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Polêmica sobre prisão de Lula expõe judiciário brasileiro…

Demora no cumprimento das decisões – e instrumentalização dos tribunais pela grande imprensa quatrocentona – reforça a ideia de que a magistratura brasileira está posicionada contra o ex-presidente

 

Editorial

A movimentação do processo de Habeas Corpus do ex-presidente Lula exibiu ontem ao povo brasileiro um claro posicionamento político do Judiciário.

A demora no cumprimento de uma decisão judicial, por mais contestável que ela tenha sido – apenas para ganhar tempo na espera por outra decisão revogatória – mostra que, se depender da Justiça brasileira, em todas as suas instâncias, Lula não será mesmo candidato a presidente.

Pela primeira vez na história republicana do país um juiz de primeira instância, no caso Sérgio Moro, se recusou a cumprir uma ordem superior.

Pela primeira vez na história republicana se viu um membro de tribunal despertar do seu descanso dominical e de suas férias, apenas para cassar a decisão de um colega, tomada no legítimo exercício do plantão.

Pela primeira vez na história republicana, os tribunais superiores são instrumentalizados pela Rede Globo e pela grande imprensa quatrocentona, que orientou, inclusive, os procedimentos a serem tomados para evitar o Habeas Corpus de Lula.

O próprio Lula dizia-se cético em relação à sua liberdade, diante da pressão da mídia e do mercado paulista pela manutenção de sua prisão.

E assim segue o Brasil no pós-golpe.

Mais grave é ver o gado tangido à distância pela Avenida Paulista sendo ordenado a aplaudir tais aberrações judiciais.

É o Brasil caminhando para trás, onde todos querem chegar.

Sem liberdade e sem Justiça…