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O erro que Holandinha não pode cometer…

4 de outubro de 2008. Um dia após o 1º Turno da eleição em São Luís, que definiu uma nova rodada de disputa entre João Castelo (PSDB) e Flávio Dino (PCdoB). Escalado para cobertura eleitoral pelo jornal O EstadoMaranhão, o titular deste blog acompanhou o day after dos candidatos.

Naquela tarde, Castelo iria receber o apoio de Cléber Verde (PRB), que também disputara o 1º Turno. Flávio, por sua vez, realizaria caminhada na Rua Grande, com a presença do senador comunista Ignácio Arruda (CE).

No comitê de Castelo, muita festa para receber os dois apoios. O prefeito praticamente colocou tapete vermelho e demonstrou estar disposto a qualquer coisa – qualquer uma mesmo – para vencer o 2º Turno e se eleger prefeito.

De lá, a equipe de O Estado seguiu para o Centro.

Na Praça João Lisboa, o titular deste blog encontrou um grupo formado pelos petistas Washington Luiz, Helena Heluy e Henrique Souza, que apoiavam Dino, o comunista Márcio Jerry, assessor do então deputado, e o jornalista Walter Rodrigues.

– E aí? Na próxima pesquisa o Flávio já deve estar bem na frente, não achas? – foi a primeira pergunta de Jerry. Iniciou-se, então, o seguinte diálogo:

– Pelo que vi lá no Olho D´’Água, Castelo fará qualquer coisa para vencer. Qualquer coisa mesmo que vocês possam imaginar. Se vocês mantiverem salto alto, perderão a eleição – provocou o titular do blog.

– Mas nós não vamos arredar um pé do nosso projeto. Quem quiser nos apoiar tem que estar adequado ao nosso projeto – respondeu Henrique Souza.

O titular do blog voltou a provocar: “O jogo agora não é eleitoral, é político. Quem melhor souber fazer política, vencerá”.

Foi Márcio Jerry quem respondeu: Mas não vamos sentar com qualquer um. E nesta questão o povo é maior que tudo. Quando o povo quer, não tem jeito, o político tem que vir. E o povo já dise que quer Flávio – disse ele.

Neste momento, Walter Rodrigues tomou o titular do blog pelo braço, afastou-se um poucoo e disse-lhe no ouvido: “não adianta polemizar. É assim que eles são. É esperar pra ver”.

Dede então, em vários outros encontros, o discurso era sempre o mesmo.

Flávio Dino recebeu o apoio de Tadeu Palácio e de Gastão Vieira, mas deixou claro, em todos eles, um ar de indiferença ou de vergonha pela aliança. Tanto que os apoios sequer ganharam destaque no horário eleitoral.

Castelo, por sua vez, exibia triunfalmente cada apoio conquistado: de candidatos, como Clodomir Paz, Raimundo Cutrim e outros, vereadores e candidatos eleitos e não-eleitos, líderes comunitários, pastores evangélicos e qualquer um que se dispusesse a somar. E todos tinham destaque no horário eleitoral, todos eram convidados para caminhadas e carreatas.

A partir daquela conversa na Praça João Lisboa, o titular do blog passou a ouvir, sempre, em qualquer discurso, entrevista ou conversa de Flávio Dino e de seus aliados mais próximos, sempre o mesmo discurso: “é o povo quem quer. E se ele quer, não tem jeito”.

29 de outubro de 2008. João Castelo é eleito prefeito de São Luís em segundo turno, derrotando o candidato Flávio Dino.

Foi neste dia que este blog publicou, em primeira mão, a foto do choro de Flávio Dino, tirada pelo repórter-fotográfico de O EstadoMaranhão, Biné Morais – e que virou um clássico do fotojornalismo político maranhense.

O povo simplesmente não quis…

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