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O valor inconstante da rejeição eleitoral…

É óbvio que um candidato rejeitado hoje pode, perfeitamente, recuperar-se amanhã, a ponto de se ovacionado pelo eleitor;  o quesito antipatia em uma pesquisa eleitoral deve ser analisado conjuntamente com outro, o do “grau de conhecimento do candidato”

 

A receptividade popular a Edivaldo não pode ser confundida com apoio do eleitor ao candidato

Editorial

Nos últimos dias, duas teses sobre pesquisas eleitorais – ambas simplórias – surgiram nas notícias e análises  sobre as eleições de outubro em São Luís.

A primeira aponta que o prefeito Edivaldo Júnior (PDT) está liquidado por causa da altíssima rejeição, que hoje supera a casa dos 50% – sendo 40% de rejeição pessoal, somada à desaprovação de sua gestão.

A tese que tentou rebater a primeira surgiu no fim de semana, em blogs alinhados ao prefeito.

Segundo esta tese, a rejeição de Edivaldo registrada em pesquisas é um mito, por que não corresponde à receptividade que ele experimenta quando sai às ruas.

Como se disse, as duas teses são simplórias se analisadas isoladamente.

O cientista político Adriano Oliveira, do site “Cenário Inteligência”, ensina que  a variável do quesito “Rejeição” não deve se limitar somente a ela.

– A variável rejeição deve ser compreendida a partir da sua relação com a variável Nível de Conhecimento. Sendo assim, quanto mais um candidato é conhecido, mais plausível é a sua rejeição observada. O contrário também é verdadeiro – diz Oliveira. (Leia mais aqui)

No caso específico de Edivaldo Júnior, o que precisa ser medido conjuntamente com sua rejeição é o tamanho de seu grau de conhecimento no eleitorado; e as pesquisas mostram que, dentre todos os candidatos, o prefeito é o mais conhecido.

Eliziane é mais conhecida que Edivaldo? Se “sim”, ela teria que ser mais rejeitada, caso contrário…

O ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, considerado um dos maiores especialistas em leitura de pesquisas eleitorais, também vai na mesma linha sobre a relação entre rejeição e conhecimento do candidato.

– O índice de rejeição deve ser visto apenas como quem não está indeciso em relação a esse ou aquele, por ter decidido seu voto apontando para outro oponente. Numa eleição em dois turnos, onde se passa para o segundo turno com 15% a 20%, isso tem pouco significado – diz Maia. (Leia aqui)

A resposta para a situação de Holandinha no cenário eleitoral de São Luís estará, portanto, na análise conjunta de seus índices negativos e positivos, comparada à dos demais candidatos.

Sem deixar de levar em conta, contudo, a reação própria do eleitor durante a campanha eleitoral.

E esta ainda nem começou…

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