Segmento é ignorado nas discussões sobre retomada das atividades econômicas pós-pandemia, o que acaba prejudicando também profissionais como garçons e artistas da noite, sem perspectivas de receitas
Editorial
Um dos segmentos mais ignorados no debate sobre a retomada econômica pós-pandemia no Maranhão é, especificamente, o de bares.
Empreendimento que depende exclusivamente de sua rede física – já que não tem característica de drive thru ou de delivery – um bar precisa também de garçons e de animação para garantir o lazer à noite.
Mas fechados – e com altos alugueis para honrar – acabam por prejudicar também os profissionais de atendimento e os artistas da noite, ambos dispensáveis no atendimento virtual.
O pior é que os bares devem ser os últimos a voltar a funcionar, já que não se enquadram em nenhum tipo de serviço essencial.
Os restaurantes podem fazer entregas em casa ou funcionar para retirada na loja; os depósitos e lojas de conveniências seguem abertos para compra de bebidas e afins, que podem ser consumidas em casa.
Mas quem vai pedir petisco e cerveja em seu bar preferido para receber em casa?
Os bares funcionam como um atrativo físico por si só. Seu ambiente, sua luz, sua música e sua bebida é que levam as pessoas a frequentá-lo.
E essa experiência não pode ser virtual.
Milhares de artistas que vivem exclusivamente de suas apresentações em bares estão em dificuldades financeiras desde o fechamento das atividades.
Milhares de garçons estão esperando o retorno das atividades para poder trabalhar em ambientes físicos.
Mas não há nenhuma discussão conhecida sobre a reabertura deste segmento, que movimenta milhões por ano apenas em São Luís.
São três setores interdependentes, que se juntam nesta pandemia numa espécie de abraço de afogados.
E muitos, sequer, terão condições de voltar ao final da crise…