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A violência se espalha pelo Maranhão

O assassinato da enfermeira que trabalhava em Pedrinhas é só mais um caso envolvendo o complexo penitenciário, que há anos dá sinais de colapso.

O tiroteio da avenida Kennedy é outro caso de violência que marcou o feriadão, assim como a execução do jardineiro, em Codó, e o assassinato do músico Lomanto, em Alto Alegre do Pindaré.

A violência toma conta do Maranhão, e o “governo da mudança” não consegue dar respostas à população.

Sem segurança, homens de bem andam assustados, sem ter a quem recorrer.

E não adianta culpar o tempo passado.

Afinal, não foi pra mudar que o Maranhão mudou?!?

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Violência é maior contra jornalistas da área política…

Schröder: violência é maior na Política

O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Celso Schröder, afirma que os profissionais de imprens que cobrem a área política estão mais expostos a todo tipo de violência.

Ao contrário de outros países em que a origem da violência está em situação de conflito, de guerra, no Brasil a origem da violência contra jornalistas está na política – afirmou o presidente da Fenaj, durante debate sobre a profissão, no Senado Federal.

Executado em abril, Décio Sá era um dos mais destacados reporteres da área política no Maranhão.

De acordo com Schröder, de cada dez casos de violência contra jornalistas, seis ocorrem contra profissionais da área política.

Violência verbal, física e psicológica…

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Passeata pela Paz cobra resposta do governo à violência…

Moradores de várias comunidades assoladas pela violência integraram o movimento

A caminhada em homenagem ao jornalista Décio Sá, hoje, na Avenida Litorânea, transformou-se em um protesto popular contra a falta de resposta do Governo do Estado às ações de violência no Maranhão.

Parentes e amigos de outras vítimas da pistolagem se juntaram a jornalistas, políticos, populares e parentes de Décio para cobrar ações mais efetivas do govenro.

A ausência da governadora Roseana Sarney (PMDB) nos dias que sucederam o crime também foi criticada.

Irmã de Décio Sá, a professora Vilenir Sá leu os nomes de várias outras vítimas da pistolagem – assassinadas já depois da morte do jornalistas – cujos crimes continuam sem solução e criticou a incapacidade da Secretaria de Segurança.

Pela proximidade com o governo, Décio Sá simbolizou a cobrança por segurança

Presente à caminhada, o vice-governador Washington Oliveira (PT) foi obrigado a responder perguntas sobre as falhas na investigação do caso Décio, da falta de resposta da polícia e até sobre o paradeiro da governadora.

A caminhada começou por volta das 10 horas, em frente ao parquinho da Litorânea. Centenas de manifestantes caminharam até o restaurante Estrela do Mar, onde Décio foi executado.

Vários colegas de profissão, parentes e amigos do jornalistas se alternaram no microfone para cobrar Justiça.

Em seguida, balões brancos foram soltados, para simbolizar a esperança por paz.

Décio Sá foi assassinado no dia 23 de abril, minutos depois após deixcar a redação do jornal O EstadoMaranhão.

Até agora, a polícia não divulgou o retrato falado do assassino.

E decidiu manter a investigação em sigilo…

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Mosca na Sopa…

Eu sou a mosca
Que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou prá lhe abusar.

Eu sou a mosca
Que perturba o seu sono
Eu sou a mosca
No seu quarto a zumbizar.

E não adianta
Vir me detetizar
Pois nem o DDT
Pode assim me exterminar
Porque você mata uma
E vem outra em meu lugar…

-“Atenção, eu sou a mosca. A grande mosca. A mosca que perturba o seu sono. Eu sou a mosca no seu quarto a zum-zum-zumbizar. Observando e abusando. Olha do outro lado agora. Eu tô sempre junto de você. Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.”

Quem, quem é?
A mosca, meu irmão!

E não adianta
Vir me detetizar
Pois nem o DDT
Pode assim me exterminar

Porque você mata uma e vem outra em meu lugar…

Letra e música de Raul Seixas
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Família e amigos fazem missa em homenagem a Décio Sá…

Décio Sá: sete dias e nada...

Será as 9h30 horas de hoje, na Igreja da Sé, a Missa de Sétimo dia do jornalista Décio Sá.

O evento religioso será celebrado a pedido da família, dos amigos e dos colegas de trabalho e de profissão do jornalista.

Décio Sá foi assassinado segunda-feira passada, com seis tiros, em um restaurante na Avenida Litorânea.

Além da Missa de 7º Dia, será realizada uma caminhada em sua homenagem, terça-feira, na Avenida Litorânea.

No evento, será cobrada a prisão de todos os envolvidos no caso – inclusive os mandantes – e a rapidez na elucidação.

A caminhada da paz também será realizada às 9h30, com início da área do parquinho da Litorânea.

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Lições de uma morte…

Por João Melo e Sousa Bentivi

Essa crônica pode estar velha no dia da publicação. Escrevo-a na sexta, será publicada domingo e, nesse tempo, todas as notícias podem ter se tornado velhas. O que resta esperar é que o envelhecimento seja construtivo.

Morreu o jornalista Décio Sá. Aliás, não morreu, mataram-no, foi assassinado!

Conheci o Décio criança, fomos criados no mesmo bairro, o antigo Barés, hoje tristemente incorporado pela imundície da Feira do João Paulo. Como todos nós, do Barés, de origem humilde.

  A vida lhe foi pródiga: venceu.

Não tínhamos relações de intimidade, até porque a diferença de idade entre nós pouco permitiu de convivência e, no desenrolar de nossas vidas, trilhamos caminhos bem opostos. Por motivos ideológicos e profissionais, Décio Sá, desde cedo, vinculou-se à estrutura Mirante-Sarney e eu, por meus motivos, caminhei exatamente ao contrário, nunca estive nem próximo a essa nau. Graças a Deus!

Isso não fez de nenhum de nós melhor ou pior, fez-nos, pura e simplesmente, diferentes.

Muita gente reclama dos jornalistas que defendem posições, como era o caso do Décio Sá e eu sempre acho hipócritas aqueles que se vangloriam de fazer o “tal jornalismo imparcial”. Jornalismo imparcial seria o mesmo que comida insossa ou água morna: nem serve para beber, tampouco pela um porco: toucinho cabeludo nunca fez sucesso!

O jornalista que faz bem para a sociedade tem que ter a contundência da parcialidade. Parcialidade não rima, necessariamente, com malandragem, rima com ter um lado político, econômico ou ideológico. É melhor ter um lado e assumi-lo que ficar se posicionando de maneira sutil e hipócrita.

O meu saudoso mestre e amigo José Maria do Amaral ensinou-me que quem não tem inimigos também não pode fazer amigos. Desconfie-se, pois, desse tipo de indivíduo que diz ter somente amigos: ou é mentiroso ou não vale nada. Melhor que seja mentiroso.

O Décio Sá foi morto a mando de um ou mais inimigos e daí sobram lições.

Creio que não tomava os devidos cuidados com as pessoas que tinha certeza de tê-las incomodado. Posso estar errado, mas ser da equipe Mirante, próxima ao núcleo central do governo do Maranhão, deveria lhe dar uma certa sensação de segurança.

A segunda lição é que a insegurança, em vez de ser exceção, é regra no Maranhão. Os fatos afirmam:

Não era um jornalista qualquer. Era um dos mais lidos, da maior rede de comunicação do estado, amigo das mais altas autoridades, incluindo a governadora e José Sarney.

Com todos esses predicados, os assassinos o mataram em um restaurante lotado, cedo da noite, sem capuz ou disfarce, com a certeza da impunidade.

A terceira lição mostra a deterioração das relações sociais. Nunca advoguei a farsa social que canoniza o morto, principalmente se a morte é violenta, mas é inadmissível detratar-se do morto, qualquer que seja o motivo, ainda que relevante, pois o morto tem a incapacidade absoluta de defender-se e, assim procedendo, se estará promovendo pelo menos uma absoluta covardia.

A quarta lição é uma equação em aberto: o governo tem a maior de todas as obrigações – prender executores e mandantes.

Os outros assassinos de aluguel (que no Maranhão, acredita-se, são muitos) estão vendo o rio passar. Caso a morte do Décio Sá fique na impunidade, será um grande combustível a encorajar os crimes de encomenda. A impunidade da morte do Décio Sá fará com que qualquer motivo, mesmo banal, atinja a condição de relevância para a execução de alguém.

Encontrar, prender, julgar e colocar na cadeia esses facínoras é condição de segurança pública. Alguém, desavisado, diria: só porque é da Mirante? Não, nesse caso não se trata de Mirante ou um jornalzinho casca de coco: o fato independe do veículo.

Assim, espera-se que, desse triste drama, sobre algo de relevância. Que os sentimentos menores não se externem. Que os facínoras recebam o merecido e que outros jornalistas não tombem de maneira tão violenta.

Na adolescência, li um livro – A Marca da Violência – e não recordo o nome do autor, mas uma frase desse livro me marca até hoje: “o nascer é o início da vida, o morrer é o fim, mas uma morte violenta é um fim antes do fim”.

Creio que se aplica ao Décio Sá!…

Bentivi é médico otorrino e legista, jornalista, advogado, professor e músico
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Jornalistas denunciam novas ameaças no Maranhão…

Policial observa corpo de Décio, após execução em São Luís

Wilson Lima, do IG

morte do jornalista Décio Sá , repórter de política do jornal “O Estado do Maranhão”, veículo de comunicação da família Sarney e titular do blog com a maior audiência no Estado, trouxe uma sensação de pânico e medo à imprensa maranhense. De quebra, expôs feridas antes consideradas pontuais e mostrou que tentativas de cerceamento à liberdade de imprensa no Estado são mais comuns do que se imagina.

Apenas nos últimos três anos, vários jornalistas e veículos foram censurados ou sofreram tentativa de cerceamento da liberdade de imprensa.

Em 2010, o repórter Itevaldo Júnior, editor de Política de “O Estado” e dono de um blog especializado na análise do Poder Judiciário maranhense, foi proibido de citar o nome do juiz Nemias Nunes Carvalho após uma denúncia segundo a qual o magistrado teria, supostamente, comprado uma fazenda de uma foragida da justiça beneficiada por uma decisão judicial de Carvalho.

Um ano antes, uma outra decisão da Justiça do Maranhão obrigou o “Jornal Pequeno”, veículo de oposição à Família Sarney, a retirar do site uma reportagem com dados da Operação Factor, que citava o nome do empresário Fernando Sarney. No ano passado, a repórter Carla Lima, de O Estado do Maranhão, foi agredida por seguranças do prefeito de São Luís João Castelo (PSDB). O Estado faz oposição à prefeitura da capital.

Décio Sá, em reprodução de foto do seu blog

Os chamados bloqueiros são os mais ameaçados no Estado. Alguns já receberam ligações ou comentários anônimos com ameaças de morte por causa das postagens de suas páginas pessoais.

O blogueiro Caio Hostílio que já responde a 86 processos impetrados por políticos e gestores públicos que foram alvo de denúncias é um destes casos. Ele foi um dos maiores críticos da greve da Polícia Militar ocorrida no final do ano passado. “Com a morte do Décio, percebemos que os comentários com ameaças podem se cumprir a qualquer momento”, disse Hostílio.

O jornalista Marco Aurélio D’Eça, repórter de política de “O Estado do Maranhão”, também tem sido constantemente alvo de ameaças. Alvo de seis processos, D’Eça disse que a morte de Décio obrigou todos os jornalistas a mudarem hábitos e rotinas no Estado. “Eu não ando mais tranquilo. Quando uma moto chega próxima do meu carro, surge o receio de que algo aconteça”, afirmou.

– Se eles conseguiram matar Décio, que era o braço direito de Sarney, o que não podem fazer com gente que é ‘peixe-pequeno’- complementou o jornalista Marcelo Vieira, também titular de um blog sobre política. Continue lendo aqui…

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Campanha por Justiça e segurança ganha as ruas de SL…

Outdoor em frente à Assembleia Legislativa convida para passeata da paz

Já está nas ruas a campanha de profissionais da comunicação – jornalistas, radialistas, blogueiros, fotográfos – amigos e familiares do Décio Sá cobrando a elucidação do seu assassinato.

Dezenas de autdoors estão espalhados por São Luís, com a mensagem “Justiça” e convidando para a caminhada em sua homenagem, no feriado da próxima terça-feira.

Também já foram distribuídos milhares de panfletos, em bancas de revistas, bares, restaurantes, praias e principais avenidas de São Luís.

Vários carros-de-som ciculam desde a manhã deste sábado, falando do crime contra Décio Sá, pedindo justiça e convidando a população para o movimento de terça-feira.

A caminhada é uma forma de pressionar as autoridades pela rápida elucidação do crime…

 

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Testemunhas de um duplo atropelamento na Litorânea…

Estado do carro após o atropelamento: dificil de identificar

O titular deste blog ouviu no final de semana três testemunhas das mortes por atropelamento na Avenida Litorânea, dia 5 de novembro – que este blog se nega a tratar como acidente.

Uma estudante do curso de Pedagogia do Ceuma do Bequimão, que corria na hora do crime, um taxista que ajudou a controlar os familiares da vítima e um ambulante que viu a batida no garoto Ubiracy relatam, de forma chocante o que ocorreu naquele dia.

Vi quando o carro passou. Estava tão veloz e escuro que nem deu para ver que carro era. Continuei correndo, quando só escutei o barulho da pancada. Um forte barulho, que chamou atenção de todos. Fomos ver e nos deparamos com a cena horrível – conta a estudante do Ceuma. 

O taxista parou o carro imediatamente do outro lado da avenida e correu para ajudar, juntamente com outras pessoas.

O atropelador: As vítimas são as culpadas?

– O rapaz [o atropelador Rodrigo Araújo] saiu do carro se tremendo todo. Estava tão pálido que parecia que não iria se manter em pé. Mas ligou para alguém falando o que aconteceu. Não parecia embriagado. Os familiares das vítimas se agarravam a elas, no chão – revela o taxista.

Relato mais pertubador é o do vendedor ambulante, que presenciou exatamente o atropelamento. São detalhes fortes, mas que precisam ser contados:

– Eles [a família da mulher e do menino] estavam atravessando a avenida. Dois homens atravessaram correndo, quando viram a velocidade do carro. Foi rápido, por que não tinha farol (?). De repente [o veículo subiu] o canteiro. A pancada no garoto foi tão violenta que ele voou. Quando bateu no asfalto, a poça de sangue se formou imediatamente – relata o vendedor.

São testemunhos vivos de quem presenciou o duplo atropelamento.

Este blog não tem a pretensão de formar juízo de valor no caso, ou mesmo que estes dados sejam usados como provas – afinal, a polícia tem seus próprios meios de investigar.

Apenas mostra que o caso não pode ser tratado como mero acidente de trânsito.

Doloso ou não, trata-se de duplo homicídio…

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Procurados…

A polícia procura estes delinquentes da imagem abaixo.

O bando estava na Pajero de placas NHN-4343 e agrediu violentamente o técnico Álvaro Júnior, funcionário da TV Mirante, em plena manhã.

Certamente filhinhos-de-papai, pitboys desmiolados e bombados, podem ser encontrados nas bagaceiras da São Luís Rei de França, para onde vão, em profusão, aqueles com muitos músculos e pouco cérebro.

Quem souber do paradeiro da gang pode informar à própria Mirante ou na 9ª Delegacia de Polícia, onde foi registrada a ocorrência.

E, pior de tudo: veja só que camisa veste um dos boçais?!?

Só podia ser…