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Silêncio de Jefferson Portela diz muito sobre escândalo da Segurança…

Secretário tenta encerrar o problema sem manifestar opinião e tentando desqualificar as acusações, que ganham cada vez mais corpo nos meios jurídicos, policiais e judiciais

 

THIAGO BARDAL CHEGOU A SER HOMENAGEADO POR FLÁVIO DINO E JEFFERSON PORTELA; caiu em desgraça por desobedecer ordens do chefe

Não é fácil a situação do secretário de Segurança Pública, delegado Jefferson Portela.

Apontado como cabeça e um esquema de espionagem de membros do Judiciário, políticos, empresários e até gente da própria polícia, ele vai se enredando cada vez mais na teia.

E o silêncio que ele mantém – com poucos ou nenhum esclarecimento das denúncias – só vai piorando sua situação.

Portela é acusado de manipular inquéritos, direcionar investigações e espionar autoridades e  adversários do governador Flávio Dino (PCdoB), além de acobertar investigados ligados ao governo.

E não é nenhum desqualificado a fazer a denúncia.

As acusações são feitas pública e oficialmente por ninguém menos que o ex-Superintendente de Investigações Criminais (Seic), Thiago Bardal, e pelo chefe do departamento contra crime organizado, Ney Anderson Gaspar.

Dois delegados de polícia homenageados pelo próprio governo comunista e até pouco tempo atrás tidos como homens de confiança do próprio secretário.

O silêncio acuado de Jefferson Portela só encontra paralelo em outro silêncio, o do Ministério Público.

Mas este, o Ministério Público, não vai acordar por um bom tempo ainda…

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Espionagem de desembargadores: o blefe do Tribunal de Justiça…

Não parece coerente que a cúpula do Judiciário maranhense cobre da cúpula da Polícia Civil investigação de denúncia envolvendo essa mesma polícia; fica parecendo apenas satisfação à sociedade

 

FLÁVIO DINO E A CÚPULA DO TRIBUNAL E JUSTIÇA DO MARANHÃO; quem vai investigar a espionagem de desembargadores?

Não fez qualquer sentido a nota do Tribunal de Justiça, divulgada em alguns blogs nesta sexta-feira, 17, informando da cobrança por esclarecimento das denúncias de que a Polícia Civil andou espionando desembargadores maranhenses.

Para lembrar: o delegado Thiago Bardal – acusado de compor uma quadrilha especializada em roubo de cargas e contrabando de uísque – denunciou a um juiz que recebeu ordem do secretário de Segurança, Jefferson Portela para investigar desembargadores. 

Desde a primeira denúncia, Bardal tem reiterado as acusações, pondo em xeque a atuação de Portela à frente da Segurança. (Entenda aqui, aqui e aqui)

Somente nesta sexta-feira, uma nota do Tribunal de Justiça, assinada pelo seu presidente, desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos, diz que o Judiciário exige “rigorosa e imparcial investigação de tais denúncias”.

Mas não diz de que autoridade exige essa investigação.

Ora, se o TJ-MA quiser mesmo esclarecer a denúncia de Bardal, o caminho adequado é uma solicitação formal ao Ministério da Justiça para que a Polícia Federal investigue a polícia maranhense.

Pedido que já foi feito, oficialmente, aliás, pelo deputado federal Edilázio Júnior (PSD). (Relembre aqui)

Se não for assim, ficará claro que o tribunal estará apenas jogando para plateia, dando satisfações à pressão dos seus.

Mas sem esperar qualquer resposta efetiva.

É simples assim…

Abaixo, a nota do Tribunal de Justiça:

Tendo em vista matérias publicadas no Blog do ‘Neto Ferreira’ em que o ex-delegado de Thiago Bardal e o delegado Ney Anderson Gaspar acusam, reiteradamente, o Secretário Estadual de Segurança Pública do Estado do Maranhão, Jefferson Portela, de ter determinado suposta espionagem ilegal contra desembargadores e juízes, o Tribunal de Justiça, no exercício de suas funções constitucionais, vem a público e perante as autoridades exigir uma rigorosa e imparcial investigação de tais denúncias.

Desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos
Presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão

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Edilázio manda Ofício a Sérgio Moro sobre ação contra desembargadores…

Com carimbo de “Urgente”, documento pede ao ministro da Justiça que determine investigação das denúncias feitas pelo delegado Thiago Bardal contra o secretário de Segurança Jefferson Portela

 

Edilázio denunciou Jefferson Portela na Câmara e pediu investigação a Sérgio Moro

O deputado federal Edilázio Júnior encaminhou ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, nesta quinta-feira, 4,  pedido de investigação das denúncias do delegado Thaigo Bardal contra o secretário de Segurança do Maranhão, Jefferson Portela.

Em depoimento ao juiz da 2ª Vara Criminal, no dia 8 de março, Bardal revelou que Portela determinou a ele que investigasse quatro desembargadores do Tribunal de Justiça do Maranhão

– No aludido depoimento, a citada autoridade policial afirmou que o Secretário de Segurança Pública do Estado do Maranhão, Jefferson Portela, filiado ao partido político do Governador do Estado, PCdoB, determinou que fosse instaurada investigação em face de quatro membros do Tribunal de Justiça do referido estado – destaca Edilázio.

O deputado maranhense ressalta a necessidade da investigação, nem que, para isso, “seja necessária a participação da Polícia Federal”.

– A declaração feita pelo Sr. Tiago Mattos Bardal (ex-chefe da Superintendência de Investigações Criminais), em ambiente judicial, importa em grave violação ao Estado Democrático de Direito por afrontar, violentamente,o princípio da separação dos poderes. Trata-se, objetivamente, de arapongagem executado pelo Poder Executivo em face do Poder Judiciário, na esfera estadual – diz Edilázio, no documento encaminhado a Moro.

O documento encaminhado pelo deputado federal ao ministro da Justiça

O Ofício de Edilázio Júnior elenca uma série de posts do blog Marco Aurélio D’Eça, como fonte para “melhor esclarecimento do ambiente da denúncia”.

Ao ressaltar que a espionagem de Portela contra desembargadores fere o Estado de Direito e a independência entre os poderes, o deputado lembra que a investigação determinada pelo secretário estaria nula de pleno direito.

E destaca, também, no Ofício, outro episódio de espionagem, este protagonizado pela cúpula da Polícia Militar, contra adversários políticos de Flávio Dino.

Leia abaixo a íntegra do documento de Edilázio Júnior a Sérgio Moro:

Brasília, 03 de abril de 2019.

A Sua Excelência o Senhor

Sérgio Fernando Moro,

Ministro da Justiça e Segurança Pública

URGENTE

Senhor Ministro,

Traz-se ao conhecimento de Sua Excelência fato público, amplamente noticiado pela imprensa do Estado do Maranhão, procedente de recente depoimento judicial prestado pelo ex-chefe da Superintendência de Investigações Criminais (Seic) do Maranhão, delegado Tiago Mattos Bardal, que fora exonerado daquele cargo pelo atual Governador do Estado, Sr. Flávio Dino de Castro e Costa, no dia 22 de fevereiro de 2018, após suposto envolvimento em um esquema de milícias, na capital maranhense. No aludido depoimento, a citada autoridade policial afirmou que o Secretário de Segurança Pública do Estado do Maranhão, Jefferson Portela, filiado ao partido político do Governador do Estado, PCdoB, determinou que fosse instaurada investigação em face de quatro membros do Tribunal de Justiça do referido estado.

A declaração feita pelo Sr. Tiago Mattos Bardal (ex-chefe da Superintendência de Investigações Criminais), em ambiente judicial, importa em grave violação ao Estado Democrático de Direito por afrontar, violentamente,o princípio daseparação dos poderes. Trata-se, objetivamente, de arapongagem executado pelo Poder Executivo em face do Poder Judiciário, na esfera estadual.

Com efeito, qualquer indício de irregularidades no adequado funcionamento dos Poderes quer seja no Judiciário, Executivo ou Legislativo, em especial no que toca ao princípio da independência, impõe atuação imediata, célere e igualmente contundente com o fito de resguardar os valores intocáveis do regime republicano.

Considerando os valores constitucionais ameaçados deve-se, por óbvio, garantir imparcialidade e agilidade em processo investigativo a ser imediatamente instaurado.

Oportuno expor que investigação realizada pela polícia civil do Estado do Maranhão, por determinação do Secretário de Segurança Pública do Estado (ora envolvido na gravíssima acusação), estaria fadada ao fracasso e jamais concretizaria o princípio da verdade real. A investigação seria nula por transgressão a princípios paradigmáticos, como legalidade, imparcialidade, isenção e impessoalidade, próprios de um procedimento investigativo justo e sério. 

Na prática, caso admitida fosse uma investigação por parte da Polícia Civil do Estado do Maranhão, estar-se-ia a investigar a autoridade máxima do Estado, no caso, o Secretário de Estado da Segurança Pública, a quem todos os que atuariam no presente inquérito estariam hierarquicamente subordinado ao “investigado”.

Outro fato que corrobora com a flagrante impossibilidade de que qualquer investigação séria e imparcial seja executada por meio da Secretária de Segurança do Estado do Maranhão é o desfecho de outro episódio, (grave) ocorrido no Estado do Maranhão no ano passado, em que Memorando Circular nº 098/2018 Sec-admin/CPI, emitido em 6 de abril pelo Comando de Policiamento do Interior da Polícia Militar, determinava aos “comandantes de área ”que informassem as lideranças que faziam oposição ao governo local ou ao Governo do Estado, e que pudessem “causar embaraços no pleito eleitoral” (vide documento abaixo colacionado).

À época, quando da divulgação acerca do escândalo do referido Memorando Circular, sindicância interna foi aberta pela própria Polícia Militar Estadual.Todavia, até hoje, mais de um ano depois, não há notícia de qualquer desdobramento ou explicação pública sobre os memorandos que determinavam o fichamento da oposição. A suposta averiguação, se efetivamente ocorreu, não gerou qualquer resultado prático, embora evidente a prática de ato incompatível e afrontoso o próprio matiz constitucional da corporação.

exemplo revela a total ineficácia de investigações quando os investigados estão investidos em funções hierarquicamente superior aos que presidirão o eventual inquérito. Há, portanto, uma total inversão da própria lógica de hierarquia. Imaginar que um subordinado irá punir seu próprio chefe é de uma crença pueril.

Neste sentido, observa-se que os órgãos investigativos do Estado Maranhão se encontram subordinados ao próprio governo estadual, de modo que qualquer investigação conduzida pela Polícia Civil do Maranhão importará em averiguação suspeita e parcial, motivo pelo qual se faz imperativa a intervenção Federal no presente caso, mediante atuação da Polícia Federal, a qual poderá conduzir inquirição enérgica e, principalmente, isenta de qualquer influência ou subordinação às autoridades estaduais envolvidas.

Para fins de melhor compreensão da gravidade que envolvem os fatos ora expostos, seguem os links das notícias amplamente divulgadas por toda a imprensa maranhense:

É preciso proteger coronel que orienta espionagem da PM a adversários de Flávio Dino…

 

PM mandou catalogar até juízes e promotores eleitorais…

 

As estranhas coincidências na denúncia de Bardal contra Portela…

Thiago Bardal e mais 12 denunciados por contrabando e quadrilha…

 

Thiago Bardal é mesmo investigado por milícia…

As matérias declinadas são provas irrefutáveis de que, efetivamente, o Governador do Estado, Flávio Dino de Costa e Castro, desde que tomou posse no cargo de chefe do Poder Executivo Estadual vem aparelhando, por meio do seu secretário de Estado de Segurança Pública, as polícias – civil e militar – para perseguir, afrontar e amedrontar todos aqueles que lhe fazem oposição e, agora, visa ameaçar o Poder Judiciário Estadual.

Com efeito, a Carta Magna para proteger, preservar e manter os princípios republicanos e o Pacto Federativo salvaguardado prevê aIntervenção Federal, instrumento excepcional que só pode ser utilizado em situações que se enquadrem nos motivos expressos indicados nos sete incisos do artigo 34 da Constituição, in verbis:

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

I – manter a integridade nacional;


II – repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;


III – pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;


IV – garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;

V – reorganizar as finanças da unidade da Federação que: (…)

VI – prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;


VII – assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

Desta feita – retratada a gravidade dos fatos e a violenta afronta ao Pacto Federativo, ao funcionamento independente e harmônico dos Poderes e aovalor constitucional vértice do regime democrático – requer a Sua Excelência, na urgência que a gravidade dos fatos impõe, que as medidas pertinentes sejam tomadas para a elucidação dos fatos ainda que, para tanto, seja necessária a determinação de intervenção pela Polícia Federal.

Atenciosamente,

EDILÁZIO GOMES DA SILVA JÚNIOR

Deputado Federal

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Reclamação ao CNJ desmente Ministério Público sobre desembargadores e caso Décio…

Processo que tramita no Conselho Nacional de Justiça desde 2018 – quando o Ministério Público já era chefiado pelo atual procurador, Luiz Gonzaga Martins Coelho – aponta que ele pode ter prevaricado ao não abrir procedimento para apurar casos denunciados sob sua própria tutela

 

LUIZ GONZAGA ACIONOU NO CNJ OS MESMOS DESEMBARGADORES QUE, segundo Thiago Bardal, Jefferson Portela mandou investigar

A Reclamação Disciplinar nº 0010133-38.2017.2.00.0000 encaminhada pelo Ministério Público Maranhense ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) desmente o  procurador-geral de Justiça, Luiz Gonzaga Martins Coelho, em relação a casos envolvendo o desembargador Tyrone José Silva, do Tribunal de Justiça do Maranhão, e o assassinato do jornalista Décio Sá.

A denúncia da PGJ é datada de 2017, quando o MP maranhense já estava sob o comando de Gonzaga, e acusa Tyrone de negociar sentenças em diversos processos, todos elencados na reclamação.

O curioso é que a Procuradoria-Geral de Justiça eximiu-se de responsabilidade, em nota encaminhada ao blog de Neto Ferreira, sobre a denúncia do delegado Thiago Bardal contra o mesmo Tyrone Silva.

– Informamos que, em respeito ao princípio da independência funcional e aos princípios do juiz e promotor natural, compete ao juiz e promotor que atuam no caso a tomada das providências devidas em relação às declarações relatadas pelo réu em juízo – disse a nota da PGJ, publicada por Ferreira. (Saiba mais aqui)

PRINT DO PROCESSO QUE TRAMITA NO CNJ A PEDIDO DO MINISTÉRIO PÚBLICO maranhense, envolvendo o desembargador Tyrone Silva

Ao negar-se determinar abertura de processo de investigação contra o desembargador – ao mesmo tempo em que denuncia este mesmo desembargador ao CNJ (cujas punições são meramente administrativas) – o procurador-chefe pode ter prevaricado em suas funções.

Na Reclamação apresentada ao CNJ, o Ministério Público maranhense deixa claro que o membro do Tribunal de Justiça agiu de “forma contrária à ordem jurídica e à defesa dos interesses sociais, o que tem causado espanto na comunidade jurídica e na sociedade local, gerando, inclusive, descrédito do Poder Judiciário”.

Caso Décio

GLÁUCIO ALENCAR TEVE AÇÃO JULGADA POR TYRONE SILVA EM QUE O PROCURADOR GONZAGA VIU SUSPEITAS DE PARCIALIDADE e recorreu ao Tribunal de Justiça

Na peça encaminhada por Luiz Gonzaga, na condição de chefe da PGJ, Tyrone José Silva é acusado também de favorecer o agiota Gláucio Alencar, pronunciado a Júri Popular como mandante do assassinato do jornalista Décio Sá.

– Quanto ao Processo n. 0009147-41.2016.8.10.0000, o reclamante sustenta parcialidade do magistrado em relação ao agiota Gláucio Alencar, supostamente evidenciada através do deferimento do levantamento da constrição em propriedade de origem comprovadamente ilícita (sic) – diz o despacho do conselheiro Humberto Eustáquio Soares Martins, assinado eletronicamente às 10h20m42 do dia 27 de fevereiro de 2019.

Trata-se de um pedido de desbloqueio de uma das empresas de Alencar (fruto da Medida Cautelar Criminal n.º 2648-16.2013.8.10.0000), em que Tyrone decidiu monocraticamente a favor do agiota.

Em 2018, quando veio a público o depoimento de Júnior Bolinha dando novos rumos ao caso Décio Sá, a assessoria de Luiz Gonzaga apressou-se em negar que tenha partido da PGJ a orientação para reabrir o caso. (Entenda aqui)

Em outras palavras, o procurador pode ter prevaricado novamente, ao não determinar procedimento diante do que ele próprio chamou de parcialidade de um membro do TJ-MA em favor de um dos envolvidos no assassinato.

Em seu despacho, o conselheiro Soares Martins deu 15 dias para manifestação do Tribunal de Justiça, o que teria encerrado em meados de março.

Não há informações sobre a resposta do TJ-MA ao CNJ…

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Monitoramento de magistrados começou pela PMMA no governo Flávio Dino

Além da investigação de desembargadores – revelada em depoimento do delegado Thiago Bardal – Secretaria de Segurança determinou também a catalogação de juízes e promotores no interior

 

FLÁVIO DINO COM A CÚPULA DO JUDICIÁRIO; denúncia de espionagem e silêncio da toga

Não é de hoje a tentativa do governo Flávio Dino (PCdoB) de monitorar autoridades do Judiciário, como revelou em depoimento o ex-chefe da Superintendência de Investigações Criminais (Seic), delegado Thiago Bardal.

No dia 20 de abril de 2018, o blog Marco Aurélio D’Eça revelou em primeira mão – assunto depois repercutido em toda a imprensa do país – a Circular nº 098/2018, da Policia Militar, determinando espionagem de adversários de Flávio Dino (PCdoB) que pudessem “causar embaraços eleitorais ao governador”. (Relembre aqui, aqui, aqui e aqui)

Numa parte desta Circular há uma tabela, que deveria ser usada por comandantes dos batalhões no interior, para catalogar juízes e promotores, como foi revelado no post “PM mandou catalogar até juízes e promotores…”. (Veja documento abaixo)

TRECHO DA CIRCULAR 098/2018, QUE ORIENTOU ESPIONAGEM de adversários e catalogação de juízes e promotores

A obsessão da cúpula da Secretaria de Segurança Pública – e da PMMA – pela espionagem de autoridades se revelou ainda mais perigosa no final de 2018, já com Flávio Dino reeleito, quando o próprio delegado Bardal encaminhou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) denúncia contra os desembargadores Froz Sobrinho e Tyrone José. (Relembre aqui)

No início de março passado, ele revelou ao juiz da 2ª Vara Criminal, que, além de Tyrone e Froz, tinha ordens do secretário Jefferson Portela para investigar também os desembargadores Guerreiro Júnior e Nelma Sarney.

Algo deu errado e o todo-poderoso da Seic acabou caindo preso, acusado de participação na mesma quadrilha de espionagem que a sua delegacia investigava.

E o resto da história já é de conhecimento público…

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Procurador-geral lava as mãos sobre espionagem de desembargadores…

Em nota oficial, encaminhada pela assessoria, Luiz Gonzaga Coelho joga a responsabilidade de apurar por caso ao juiz e promotor da Vara onde foi feita a denúncia contra o governo Flávio Dino

 

LUIZ GONZAGA COELHO PREFERIU LAVAR AS MÃOS DIANTE DAS ACUSAÇÕES contra o secretário Jefferson Portela

O procurador-geral de Justiça do Maranhão, Luiz Gonzaga Martins Coelho, eximiu-se de qualquer responsabilidade na apuração das denúncias feitas pelo delegado Thiago Bardal, sobre espionagem de desembargadores maranhenses.

Em nota encaminhada ao blog de Neto Ferreira, a PGJ disse que a investigação cabe ao promotor da Vara e ao próprio juiz que recebeu a denúncia.

– Informamos que, em respeito ao princípio da independência funcional e aos princípios do juiz e promotor natural, compete ao juiz e promotor que atuam no caso a tomada das providências devidas em relação às declarações relatadas pelo réu em juízo – declarou a procuradoria, em nota da Assessoria.

Em depoimento ao juiz da 2ª Vara Criminal, José Ribamar D’Oliveira Costa Júnior, Bardal revelou ter recebido ordens do secretário de Segurança, Jefferson Portela, para investigar os desembargadores Fróz Sobrinho, Tyrone José Silva, Guerreiro Júnior e Nelma Sarney. (Saiba mais aqui e aqui)

Até agora, nenhuma das instâncias da Justiça maranhense – muito menos a entidades de representação funcional – se manifestaram sobre o assunto. (Entenda aqui)

E agora já se sabe que, para o comando do Ministério Público maranhense, o tema também não tem qualquer importância.

E todos seguem em silêncio…

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Poder Judiciário silencia sobre espionagem de desembargadores…

Nem o Tribunal de Justiça – muito menos a Associação de Magistrados – manifestaram qualquer reação diante da denúncia do delegado Thiago Bardal; Ministério Público também finge que nada tem a ver com isso

 

É de silêncio sepulcral a reação do Poder Judiciário maranhense à denúncia do delegado Thiago Bardal, segundo a qual o secretário e Segurança Jefferson Portela mandou investigar quatro desembargadores maranhenses.

Em depoimento ao juiz da 2ª Vara Criminal, José Ribamar D’Oliveira Costa Júnior, Bardal revelou ter recebido ordens de Portela para investigar os desembargadores Fróz Sobrinho, Tyrone José Silva, Guerreiro Júnior e Nelma Sarney. (Saiba mais aqui e aqui)

O comando do Tribunal de Justiça simplesmente calou-se.

A Associação dos Magistrados (AMMA) – tão ativa em defender “a honra de juízes” contra jornalistas ou outras categorias – também calou-se.

E o Ministério Público, que deveria cobrar investigação do caso, preferiu continuar adormecido no berço esplêndido da relação com o governo comunista.

Não se tem notícias nem mesmo de qualquer procedimento do juiz que recebeu a denúncia.

Todos optaram pelo silêncio.

E quem cala, consente…

Leia também:

A mãe de todas as corrupções é a corrupção no Judiciário…

Judiciário, finalmente, será investigado no Brasil…

Tremei bandidos de toga!!!

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Edilázio quer esclarecimentos de Portela sobre investigação de desembargadores

Parlamentar foi à tribuna da Câmara para falar da denúncia do delegado Thiago Bardal, que acusou o secretário de Segurança de persegui-lo por ter recusado investigar membros do Tribunal de Justiça

 

O deputado federal Edilázio Júnior (PSD) levou à tribuna da Câmara, nesta quarta-feira, 27, a denúncia do delegado Thiago Bardal contra o secretário de Segurança do Maranhão, Jeferson Portela.

– Hoje [ontem], prestando depoimento, em frente a um juiz, o ex-superintendente de investigações criminais, Thiago Bardal, disse que o secretário de Segurança, Jefferson Portela, pediu que o mesmo investigasse quatro desembargadores – revelou Edilázio.

Em depoimento prestado ao juiz titular da 2ª Vara Criminal de São Luís, José Ribamar D’Oliveira Costa Júnior, dia 12, Bardal disse que Portela, estava firme no propósito de investigar e prender pelo menos quatro desembargadores do Maranhão.

– Jefferson Portela me chama em seu gabinete e diz: enquanto eu for secretário vai sair desembargador algemado daqui. Tem que investigar Fróz, Tryrone, Guerreiro e Nelma – afirmou Bardal.

Além de cobrar do próprio Tribunal de Justiça que leve o caso à investigação do Ministério Público, Edilázio propôs também à Assembleia Legislativa que convoque o próprio Portela.

– Nós não podemos admitir que a Polícia seja usada para investigar aqueles que não rezem a cartilha do comunismo – frisou o deputado, que também já denunciou o caso envolvendo a PMMA como espiã de adversários de Flávio Dino. (Veja vídeo acima)

O governo Flávio Dino ainda não se manifestou oficialmente sobre a denúncia de Bardal…

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Ascensão e queda de Thiago Bardal…

Tido como uma das estrelas do sistema de Segurança Pública no Maranhão, delegado chegou a ser cogitado para o comando da pasta; até ser flagrado em envolvimento com criminosos, o que levou ao seu ocaso

 

Thiago Bardal voltou à cadeia, sob acusação de propina em troca de proteção a quadrilhas

Preso nesta quarta-feira, 28, sob acusação de favorecimento a organizações criminosas em troca de propina, o delegado Thiago Bardal já foi uma estrela do sistema de Segurança Pública no Maranhão.

Chefe da Superintendência de Investigações Criminais (SEIC) desde o início do governo Flávio Dino (PCdoB), ele esteve à frente das principais ações da pasta, era o queridinho dos setoristas policiais da imprensa e chegou até a ser cogitado para o posto de Secretário de Segurança.

No dia 21 de fevereiro de 2018, a polícia desbaratou uma quadrilha de contrabando de cargas e acusou o próprio Bardal como membro da Organização Criminosa. (Entenda aqui)

Ele foi exonerado da SEIC no dia seguinte, preso e levado para a Delegacia da Cidade Operária, onde contou com a proteção de colegas da Associação de Delegados (Adepol), que chegaram a invadir sua cela para impedir depoimento.

Agora, Thiago Bardal é novamente preso, sob acusação de proteger quadrilhas de assaltantes de banco, tráfico de drogas e contrabando, em troca de R$ 100 mil mensais em propina.

É o triste ocaso de mais uma estrela da polícia maranhense…

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Adepol tenta desqualificar blog, mas confirma presença em cela de Thiago Bardal…

Em nota, entidade corporativista dos delegados de polícia confirma a história de que o colega preso sob suspeita de contrabando e roubo de carga se recusou a depor em inquérito na polícia

 

Membros da Adepol: repúdio à imprensa e ataques ao governo e ao secretário

A Associação dos Delegados de Polícia do Maranhão (Adepol) encaminhou ao blog pedido de Direito de Resposta em que tenta desqualificar post deste blog.

Mas em síntese, embora a tal “Nota de Repúdio” minimize o fato, a entidade corporativista confirma o essencial: na tarde de segunda-feira, 26, agentes de polícia foram buscar, mas não conseguiram levar para depor o delegado Thiago Bardal – preso sob suspeita de roubo de carga e contrabando.

– Durante a breve estada da Adepol na unidade prisional da Decop chegou uma equipe de três investigadores e comunicaram que estavam com um documento para que o dr. Thiago Matos Bardal prestasse depoimento naquele exato momento na Seccor, “mas que não seria obrigado a ir” – disse a nota, para completar:

(…) considerando que nem o investigado nem o seu advogado particular haviam sido regularmente intimados, o dr. Thiago Matos Bardal comunicou que comparecerá quando seu advogado também se fizer presente, e forneceu o número do celular do mesmo.

Ou seja, se recusou a ir, exatamente como este blog disse. (Releia aqui)

O restante do teor da nota da Adepol não interessa ao blog ou aos seus leitores por tratar-se de espécies de “recados” à Secretaria de Segurança ou ao Governo do Estado.

O essencial ao fato tratado neste blog já foi dito e reproduzido.

Simples assim…