem na Assembleia…

Apesar da resistência, CPI tem chances de instalação

Até agora, apenas três membros da bancada governista – Zé carlos da Caixa (PT), André Fufuca e Chico Gomes (ambos do PSD) – assinaram o requerimento de criação da CPI da Pistolagem, na Assembleia Legislativa.

Gomes e Fufuca poderão receber pressão para retirá-las.

Também membro da bancada governista, Zé Carlos adota postura mais independente em relação à atuação na Casa e não deverá sofrer a mesma pressão.

Os líderes governistas temem que a orientação do Palácio dos Leões seja a de vetar a comissão – embora não tenham ainda falado oficialmente com o governo.

O temor é que a comissão, cuja autoria é do petista Bira do Pindaré, seja usada politicamente para desgastar a imagem do governo, que já enfrentando problemas com a falta de respostas efetivas da polícia ao assassinato do jornalista Décio Sá.

Além de Gomes, Fufuca e o autor, outros 10 deputados já assinaram o pedido de criação da CPI: Othelino Neto (PPS), Marcelo Tavares (PSB), Valéria Macêdo (PDT), Zé Carlos da Caixa (PT), Graça Paz (PDT), Luciano Leitoa (PSB), Carlinhos Amorim (PDT), Eliziane Gama (PPS), Neto Evangelista e Gardênia Castelo (ambos do PSDB).

Fim da Pistolagem vira clamor popular

Com este total, faltaria apenas uma assinatura para garantir a instalação.

A deputada Cleide Coutinho (PSB), que não está na cidade, deve assinar semana que vem. Já Hemetério Weba (PV) assumiu o compromisso público, ao declarar da tribuna que assinaria a criação da CPI.

O requerimento da CPI é claro: o objetivo é investigar casos de assassinato com características de pistolagem – entre eles o de Décio Sá.

Para o autor do requerimento, nada há que possa comprometer o governo.

Mesmo assim, os deputados governistas passam longe das assinaturas…

6

Cinco motivos para a CPI da Pistolagem…

Em 1999, CPI da Assembleia movimentou todo o Maranhão em busca de segurança

Nenhum momento da história maranhense foi tão propício para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito quanto o atual.

A CPI da Pistolagem, discutida na Assembleia Legislativa, pode até não ter a mesma repercussão que outra, parecida – a do Crime Organizado, em 1999 – mas terá tanta importância quanto. Eis os motivos:

1 – Uma investigação da Assembleia põe mais pressão na polícia maranhense pela elucidação, não só do assassinato do jornalista Décio Sá, mas também de todos os outros ainda sem solução;

A CPI maranhense atraiu também atenção nacional

2 – Só nos últimos meses foram quase dez assassinatos em que a polícia não conseguiu elucidar os assassinos ou prender os mandantes. Exemplos: caso Décio, caso Irmãos Queiroz; caso Biné, Caso Raimundo Cabeça e caso Marggion Laniere;

3 – Uma CPI na Assembleia  garante a presença de mídia contínua repercutindo casos de pistolagem, o que acua mandantes, assassinos e gera o sentimento de denúncia na sociedade;

4 – Pela primeira vez, deputados governistas e oposicionistas concordam em uma investigação sem ranços políticos ou sem direcionamento contra A ou B, mas com foco na liberdade e na paz maranhense;

5 – O funcionamento da CPI leva o governo a acionar mais intensamente seu aparelho de segurança, evitando má-vontade e corpo mole, sob risco de desmoralização diante das investigações parlamentares.

Portanto, a CPI da Pistolagem é uma emergência no Maranhão.

Doa em quem doer…

4

Pistoleiros sempre agem assim…

Pitoleiros não se preocupam em mostrar a cara

É uma tolice, estranhamente encampada até por setores da polícia, a interpretação de que o assassino de Décio Sá o matou de cara limpa simplesmente por que não era daqui.

Pistoleiros profissionais agem geralmente assim, de cara limpa.

Na história recente dos crimes de pistolagem no Maranhão, nenhum dos assassinos agiu com máscaras ou outro tipo de dificultador de identificação.

Na década de 80, o assassinato de um dos irmãos Figueiredo, no Jumbo, foi assim.

O bandido entrou no clube, em plena festa, localizou o empresário, foi à sua mesa e atirou – assim mesmo, de cara limpa. E saiu, tranquilamente, diante do pânico dos presentes.

No assassinato do delegado Stênio Mendonça, em 1997, na Litorânea, os dois atiradores também estavam de cara limpa.

O próprio Joaquim Laurixto, envolvido na morte de Mendonça, foi assassinado anos depois por pistoleiros que ocupavam um automóvel Gol. E nenhum deles escondia o rosto.

A idéia da cara-limpa é uma bobagem que não condiz com a história da pistolagem.

Imagens como esta, só nnas revistas em quadrinhos

Até por que, se nem mesmo Décio Sá, repórter conhecido na cidade, foi reconhecido como tal pelas testemunhas do crime, imagine um pistoleiro, que geralmente se passa por pessoa comum?

Qualquer bandido da periferia de São Luís circula normalmente pela orla da cidade sem ser reconhecido – e, algumas vezes, passa até por cidadão de bem.

Além do mais, só alguém com absoluta familiaridade das condições geográficas da Litorânea poderia traçar um plano de fuga como o que está sendo dito pelas testemunhas.

Afirmar, portanto, tratar-se de pistoleiro de fora, é uma falácia.

Pelo menos até que se prove o contrário…

2

Carta Capital destaca “simbolismo” da morte de Décio Sá…

Capa de Carta Capital: Décio é um dos assuntos em destaque

Em  reportagem de três páginas, com chamada de capa, a revista Carta Capital, de viés esquerdista, destacou hoje o assassinato do jornalista Décio Sá.

Pra a revista, a morte do jornalsita é um simbolismo da falta de segurança no Maranhão e aponta para a volta dos crimes de pistolagem no estado – tese insistentemente rechaçada pela cúpula da Segurança Pública.

– Em pleno 2012, o estado volta agora a ser aterrorizado por grupso de extermínio profissionais – afirma Carta Capital, listando uma série de assassinatos com as mesmas características.

O governo ainda define as mortes como “casos isolados”.

Uma das publicações de esquerda mais posicionadas do país, a Carta Capital faz menção em todo o texto, ao fato de Décio Sá ser um dos jornalistas mais próximos da governadora Roseana e de sua família.

Desde o assassinato, segunda-feira, outras publicações também destacam esta relação.

Como que se dissessem: “se até um jornalista próximo morreu assim…”