O ministro do Supremo tribunal Federal Joaquim Barbosa a cada dia dá mais razão àqueles que o apontavam como um mero político no comando de uma instituição judicial.
Ao renunciar ontem à relatoria do processo do Mensalão, Barbosa acabou admitindo, por vias tortas, sua total parcialidade no caso.
No final de maio, o ministro já havia decidido aposentar-se do STF, 10 anos antes do esperado, debaixo de críticas intensas por sua atuação, como espécie de anti-petista.
Na semana passada, ele destratou o advogado do ex-deputado José Genoino, que pedia a inclusão na pauta de um pedido de prisão domiciliar, protelado pelo minsitro. Foi a gota d’água.
Joaquim Barbosa perdeu a credibilidade como julgador ao passar dos limites de relator e tentar interferir diretamente em todos os aspectos do processo, que condenou vários membros do PT.
Posicionado politicamente, ele negou direitos básicos aos condenados, como prisão domiciliar, trabalho externo e outras garantias constitucionais e legais.
Apoiado pelo PSDB e pela mídia paulista, o presidente do STF acabou exibindo uma faceta política , chegando até a ser cogitado como provável candidato a presidente ou senador. E ele próprio chegou a admitir a possibilidade.
Diante da perda de credibilidade, não houve saída para o ministro a não ser se afastar do caso.
Só assim a imparcialidade pode voltar ao julgamento…