Vitória de Iracema no STF é questão de tempo, dizem aliados…

Advogados, políticos e simpatizantes da presidente da Assembleia Legislativa entendem que o ministro Alexandre de Moraes também seguirá os votos já favoráveis após analisar o processo

 

VITÓRIA À VISTA. Aliados da presidente da Assembleia Iracema Vale não acreditam em mudança de panorama no julgamento do STF

Políticos e advogados aliados da presidente da Assembleia Legislativa Iracema Vale (PSB) questionaram nesta quinta-feira, 24, a interpretação dada por este blog Marco Aurélio d’Eça ao pedido de vistas do ministro Alexandre de Moraes no processo que questiona a validade do critério de desempate na eleição da Casa.

“Ao analisar mais detidamente os autos, o ministro perceberá que o relatório da ministra Carmem Lúcia é o correto; e também deverá seguir este entendimento”, acredita um dos principais aliados de Iracema na Assembleia.

Alexandre de Moraes já havia dado um primeiro voto neste caso, ainda em março, em manifestação que este blog Marco Aurélio d’Eça tratou no post “Caso Assembleia: advogados acreditam na correção do voto de Xandão…”; a dupla interpretação dada ao voto pelas partes em disputa levou Moraes a retirá-lo do processo.

Na nova votação, que começou na Sexta-Feira Santa, 18, Carmem Lúcia Manteve o relatório favorável a Iracema e foi seguida pelos ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Nunes Marques.

Para vencer a disputa por maioria, Iracema Vale só precisa de mais dois votos.

Mas seus advogados já acreditam até na unanimidade…   

Xandão abre divergência com Carmem Lúcia no caso Assembleia

Terceiro a se manifestar no processo que questiona na eleição da presidente Iracema Vale, ministro entendeu que a Resolução que instituiu a regra da idade não pode se aplicar à eleição do segundo biênio; o problema é que o argumento já foi derrubado nos autos

 

VOTO DIVERGENTE. Xandão votou contra a Resolução 1300/2024, mas não alterou a vitória de Iracema Vale na eleição da Assembleia

Análise da Notícia

O ministro Alexandre de Moraes abriu divergência nesta sexta-feira, 14, no processo que questiona a legalidade do critério usado para desempatar a eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Maranhão; diferentemente da ministra Carmem Lúcia, Xandão entendeu que a Resolução 1300/2024 não poderia incidir em eleições de segundo biênio de uma legislatura, por ter sido criada no decorrer do processo eleitoral.

“Divirjo da Ministra Relatora, para, julgando PARCIALMENTE PROCEDENTE a Ação Direta, atribuir interpretação conforme à Constituição ao art. 8º, IV, do Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, estabelecendo que essa norma não se aplica à eleição para a Mesa Diretora no segundo biênio da legislatura em curso (2025-2026), incidindo a regra anteriormente vigente, em virtude da segurança jurídica e idoneidade do pleito, de modo a incidir a regra do art. 16 da CF e impedir desvio de finalidade”, apontou o ministro, em argumento confuso.

  • aparentemente, o ministro parece influenciado pelo argumento de que a regra mudou entre a primeira eleição, em fevereiro de 2023, e a segunda, em novembro de 2024;
  • o voto dele leva em conta de que a eleição em segundo biênio ainda esta dentro da mesma legislatura, portanto deve respeitar as mesmas regras da eleição anterior.
  • ocorre que as regras da eleição anterior já previam a vitória do candidato mais idoso, em caso de empate, o que, na prática, mantém a vitória de Iracema Vale.

Traduzindo a interpretação do ministro, ele está argumentando que a Resolução 1300/2024 só terá validade para os próximos pleitos internos na Alema, respeitando o princípio da anualidade. Mas, neste caso, a regra da idade prevalece, uma vez que já prevista no regamento anterior.

Do ponto de vista legalista, o voto de Alexandre de Moraes até faz sentido; ocorre que a argumentação segundo a qual o Regimento Interno foi mudado entre uma eleição e outra – apresentado pelo Solidariedade – já foi derrubada pelos pareces da Procuradoria Geral da República e da Advocacia-Geral da União, além do voto da própria Carmem Lúcia.

De qualquer forma, o voto não resolve a questão.

E qualquer nova tese pode ser apresentada…

Post alterado às 17h06 do dia 14/03/2025 para correção e acréscimo de informações.

Mas havia Xandão pra estragar a festa…

Homenagem a Flávio Dino transcorria em clima de pacificação na base do governador Carlos Brandão… até que chegou a notícia de que o ministro do STF havia determinado, de novo, a exoneração de Marcus Brandão do novo cargo no governo

 

FIM DE FESTA. Não havia dúvidas de que todos neste grupo queriam, com sincera esperança, a paz entre dinistas e brandonistas; mas tem Alexandre de Moraes…

Tudo estava transcorrendo dentro da mais perfeita paz, como haviam planejado.

  • Três senadores presentes: Ana Paula Lobato (PDT), Eliziane Gama (PSD) e Weverton Rocha (PDT);
  • um ministro de estado, Juscelino Filho (União Brasil), que comanda as comunicações no país;
  • deputados federais,  Rubens Pereira Jr. (PT) e Márcio Jerry (PCdoB), que organizou a festa;
  • o deputado estadual Othelino Neto (Solidariedade) ficou em seu canto, com fala amena;
  • até o ex-prefeito Edivaldo Júnior (sem partido) apareceu para brindar Flávio Dino.

Tudo preparado para celebrar a vitória de Flávio Dino, em 2014, considerado pelos comunistas um marco na história política do Maranhão; e todos, sem exceção, defendendo a chapa Felipe Camarão (PT) governador/Carlos Brandão senador em 2026.

Até Weverton Rocha, que ainda não decidiu de que lado está, fez discurso forte e de consenso:

Se alguém apostar que o time de Lula ficará rachado no Maranhão vai perder. Sempre vencemos unidos e estaremos juntos de novo em 2026. E o governador Carlos Brandão será senador; a outra vaga nós decidiremos como sempre fizemos, no diálogo”, disse o líder pedetista.

Mas eis que, por volta das 20 horas chega a notícia fatídica:

o ministro Alexandre de Moraes mandou exonerar Marcus Brandão do novo cargo público, para qual havia sido nomeado apenas poucas horas antes pelo irmão governador.

A festa acabou.

Alguns não conseguiram esconder a indisfarçável alegria; outros mostraram-se preocupados com o que pode acontecer em outras questões no Supremo Tribunal Federal.

E àquelas alturas, a repercussão da notícia era o fato mais importante da noite.

Xandão jogou água na festa da pacificação…