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Uma sinuca para Flávio Dino…

Governador tem que optar entre duas possibilidades: eliminar uma secretária que ele mesmo não conhecia e que foi taxada de sarneysista ou destruir o discurso de perseguida da deputada Eliziane Gama

 

Primeira crise no governo Dino: o que fazer?!?

A crise gerada na Secretaria de Cultura pela demissão do adjunto Gledson Brito estabeleceu uma prova de fogo para o poder de discernimento político do governador Flávio Dino (PCdoB).

O comunista tem que optar agora por apenas um de dois projetos; e cada um com sua carga própria de desgaste político.

A secretária Ester Marques chegou ao governo desconhecida pelo próprio governador, que admitiu em solenidade pública tê-la conhecido naquele momento. (Leia aqui)

E só depois da divulgação do seu nome soube-se tratar de uma indicação da deputada Eliziane Gama (PPS).

Ocorre que, desde o início, Ester foi apontada como sarneysista por aliados do próprio governador, o que a forçou a criticar o governo Roseana Sarney (PMDB) – ao qual prestou serviço – e a forçar uma aproximação pessoal com Dino. (Relembre aqui)

Se demitir a secretária a pedido de Eliziane, o governador livra-se de um dos fantasmas do sarneysismo em seu governo, mas gera desgaste pessoal ao mudar um secretário com menos de um mês de mandato.

Por outro lado, a deputada Eliziane Gama é vista pela mídia – inclusive a parte aliada a Flávio Dino – como uma vítima do “projeto da mudança”. Ela sempre foi “esnobada” pelo governador, vista como alguém que não tem grupo e que abre mão de seus projetos diante da primeira pressão.

E a própria Eliziane ressente-se de que já fez mais pelo grupo de Flávio Dino do que o grupo por ela.

Entregar-lhe a cabeça de Ester Marques, agora, seria uma declaração do governador de que respeita a deputada e reconhece a sua importância política no contexto do grupo.

Mas ele sabe que isso fortaleceria o projeto eleitoral de Eliziane, que se contrapõe ao do seu principal aliado, o prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Júnior (PTC).

Qualquer decisão tomada por Flávio Dino gerará desgastes e este é um processo natural da administração pública e do exercício do poder.

E só ele decide com quem – e em que grau – quer se desgastar…

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