Ícone do site Marco Aurélio D'Eça

Grupo Sarney de camarote…

Há um dado extremamente curioso no 2º turno das eleições em São Luís: de uma forma ou de outra, os dois grupos que disputam o poder municipal parecem vincular suas ações à posição que o grupo Sarney tem no pleito.

No grupo do candidato Edivaldo Holanda Júnior (PTC) a ordem é não provocar os sarneysistas.

A determinação é tão visceral que levou o pai do candidato, Edivaldo Holanda, a reprimir ferozmente o comunista Flávio Dino (PCdoB) por uma ação destrambelhada com prefeitos eleitos pela oposição, quinta-feira passada.

– É uma imbecilidade. Vamos mexer com quem não está mexendo com a gente – gritou Holanda-pai, em linhas gerais, segundo contaram ao blog algumas testemunhas do fato.

E Holandão fala com convicção do que pensa.

No grupo Sarney, ele tem a defesa aberta do senador João Alberto de Souza (PMDB), secretário de Assuntos Especiais do governo Roseana Sarney (PMDB), e do deputado Carlos Alberto Milhomem (PSD), um dos líderes do governo na Assembleia Legislativa.

Também obteve a neutralidade do secretário de Saúde, Ricardo Murad (PMDB), um dos líderes do grupo Sarney, e do presidente do PMDB local, deputado Roberto Costa, alinhado a João Alberto.

Cacife importante, que dá autoridade a Holanda-pai até para “relhar” com Flávio Dino, patrono da candidatura de Holanda-filho.

No grupo do candidato João Castelo (PSDB), por outro lado, a torcida – até já quase desesperada – é pela entrada do governo Roseana na disputa.

Para os castelistas, só uma intervenção de Roseana salvará o prefeito da derrota.

Veja bem: os mesmos aliados de Castelo, que passaram quatro anos pondo a culpa em Roseana e aliados pelo fracasso da sua administração, agora consideram que apenas a participação deste mesmo grupo na campanha poderá livrá-lo de uma derrota em 28 de outubro.

Castelo fez de tudo para garantir a participação de sarneysistas no 2º turno em sua campanha.

E até teve a simpatia de alguns membros – sobretudo por causa do jogo político de 2014. Foram desaconselhados a recuar, no entanto, diante dos argumentos já postos acima.

O fato é que a briga em São Luís é uma briga de oposição versus oposição, com a qual o grupo Sarney nada tem a ver.

É uma briga de Castelo com Flávio Dino; de José Reinaldo (?) com Roberto Rocha (PSB), de Igor Lago (PDT) com Weverton Rocha (PDT)…

Enfim, uma briga interna pelo poder, meramente autofágica.

Que o grupo Sarney prefere assistir como mero espectador.

E de camarote…

Sair da versão mobile