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E de repente aflora a tolice provinciana…

A belíssima torcida do Sampaio; mas há outros clubes além dele

De uma hora para outra, personalidades maranhenses até de certo nível cultural, resolveram deixar-se levar pelos tolos sentimentos provincianos e bairristas.

Primeiro foi a torcida do Sampaio, que, mobilizada pelo sucesso do time na Série C, passou a contaminar jornalistas – até os mais respeitados – com a idiotice de que o maranhense tem que torcer apenas por times maranhenses, apenas pelo fato de ser maranhense.

Uma tolice primitiva, típica das cavernas de Platão, nas quais o homem, preso, só conseguia ver as sombras à sua frente, imaginando que o mundo se resumia àquilo.

Torcida não é escolha, é condição.

O torcedor é condicionado ao longo da infância a vibrar com um time de futebol; e, quando se dá conta, já está apaixonado por este clube.

Seja o time qual for e de que estado for.

Coisa de subcultura, portanto, defender que maranhense só pode torcer por time maranhense.

The Voice Brasil: a essência do programa já é internacional

Outra aberração cultural provinciana foi tornada pública pelo grande Papete.

Ele, veja só!, irritou-se com o fato de os cantores participantes do The Voice Brasil, optarem por cantar músicas internacionais.

Papete acha que brasileiro deve tocar apenas canções brasileiras, e cita Carlinhos Brown como chancela de sua tese.

Detalhe: o mesmo Carlinhos Brown ficou de joelhos, em reverência, ao ouvir um dos participantes cantar Michael Jackson.

A música é universal e cada um canta a que melhor se adapta à sua voz e à sua história.

Quem “não sabe sofrer em inglês”, que sofra em português. Quem gosta de ouvir as músicas inglesas, também vive a mesma magia.

Não é por que se é nordestino que se tenha, necessariamente, de gostar de forró.

Nem todo morador dos morros cariocas é adepto de samba; E salvador, terra do Axé, tem uma das maiores colônias adeptas do Rock n’ Roll no país.

Defender reserva de mercado para a música  ou obrigar torcedor a escolher um time condicionado à sua região, é postura de quem não se internacionalizou – mesmo acumulando milhagens aéreas.

Mas o debate provinciano encerra também uma lógica conhecida.

A de que “todo oprimido tem um opressor dentro de si”…

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