Quase um mês depois de assumir o mandato na Assembleia, o deputado Edivaldo Holanda (PTC) resolveu estrear ontem na tribuna.
Mas o tema escolhido foi dos piores.
Em causa própria, o parlamentar que se manteve calado por duas semanas, resolveu tentar defender o filho, Edivaldo Júnior, prefeito de São Luís.
Não escolheu o melhor dia.
Sem nenhum argumento sólido que pudesse justificar o mandato do prefeito, Holanda-pai acabou por avivar as lembranças de promessas não cumpridas por Edivaldo, como o bilhete único.
Foi enquadrado pelos deputados Adriano Sarney (PV) e Wellington do Curso (PPS), obrigando-se a sair do plenário antes do fim da sessão.
O papel de Holanda foi o de qualquer pai.
Mas, há alguns anos, era o próprio Holanda quem desdenhava de uma situação idêntica, embora invertida.
Derrotado na eleição de 2010, ele assumiu o mandato na Assembleia, como suplente, graças à benevolência do então prefeito João Castelo (PSDB), que chamou a deputada Graça Paz (então no PDT), para uma secretaria.
No plenário, o pai do atual prefeito era o primeiro a atacar a ex-deputada Gardênia Castelo (PSDB) que vivia uma solitária batalha na tentativa de defender o pai das críticas de sarneysistas e dinistas.
Edivaldo Holanda sabe que também vive uma missão inglória.
Sabe que tentar defender a gestão do filho é levantar a bola para que outros parlamentares desmontem os seus próprios argumentos.
Mas não tem muito o que fazer, afinal, pai é pai…
Da coluna Estado Maior, de O EstadoMaranhão, com ilustração do blog