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Conversa com um pastor sobre direitos dos gays…

Era um almoço familiar de aniversário.

E, como sempre, a conversa descambou para o debate jurídico-religioso, diante das posições fundamentalistas do pastor evangélico membro da família.

Depois de esbravejar toda sorte de impropérios contra a homossexualidade – que ele considera desde “vício” até “doença que precisa ser tratada” – o pastor revelou os motivos de tanto temor, dele e de outros líderes evangélicos, com a PL-122, que regulamenta o direitos civis homoafetivos.

– O problema é que esta Lei vai nos proibir de pregar, biblicamente, sobre a rejeição divina ao homossexualismo. E isto é uma perseguição ao evangelho – revelou o reverendo.

Depois de ler e reler o texto do projeto de lei sem encontrar qualquer indicativo de que as igrejas e os evangélicos serão criminalizados se pregarem sua fé bíblica neste aspecto, o pastor saiu-se com esta:

– Já imaginou, depois d a lei aprovada, se um casal gay quiser ir para a igreja e, lá, começar a se esfregar na frente de todos?! A gente não vai poder fazer nada, sob pena de ser preso por discriminação!!!.

Perplexo com o que acabara de ouvir, o outro membro da família, progressista, perguntou, serenamente, ao pregador evangélico:

– Mas pastor, por qual motivo – que não seja provocação pura e simples – um casal gay iria entrar em uma igreja para se agarrar lá dentro? Só se fosse para provocar o crentes ou o pastor. E, fazendo isso, o casal gay – ou qualquer casal que fosse – estaria cometendo o crime de ofensa religiosa, perturbação à ordem e  e até de atentado ao pudor , todos passíveis de prisão.

Diante da ponderação, o pastor ficou um tempo em silêncio, como que se refletisse, até emendar outra pérola:

– Mas e se o deelgado entender que eles é que estavam sendo discriminados?

– Basta mostrar provas de quele pertubaram a igreja…- respondeu o parente.

– E se o juiz entender que eles têm o direito de fazer isso? – retrucou o pastor, numa evidência de que busca motivos para ser contra a união civil homossexual.

Ainda espantado com a capacidade do líder religioso de criar perseguições, o outro membro da família não teve dúvidas.

– Peraí, pastor! O senhor está se pondo contra um provável avanço jurídico no país baseado em meros “se…” ??? Aí não dá, meu caro reverendo. Todas as suas questiúnculas foram derrubadas e o senhor vai criando motivos atrás de motivos para justificar sua antipatia gay.

O pastor calou-se, demonstrando que não se dobrou aos argumento e que continuará bradando contra a aprovação de direitos legais para os homossexuais, por dever de ofício.

Mas pelo menos estes argumentos ele não deverá usar mais….

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