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Deputado comunista pede a suspeição de promotor e juíza do caso Sefaz…

Raimundo Cutrim, que é do mesmo partido do governador Flávio Dino, argumenta que o processo foi contaminado com a revelação do representante do Ministério Público de que havia um acordo com a juíza que daria a sentença

 

Raimundo Cutrim foi direto ao ponto: juíza e promotor do caso estão sob suspeição

Raimundo Cutrim foi direto ao ponto: juíza e promotor do caso estão sob suspeição

Membro da base do governo Flávio Dino na Assembleia Legislativa, e filiado ao PCdoB, mesmo partido do governador, o deputado estadual Raimundo Cutrim pregou ontem a suspeição do promotor Paulo Barbosa Ramos e da juíza Cristiana Ferraz no caso envolvendo a suposta fraude na Secretaria de Fazenda.

O promotor, titular da 2ª Vara da Ordem Tributária, assina a denúncia contra os acusados da suposta fraude, e revelou em entrevista coletiva, que a juíza, da 8ª Vara Criminal, teria feito acordo com ele para acatar as acusações.

Para Cutrim, os dois deveriam, eles próprios, declarar-se suspeitos no processo, mas não o fizeram.

– Diante desses fatos e por se tratar de um assunto de grande repercussão e complexidade, o mais sensato seria tanto o órgão máximo do Ministério Público quanto do Poder Judiciário decidir pela suspeição dos dois – afirmou.

Promotor revelou o acordo com a juíza em "ato falho' durante a entrevista coletiva da qual reconhece: "não fui feliz"

Promotor revelou o acordo com a juíza em “ato falho’ durante a entrevista coletiva que reconhece: “não fui feliz”

Em seu discurso na Assembleia, Cutrim  deixou claro não ter nada pessoal contra o promotor ou contra a juíza, mas ressalta que é preciso que tanto o Judiciário quanto o Ministério Público inspirem credibilidade no cidadão.

– A gente tem que acreditar num Ministério Público forte, em um Poder Judiciário forte e numa Polícia Judiciária forte com independência. Então, a declaração do eminente promotor compromete de certa forma a magistrada. O que se espera da justiça é a imparcialidade, que deve decidir conforme a lei e não através de acordo como revelou o promotor de justiça – afirmou o deputado comunista.

A juíza Cristiana Ferraz foi se explciar à corregedora-geral do Tribunal de Justiça, Anildes Cruz

A juíza Cristiana Ferraz foi se explicar à corregedora-geral do Tribunal de Justiça, Anildes Cruz

Paulo Barbosa Ramos apresentou a peça de denúncia no caso Sefaz e declarou dois dias antes de a juíza aceitar a denúncia, ter feito acordo com a magistrada.

Tanto o Tribunal de Justiça quanto a Procuradoria-Geral de Justiça – além de várias associações corporativistas – tentaram amenizar a declaração do promotor.

Mas o estrago já estava feito, e o processo contaminado pela suspeição.

A posição de Raimundo Cutrim, portanto, é pertinente ao caso…