Os dinistas que já viraram brandonistas…

A “caça às bruxas” iniciada pelo governador Carlos Brandão deve poupar ex-aliados do governador Flávio Dino que passaram a rezar de joelhos na cartilha do Palácio dos Leões

 

ELES PODEM ESCAPAR DA FACA. Surgidos a partir do dinismo, Rubem Jr., Duarte Júnior, Bira e Robson estão  com Brandão

O governador Carlos Brandão (PSB) iniciou na sexta-feira, 4, o processo de demissão de gente ligada ao ex-governador Flávio Dino, como revelou em primeira mão este blog Marco Aurélio d’Eça no post “Brandão começa a demitir dinistas do governo…”.

Mas há ex-dinistas que devem escapar do rapa.

Trata-se de pessoas indicadas por deputados federais, estaduais e secretários que eram dinistas de quatro costados e se transformaram em “brandonistas desde criancinha”.

  • nessa lista estão os deputados federais Duarte Júnior (PSB) e Rubens Pereira Júnior (PT);
  • também figuram como “neobrandonistas” os secretários Rubens Pereira e Bira do Pidaré;
  • há especulações, a confirmar, de que o secretário Robson Paz já teria deixado o dinismo.

Por enquanto, segundo apurou este blog Marco Aurélio d’Eça, foram demitidas pessoas ligadas ao deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) e aos deputados estaduais Rodrigo Lago (PCdoB), Carlos Lula (PSB) e Júlio Mendonça (PCdoB), nas secretarias de Cidades, de Agricultura familiar e na Articulação Política.

Segundo revelou o blog Marrapá, o titular da Gasmar, Alan Kardec Barros, e o titular da Igualdade Racial, Gerson Pinheiro – ambos comunistas históricos – articulam em Brasília para permanecer nos cargos. (Leia aqui)

No Palácio dos Leões a ordem é clara: qualquer um indicado por aliados de Flávio Dino terá a “cabeça cortada” de cargos no governo.

O Diário Oficial deve trazer esses cortes ao longo da semana…

Jerry detona versão de Rubão para rompimento: “Tão absurda que se mostra inverossímil”…

Nova versão apresentada pelo secretário Rubens Pereira para o rompimento entre os brandonistas e os dinistas, segundo o deputado federal comunista, entra facilmente no rol das fake news

 

“MENAS VERDADE!” Márcio Jerry esteve em todas as reuniões para tratar de sucessão estadual, mas nunca ouviu falar na história de Rubens Pereira

O deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) reagiu com veemência neste sábado, 28, à nova versão apresentada pelo secretário de Articulação Política, Rubens Pereira, para justificar o rompimento entre o governador Carlos Brandão (PSB) e o vice-governador Felipe Camarão (PT).

  • na nova versão de Rubão, a crise se deu por que os dinistas não aceitaram o vice indicado para Camarão;
  • o secretário não citou nome do vice indicado, a quem ele foi indicado por Brandão, e quem vetou seu nome.

“A alegação do secretário Rubens Pereira para o rompimento do governador Carlos Brandão com seu vice, Felipe Camarão – e parte expressivíssima do grupo que o elegeu – é tão absurda que, de cara, se apresenta como inverossímil; como diz um amigo de Matões, é “menas verdade”; ou, na linguagem atual, é fake news”, revelou Jerry, em suas redes sociais.

Márcio Jerry é um dos principais interlocutores do chamado grupo dinista, presente em todas as reuniões para debater o tema sucessão estadual; ele desconhece reunião em que o assunto vice fora discutido.

Este blog Marco Aurélio d’Eça já apurou que Rubens Pereira tem reafirmado a tal reunião e que, segundo ele, o encontro teria acontecido em sua casa.

Até agora, porém, nenhum representante – de dinistas ou brandonistas – confirma a tal pauta revelada por ele…

Debate sobre presença de Brandão transforma em ato político o casamento de Dino

Discussões sobre o convite ou não ao governador ganham os grupos de troca de mensagens e aumenta a expectativa em torno da festa, no sábado, 30, que pode significar a oficialização do desenlace entre os dois

 

DINISTAS DE UM LADO, BRANDONISTAS DE OUTRO. Presença de Brandão em casamento de Dino virou bolsa de apostas em todo o Brasil

Bem ao seu estilo, o ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino vinha trabalhando nos bastidores para que o seu casamento com a companheira de 14 anos Daniela Lima fosse um evento discreto, em Petit Comité, no sábado, 30.

Mas o assunto vazou e ganhou os meios midiáticos por um detalhe político: não há informações sobre convite ou presença confirmada do governador Carlos Brandão (PSB).

  • desde a semana passada, blogs maranhenses apontam que Brandão não recebeu convite para a festa;
  • a partir desta segunda-feira, 25, o assunto ganhou também as manchetes de portais nacionais;
  • o destaque é o mesmo: Brandão não foi convidado, o que aponta para rompimento entre eles.

Não acredito que, caso o ministro o tenha convidado, o governador decida não ir; se não estiver na festa, é por que não recebeu convite”, disse a este blog Marco Aurélio d’Eça um aliado de quatro costados de Flávio Dino.

Convidar ou não para casamento virou critério político? Flávio Dino sempre foi reservado, vida pessoal bem reservada, mesmo quando governador. É um casamento, não um ato político; deixemos os noivos em paz”, disse outro dinista, este mais incomodado com o assunto.

Casamentos costumam ser atos meramente religiosos, familiares, sociais, no máximo; mas a história mostra que, vez por outra, transformam-se  em atos políticos de forte simbolismo:

  • em 1997, a então governadora Roseana Sarney casou-se pela segunda vez com Jorge Murad, tornando o cunhado, Ricardo Murad, inelegível. (Saiba aqui)
  • durante a ditadura, o casamento dos presos políticos Inês Etienne Romeu e Jarbas Silva Marques virou símbolo da luta contra o regime militar. (Leia aqui)
  • na Europa da Idade Média, o casamento entre nobres legitimava o poder e a autoridade dos governantes, pois envolvia união de territórios (Leia aqui)

O casamento era uma aliança política, forjada de acordo com interesses estratégicos do reino, fosse para selar acordos de paz ou agregar terras. Enquanto isso, as relações extraconjugais eram o refúgio para o prazer”, diz o escritor Sérgio Alberto Feldman, no livro “Amantes e Bastardos”, que analisa as relações conjugais e extraconjugais da alta nobreza portuguesa no século XIV.

É pouco provável que o agora ministro do STF tenha pensado em dar ao seu matrimônio qualquer tom de pompa ou demonstração de poder, mas as circunstâncias da época – e a sua própria importância política para o Maranhão – já transformaram o evento em um fato político de repercussão nacional.

E será o assunto principal da política antes, durante e depois da cerimônia…