Na verdade, desde 2009, a empresa já era denunciada por trabalho escravo; um ano antes, portanto, de bancar quase a totalidade dos recursos de campanha do chefão comunista.
Naquele ano, de acordo com a página 16 do documento da ONG a que o blog teve acesso, a Infinity Bio-Energy foi flagrada com nada menos que 1.551 trabalhadores em condição análoga à da escravidão.
Para efeito de comparação, o número de escravos na fazenda da Bio-energy, em São Mateus, no Espírito Santo, equivale a quase cinco vezes o total da segunda colocada, uma fazenda de Limeira do Oeste, em Minas Gerais (Veja quadro acima).
Em 2011 foram mais 1.282 escravos, desta vez em outra empresa do grupo Infinity – exatamente aquela que bancou as contas de campanha de Flávio Dino, como mostra relatório da Comissão Pastoral da Terra (Veja ao lado).
Em nota encaminhada ao blog ontem à tarde, o PCdoB usou exatamente o argumento de que a denúncia contra a doadora da campanha de Dino é de 2011.
– A mais nova mentira é tentar vincular Flávio Dino ao trabalho escravo, mas nada provam. A própria oligarquia parece não saber do que acusa Flávio Dino e apenas se refere ao fato envolvendo uma empresa em 2011. Ou seja: um ano após as eleições de 2010 – diz o texto do PCdoB.
Nenhuma linha, no entanto, o partido de Dino utiliza para explicar os motivos que levaram o grupo Infinity Bio-Energy a bancar quase que integralmente a campanha de Flávio Dino.
Detalhe: é comum que ONGs como a Repórter Brasil e a CPT mantenham relação próxima com partidos de esquerda, como o PCdoB.
Curioso, portanto, que os comunistas não soubessem das atividades do grupo Infinity Bio-Energy.
Mais curioso ainda que Flávio Dino, membro da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo – como faz questão de destacar o próprio PCdoB – não tenha tido conhecimento das atividades do grupo Infinity Bio-Energy.
Os comunistas precisam explicar por que uma empresa do paraíso fiscal de Bermudas resolveu bancar toda campanha do seu chefão, sem que o chefão tenha se dado ao trabalho de, ao menos, saber de quem se tratava.
São questões também para Flávio Dino responder…