De um lado, políticos antigos, tradicionais, arraigados a privilégios de décadas e dispostos a rebater com ódio ao primeiro sinal de questionamento.
Do outro, jovens parlamentares, muitos de primeiro mandato, que reconhecem a necessidade de rever práticas arcaicas e privilégios imorais.
Entre os dois grupos, jornalistas mais preparados, mais independentes e menos sujeitos a pressões políticas, sobretudo após o advento do que se chama de mídias livres.
Este choque de gerações é mais evidente quando se ouve discursos como o dos ex-presidentes da Casa, Manoel Ribeiro (PTB) e Carlos Alberto Milhomem (PSD), ou do ex-secretário de Segurança, Raimundo Cutrim (PSD); e os compara à postura de parlamentares como Eduardo Braide (PMN), Bira do Pindaré (PT), Edilázio Júnior (PV), Rogério Cafeteira (PMN) ou Rubens Pereira Júnior (PCdoB).
Os três primeiros, absolutamente fora de contexto e de época, demonstram nutrir absoluta antipatia pela imprensa livre e pela liberdade de pensamento. Os outros, ao contrário, vêem a mídia como vigilante onipresente, parceira para correção de rumos e superação de erros históricos.
Este é o choque de gerações, replicado em todos os setores da política maranhense.
Deputados de três, quatro, seis mandatos compõe a Assembleia desde quando a mídia era acabrestada, jornais, rádios e TVs serviam apenas como canais de publicidade e jornalistas eram apenas estafetas de interesses políticos.
Os jovens parlamentares – e a nova classe jornalística – são da era digital, onde nada fica escondido. Se relacionam com a geração da Internet, têm clara percepção da realidade e estão antenados com as modernas demandas sociais.
Felizmente, é um choque de geração com hora marcada para acabar, já que o tempo é implacável.
E fatalmente faz a renovação que os homens insistem em querer adiar…