Os tambores de crioula já chamavam a população em torno da Passarela, enquanto as alegorias de rua chegavam ao local. O grupo Tijupá foi o primeiro a desfilar, seguido da Casinha da Roça, toda enfeitada de artefatos típicos do camponês maranhense, como peneiras e cofos de palha, junto ao colorido das chitas nas saias das coreiras; e com um som dos tambores ecoando do interior da Casinha. Nesses moldes, o grupo Tapera também se apresentou na Passarela encerrando o desfile das alegorias de rua.
No horário previsto o desfile dos Blocos Afros foi iniciado com o grupo GDAM. Eles trouxeram a Passarela cerca de 200 componentes e em saudação a Exu (divindade espiritual africana) apresentaram um desfile nas cores da África do Sul, sobre o tema: Nelson Mandela, o Mensageiro da Paz.
Logo depois das suas bênçãos aos orixás, foi a vez do Bloco Abiyeyê Maylô, do bairro da Liberdade, entrar na Passarela, saudando Xangô; seguido do grupo Akomabu, o mais antigos deles, criado no Centro de Cultura Negra do Maranhão – CCN. Nem a chuva que caía naquele momento não atrapalhou a beleza e a alegria do grupo, que comemorou, na ocasião, seus 30 anos de história e resistência cultural.
O quarto bloco na Passarela foi o Ominirá. Formado por crianças, jovens e adultos da comunidade da Jordoa. Ominirá desfilou sobre a temática dos Quilombos Urbanos.
E dando exemplo da irmandade existente entre os Blocos Afros de São Luís, a Officina Afro e grupo Netos de Nanã fizeram o desfile juntos. Na marcação típica dos tambores, inovaram na fusão com o sotaque da baixada, do bumba-meu-boi, proporcionando uma sonoridade única que despertou o púbico da Passarela, para aquele ritmo tão envolvente. O bloco Netos de Nanã veio com o tema: Oxalá, o deus da criação, e fez ainda uma homenagem aos doze anos de fundação do grupo no bairro da Liberdade.
Do bairro de Fátima, o bloco Abibimã trouxe o “Grito da Pele” para avenida, e entre os destaques de sua apresentação, os ‘capoeiras’ formaram uma ala que exigia deles muita concentração e desenvoltura para fazer a coreografia baseada nos movimentos dessa arte, de raiz africana.
Os blocos Didara e Juremê também desfilaram juntos. E o bloco Aruanda fez o encerramento das apresentações dos blocos Afros.
A emoção tomou conta de todos os presentes na Passarela quando um cantador anunciou o guarnecer da Trupiada da Ilha! Fogos de artifício e o som das matracas e pandeirões do Bumba-meu-boi da Maioba, Pindoba e Maracanã, de sotaque da Ilha, contagiaram o público que já aguardava com ansiedade, a entrega simbólica da chave da cidade do Rei Momo a Mãe Catirina e Pai Francisco, personagens dessa nossa majestosa manifestação cultural. Um encerramento apoteótico, já anunciando as Festas Juninas em São Luís.
Uma promoção da Prefeitura de São Luís, através da Fundação Municipal de Cultura, Associação dos Blocos Tradicionais do Estado do Maranhão, União das Escolas de Samba do Maranhão e Associação Maranhense de Blocos Tradicionais.