Uma coisa é considerar o governo Nicolas Maduro nocivo ao seu povo, que deve ter dispositivos para, se quiser, livrar-se dele; outra, bem diferente, é um outro país conspirar um golpe, por mais nobres que sejam seus objetivos
Editorial
O blog Marco Aurélio D’Eça sempre criticou o apoio das esquerdas brasileiras a ditaduras como as da Venezuela, de Cuba e da Coreia do Norte. (Releia aqui, aqui, aqui e aqui)
Não há nenhuma dúvida de que os sucessivos governos bolivarianos na Venezuela, começando por Hugo Chávez, até chegar a Nicolas Maduro, empobreceu o seu povo.
Mas este blog também sempre se posicionou criticamente às intervenções imperialistas, porque defende a autonomia dos povos e de sua cultura, seja ela qual for.
Nem os Estados Unidos, nem a Rússia, muito menos o Brasil têm o direito de conspirar internacionalmente para promover um golpe de estado, qualquer que seja o país.
E a autopromoção de Juan Guaidó ao governo venezuelano é um golpe, em todos os seus aspectos.
Até a data do golpe, 23 de janeiro, foi escolhida cirurgicamente, por representar um dia histórico para a Venezuela.
Se os Estados Unidos, a Colômbia ou o Brasil quisessem mesmo “salvar o povo venezuelano”, deveriam ter agido para impedir a reeleição de Maduro, que se mostrava eivada de irregularidades.
A situação no país vizinho pode ser comparada à relação Maranhão/Brasília.
O blog Marco Aurélio D’Eça é criticamente duro com o governo comunista de Flávio Dino; e entende que sua reeleição está manchada pela marca da corrupção e do abuso de poder.
Mas imagine o presidente Jair Bolsonaro, de repente, inventar um deputado, um prefeito ou mesmo um vereador qualquer para apear o comunista do poder?!?
Esta é a situação de hoje na Venezuela.
Uma espécie de golpe contra um golpe já consolidado…
Leia também:
Maranhão: do comunismo ao Estado Islâmico…