Deputado federal e mais próximo aliado do governador Flavio Dino sabe que o racha na base só antecipa o final do governo; mas precisará atuar forte para amainar o fogo ardente da vingança pulsando no vice Carlos Brandão e no deputado Josimar de Maranhãozinho
Principal articulador político do governador Flávio Dino (PCdoB), o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) anda assustado com a volúpia do vice-governador Carlos Brandão e do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) em antecipar o debate sobre a sucessão de 2022.
Jerry entende que uma nova crise política na base governista – sobretudo após derrota para Eduardo Braide (Podemos) nas eleições de São Luís, forçará inevitavelmente o fim do governo comunista e a consequente diminuição da imagem de Flávio Dino.
Mesmo sem conseguir um nome para a disputa na Federação dos Municípios (Famem), Brandão e Josimar ligam quase que diariamente para prefeitos tentando criar uma base contra o atual presidente, Erlânio Xavier (PDT).
Botaram na cabeça que a reeleição de Erlânio significa, automaticamente, a força do senador Weverton Rocha como sucessor de Flávio Dino.
Essa guerrinha se dá exatamente pela ausência de Jerry do governo.
Em seus áureos tempos de bi-secretário de Comunicação Social e Articulação Política, o comunista trabalhava por uma base gigantesca, heterogênea e extremamente unificada em torno do projeto dinista.
Hoje, essas pastas estão sob a tutela de Rodrigo Lago.
O atual secretário não tem o cacife político para articular – até pela postura de servilidade a Dino – e por vezes até se transforma, também, em incendiário da base.
Também não tem a força necessária para peitar os interesses de Brandão e do chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares (PSB), que jogam juntos no projeto de 2022.
O blog Marco Aurélio D’Eça é testemunho das tentativas frustradas de Jerry pela conciliação da base em torno de um candidato ainda no primeiro turno.
Sua missão agora é outra.
Cabe ao aliado mais próximo de Flávio Dino impedi-lo de sucumbir à guerra patrocinada na base do seu governo, o que pode ser resolvido já na reforma administrativa do início do ano.
Mas esta é uma outra história…