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As mudanças que Flávio Dino quer….

Governador vê com decepção as ações de auxiliares na Segurança, na Comunicação e na Saúde, e já tem até nomes de substitutos, mas não consegue implementar a troca por questões extra-governo

 

Pacheco ao lado do governador: o semblante de Dino mostra o que ele pensa da gestão na Saúde

Pacheco ao lado do governador: o semblante de Dino mostra o que ele pensa da gestão na Saúde

Pelo menos três auxiliares estão na alça de mira do govenador Flávio Dino (PCdoB), dez meses após ele assumir o comando do Maranhão.

O médico Marcos Pacheco, na Saúde, o radialista Robson Paz, na Comunicação, e o delegado Jefferson Portela, na Segurança Pública mostram desempenho pífio e incapacidade de gestão; e Dino já cobrou por mudanças.

À frente da Saúde, Pacheco conseguiu a façanha de destruir todo o trabalho de excelência implantado no setor pelo ex-secrfetário Ricardo Murad. As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estão sucateados, os hospitais de referência, como o Geral, o Carlos Macieira e o PAM-Diamante, voltaram a ser meros ambulatórios. Os serviços especializados foram encerrados.

Nem os medicamentos especiais são hoje encontrados na FEME, que também tinha padrão de excelência na gestão passada.

Para o lugar de Pacheco Flávio Dino quer Natalino Salgado, ainda reitor da Ufma.

Márcio Jerry com seu afilhado, Robson Paz: "carregador de piano que não sabe tocar"

Márcio Jerry com seu afilhado, Robson Paz: “carregador de piano que não sabe tocar”

Outro que não tem aptidão para o comando é Robson Paz, na Secom. Tímido, pouco relacionado e sectário, não consegue avançar na comunicação do governo e é constantemente criticado por Dino. Para o posto, o governador quer o publicitário Juliano Corbellini, que diz aos mais próximos já ter sido convidado pelo menos quatro vezes.

Tutor do atual secretário, o próprio homem-forte do governo, Márcio Jerry, classifica o afilhado como “carregador de piano, que não sabe tocar”. Mas resiste ao nome indicado por Corbelini, o do também publicitário Daniel Merlin, outro que trabalhou na campanha.

Dino quer aguardar 2016 para efetivar a mudança na Secom, mas o desgaste da gestão pode precipitar a troca.

Portela com Rubens Júnior: de panfleteiro a secretário por opção do PCdoB

Portela com Rubens Júnior: de panfleteiro a secretário por opção do PCdoB

O setor de Segurança Pública tornou-se o calcanhar-de-aquiles da gestão dinista sob o comando do delegado e militante do PCdoB, Jefferson Portela. Escolhido unicamente por carregar bandeiras na campanha do comunista, Portela já demonstrou absoluta inaptidão para o comando da pasta.

Há denúncias de que o sistema serve hoje apenas para perseguir adversários do próprio Dino, enquanto a população sofre com assaltos constantes a bancos, explosões de caixas eletrônicos e assassinatos nos grandes centros.

Nem o serviço de inteligência da polícia – voltado apenas para o monitoramento de adversários – consegue detectar a ação de bandidos, deixando toda a população exposta.

O problema é que Flávio Dino não tem um homem de confiança para o setor da Segurança, o que impede a troca de Portela.

Mas o próprio governador reconhece que estes três setores precisam de urgente injeção de ânimo.

Sob pena de afundar ainda mais o seu governo…

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Enquanto bancos explodem, Dino passeia no helicóptero da segurança…

Helicóptero chega em Coroatá com Flávio Dino, que visitou fazenda de aliado do PCdoB...

Helicóptero chega em Coroatá com Flávio Dino, que visitou fazenda de aliado do PCdoB…

Chega ser impressionante a demagogia do governador Flávio Dino, que vem evitando a necessidade de fazer a licitação para o uso de helicópteros. O fato é que ele não faz, mas acaba usando o da polícia que deveria servir para perseguir bandidos.

Nesta sexta-feira, por exemplo, quando criminosos explodiram mais uma agência bancária, o helicóptero do GTA cumpria a agenda do governador, conforme relatou a deputada Andrea Murad nas redes sociais.

– O governo devia nos poupar de tanta demagogia. O governador que se nega a fazer licitação para aquisição de helicóptero, usa o da polícia, como por exemplo hoje ao chegar na fazenda do capitão Alexandre para participar de evento em Coroatá. Devia fazer essa licitação logo e parar de usar o da polícia que hoje deveria estar perseguindo os bandidos que explodiram 2 agências bancárias no interior do estado, só que não estava disponível pq o helicóptero da segurança pública cumpria agenda do governador. Não faz licitação para Casa Civil mas usa o da polícia. Do quê adianta? – escreveu Andrea Murad.

...E o aparelho da segurança anda ficou esperando o chefe, enquanto bandidos agiam no interior do estado

…E o aparelho da segurança anda ficou esperando o chefe, enquanto bandidos agiam no interior do estado

Flávio Dino usou o helicóptero da segurança pública (foto) para participar de um evento em Coroatá, na fazenda do capitão Alexandre Araújo, correligionário e membro do PCdoB, que doou parte do seu terreno na MA 020 para a construção de Instituto Tecnológico.

– Mas como discursei ontem na Assembleia, a Prefeitura de Coroatá ofereceu, inclusive com documentos protocolados, um terreno dentro da cidade para construção do IEMA, aí sim em área urbana e facilitando o acesso aos jovens e não em uma fazenda fora da cidade que nem casas perto tem, quanto mais praças, bibliotecas e escolas como recomenda as próprias regras do programa. Colocar o IEMA fora da cidade tem o único objetivo de valorizar as terras de um aliado que quer construir loteamento para vender – disse Andrea que criticou o secretário de articulação política, Márcio Jerry, por não conseguir responder aos questionamentos da parlamentar.

– Ao invés de responder a minha denúncia sobre o governo receber a doação do terreno de um filiado do PCdoB para construção de um Instituto de Educação Tecnológica no meio do nada, o secretário Márcio Jerry vai pelo caminho fácil da mentira, da acusação, na vã tentativa de me jogar contra a juventude que me conhece e sabe que jamais seria contra qualquer projeto que a beneficie. Portanto, como não tem respostas a dar, o governo parte para a mentira se aproveitando da inocência das pessoas, achando que conseguirão enganá-las. Com essa defesa fora de propósito, vou começar a achar que o secretário deve ter ‘sociedade’ no projeto de loteamento do Capitão Alexandre – escreveu.

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O acaso como tática de investigação

Nas quase dez vezes em que o titular deste blog esteve com os delegados que investigam a morte do jornalista Décio Sá, ocorrido em 23 de abril, uma palavra sempre saltava nas conversas, como marca registrada da elucidação de crimes nos últimos anos no estado.

O acaso resultou em prisões importantes e descoberta de culpados por crimes de ampla repercussão.

Foram desde mulheres espancadas por bandidos, que, revoltadas, resolveram denunciar o companheiro, até conversas de bares que acabaram revelando indícios checados e confirmados mais tarde.

O fator acaso é tão forte, que um dos policiais não se constrange em dizer que, no Maranhão, a elucidação de crimes de pistolagem requer 20% de técnica e 80% de sorte.

No assassinato de Décio Sá, o acaso parece, mais uma vez, nortear as investigações.

A prisão dos dois supostos suspeitos – um deles já solto – foi resultado deste acaso: a partir de um e-mail fantasioso encaminhado por jornalistas, a polícia determinou a prisão de Fábio Roberto e Valdêmio Silva.

Por acaso, descobriu-se depois que Fábio Roberto era procurado por outros crimes, por isso permaneceu preso.

A aposta no acaso também envolve as denúncias do Disque-Denúncia, serviço privado de auxílio à polícia.

– Vá que apareça alguém que diga uma coisa com sentido?!? –  justificam os investigadores.

E o acaso se prevalece também da falta de estrutura.

Os policiais reclamam, por exemplo, que a polícia não tem autorização do Estado sequer para acessar contas de Facebook, Orkut e Twitter. Até alguns blogs são bloqueados no sistema da Segup.

– Para pesquisar uma pasta de Facebook, por exemplo, precisamos ir à lan houses. Foi assim que elucidamos vários crimes – conta um dos delegados.

Um exemplo de crime elucidado assim foi o que envolveu Thiago de Sousa e Vanessa Matos, dois filhinhos-de-papai envolvidos na morte da advogada Geysa Rocha Pires.

– Eles caíram por que, viciados no Facebook, facilitaram a descoberta do paradeiro – contra outro delegado.

A morte de Décio Sá parece caminhar para o esquecimento.

Quem sabe um dia não apareça alguém na delegacia disposto a falar? Ou, quem sabe, uma investigação de outro caso esbarre em alguém que tenha a falar sobre o crime?

É o  acaso fazendo a sua parte.

É a esperança da polícia maranhense…