Engana-se quem pensa que a manifestação da governadora Roseana Sarney (PMDB) contrária à tentativa de antecipação da eleição da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa tenha sido um veto explícito à recandidatura do presidente Arnaldo Melo (PMDB).
Uma coisa nada tem a ver com a outra.
Roseana apenas considerou inadequado o casuísmo de antecipar a eleição na Casa em mais de um ano, apenas para atender a interesses pessoais de parlamentares. A atitude poderia repercutir negativamente contra o Maranhão.
Mas o atual presidente pode até vir a ser o candidato dela para o biênio 2013/2014.
Para se manter no poder, basta que o presidente da Assembléia conquiste a confiança da governadora – não necessariamente tornando-se subserviente a ela.
Ele tem que se mostrar confiável ao projeto político de Roseana. Para isso, tem importantes aliados dentro do próprio Palácio dos Leões. E tem mais de um ano para fazer isso.
Não precisa, portanto, atropelar os fatos ou forçar a barra.
Um exemplo é o ex-presidente da Casa, Marcelo Tavares (PSB). Sereno e equilibrado, Tavares chegou a ser cogitado para permanecer no cargo após a desistência do então candidato Ricardo Murad (PSB). Só não ficou por que o grupo de Melo vetou a possibilidade.
E é exatamente este grupo o empecilho do atual presidente da Assembléia para conquistar a confiança do governo.
Os deputados que elegeram Arnaldo Melo acham, equivocadamente, que sua aliança com a governadora Roseana Sarney significará, necessariamente, afastamento deles.
Mas esta é uma questão que cabe ao próprio Arnaldo Resolver. Sem atropelos e açodamentos, como a atabalhoada tentativa de antecipar a eleição.
Atitudes como esta apenas depõem contra ele próprio…