Ícone do site Marco Aurélio D'Eça

Eleições e homofobia…

O debate sobre homoafetividade e união civil entre pessoas do mesmo sexo, iniciado ontem pelo candidato do PSOL, Haroldo Saboia, em entrevista à rádio Mirante AM, é um dos mais oportunos deste início de campanha eleitoral.

Há uma diversidade de culturas e posições ideológicas entre os candidatos que faz com que temas deste tipo estremeçam as estruturas sociais e mexam com brios dos eleitores.

Mas é uma ótima oportunidade para que a própria sociedade avance culturalmente.

– Não ficamos a reboque de um sentimento medieval (…) não podemos entender o homossexualismo como sendo uma doença –  expressou-se Saboia, mostrando a tônica do pensamento do seu partido.

O debate ganhou corpo, ontem, nas redes sociais e hoje, em reportagem de O EstadoMaranhão, com a opinião dos candidatos sobre o tema.

Além de Haroldo Saboia, a esquerda tem outro representante na disputa, Marcos Silva (PSTU). E é da esquerda que se espera, naturalmente, as posições mais progressistas neste campo.

Mas o prefeito João Castelo (PSDB), tradicional político maranhense – e até por isso mesmo, de postura mais conservadora – mostrou-se absolutamente aberto em relação a homossexualismo e homoafetividade.

– Os direitos civis, entre eles a união homoafetiva, são parte das conquistas das sociedades modernas – definiu Castelo.

A posição do prefeito foi até mais progressista que a de Washington Luiz, ex-militante comunista e representante histórico do PT, um dos primeiros partidos a defender a bandeira dos direitos dos gays.

Washington optou pelo discurso com viés religioso, tentando mostrar tolerância, mas frisando sempre um certo distanciamento.

– Tenho meus princípios de vida, mas defendo a liberdade de escolha e sou contra todo tipo de preconceito – afirmou o vice-governador, como que pisando em ovos com as palavras.

Na disputa em São Luís têm-se ainda dois evangélicos tradicionais, daqueles chamados de “nascidos no evangelho” – Edivaldo Holanda Júnior (PTC) e Eliziane gama (PPS).

E é deles que vai-se esperar, naturalmente, posições mais claras e abertas em relação ao assunto.

De Holanda, por conta exatamente da contraditória coligação com comunistas, socialistas e trabalhistas. De Eliziane, pela condição de mulher e defensora histórica das minorias.

No primeiro embate sobre o assunto, a posição de Holanda Júnior também foi meio que de esquiva. Preferiu falar por intermédio da asessoria, numa nota genérica, evitando entrar exatamente na polêmica.

[o candidato] Respeita a posição de cada pessoa que defende a garantia deste direito e opina que é assunto a ser debatido fraternalmente, tendo como referência o respeito à liberdade e a dignidade humanas – fugiu Holandinha.

Eliziane Gama, por sua vez, apesar de chamada, não participou do primeiro debate polêmico da campanha.

Mas outros virão, certamente…

Sair da versão mobile