José Agostinho Bispo Pereira, lavrador, alcunhado pela mídia sensacionalista de “O monstro de Pinheiro”, foi morto ao 55 anos. Teve filhos com a própria filha e mantinha relacionamento com uma das filhas-netas.
Antonio Luciano Pereira. Médico, bilionário, tratado pela mídia sensacionalista de “o dono de Belo Horizonte”, morreu aos 55 anos. Teve filhos com as próprias filhas e manteve relcionamento com uma das filhas-netas.
Duas histórias iguais, com personagens diferentes tratados desigualmente pela mídia.
O lavrador maranhense -sem acesso a escolas ou informações básicas que lhe pudessem esclarecer as coisas – foi trucidado e humilhado, até ser assassinado e decapitado em uma cela fétida do interior maranhense.
O empresário mineiro – com formação superior em Medicina, acesso às melhores escolas e consciente dos valores sociais básicos – foi ovacionado e tratado com status de celebridade. Ganhará, inclusive, um livro, tratando de suas aventuras sexuais.
As filhas e netas incestuosas de Agostinho Bispo se viram, agora, sozinhas, em busca de vida digna, após a morte do pai-avô-amante, tentando esquecer a tragédia familiar que marcou suas histórias.
As filhas e netas incestuosas de Antonio Luciano Pereira disputam nos tribunais uma fortuna de US$ 3 bilhões de dólares. E até assumem, orgulhosas, a condição de filha-neta e amante. Querem na Justiça reconhecer a “tragédia” que marcou suas histórias.
A mesma mídia que “matou” covardemente Agostinho Bispo – vítima da ignorância e do isolamento – mantém “imortal” Luciano Pereira – construtor de si mesmo e irônico com a própria barbárie que protagonizou.
A mesma sociedade que condenou uma infeliz vítima social – que fez do desconhecimento uma possibilidade de alívio da dor – se deslumbra com a arrogância de um infeliz, que fez das oportunidades uma arma de covardia e poder.
Assim vive a moderna sociedade brasileira…