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Os caminhos de Eliziane Gama…

Eliziane: a tentação por poder pode influenciar, mas o melhor é resistir

Ao sair das urnas com a terceira posição na disputa pela Prefeitura de São Luís, a deputada estadual Eliziane Gama (PPS) credenciou-se, automaticamente, como a principal referência crítica na capital maranhense nos próximos anos.

Ela é, desde já, uma natural candidata a prefeito, em 2016, qualquer que seja o vencedor destas eleições.

Se o eleito for João Castelo (PSDB), Eliziane passa a ser a sua adversária principal daqui a quatros, uma vez que, derrotado, Edivaldo Holanda Júnior (PTC) passará a ser carta fora do baralho; sobretudo por que, muito provavelmente, não terá as mesmas condições políticas que teve este ano para tentar uma segunda chance na prefeitura.

Se a vitória for de Holanda Júnior, Eliziane também se credencia como principal opositora.

Sem conteúdo, sem bagagem cultural, sem experiência de vida prática nos movimentos sociais e sem referência administrativa, Holandinha é fadado ao fracasso na prefeitura, situação que põe Eliziane como opção real à sua gestão. 

A ex-candidata do PPS, portanto, tem que pensar a longo prazo. E sua referência política deve ser exatamente Marina Silva, que surgiu como opção à dicotomia PT/PSDB no Brasil.

A deputada tem que se ver como a líder emergente de uma oposição ludovicense carente de lideranças. Precisa ocupar o vácuo da ausência de Jackson Lago (PDT) e do não surgimento de jovens realmente forjados na luta, em vez de políticos favbricados em laboratório.

Optando por um dos lados na disputa em São Luís, a parlamentar passa a ficar, automaticamente, refém desta gestão, limitando seu raio de ação.

Ela chegou onde chegou sozinha, sem apoios, sem estrutura e, principalmente, sem padrinhos políticos. E foi desta forma que criou as condições para garantir a reeleição na Assembleia e construir uma opção de poder a  partir de si mesma.

Com o apoio a Castelo, Eliziane põe por terra o seu discurso de oposição construído nos últimos quatro anos – discurso este que ajudou, inclusive, a desgastar a imagem do prefeito.

Por outro lado, se optar por Holandinha, a parlamentar estará dizendo que errou ao ser candidata, já que poderia ter optado por ele há quatro meses, quando o então consórcio oposicionista escolheu o nome do parlamentar.

E Eliziane não apoiou Holanda Júnior por que não viu nele as credenciaois inerentes ao postulante do cargo de prefeito: preparo intelectual e administrativo, bagagem cultural e vivência nas lutas sociais e de base.

O caminho de Eliziane Gama está traçado como líder oposicionista na capital maranhense, qualquer que seja o eleito em 28 de outubro. É a partir desta premissa que ela precisa construir a sua trajetória política a partir de agora.

Qualquer outra opção será um erro imediatista que pode torná-la refém dos mandatos eleitorais sem referência.

Como muitos que já se afundaram no interesse por poder imediato.

É simples assim…

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O erro que Holandinha não pode cometer…

4 de outubro de 2008. Um dia após o 1º Turno da eleição em São Luís, que definiu uma nova rodada de disputa entre João Castelo (PSDB) e Flávio Dino (PCdoB). Escalado para cobertura eleitoral pelo jornal O EstadoMaranhão, o titular deste blog acompanhou o day after dos candidatos.

Naquela tarde, Castelo iria receber o apoio de Cléber Verde (PRB), que também disputara o 1º Turno. Flávio, por sua vez, realizaria caminhada na Rua Grande, com a presença do senador comunista Ignácio Arruda (CE).

No comitê de Castelo, muita festa para receber os dois apoios. O prefeito praticamente colocou tapete vermelho e demonstrou estar disposto a qualquer coisa – qualquer uma mesmo – para vencer o 2º Turno e se eleger prefeito.

De lá, a equipe de O Estado seguiu para o Centro.

Na Praça João Lisboa, o titular deste blog encontrou um grupo formado pelos petistas Washington Luiz, Helena Heluy e Henrique Souza, que apoiavam Dino, o comunista Márcio Jerry, assessor do então deputado, e o jornalista Walter Rodrigues.

– E aí? Na próxima pesquisa o Flávio já deve estar bem na frente, não achas? – foi a primeira pergunta de Jerry. Iniciou-se, então, o seguinte diálogo:

– Pelo que vi lá no Olho D´’Água, Castelo fará qualquer coisa para vencer. Qualquer coisa mesmo que vocês possam imaginar. Se vocês mantiverem salto alto, perderão a eleição – provocou o titular do blog.

– Mas nós não vamos arredar um pé do nosso projeto. Quem quiser nos apoiar tem que estar adequado ao nosso projeto – respondeu Henrique Souza.

O titular do blog voltou a provocar: “O jogo agora não é eleitoral, é político. Quem melhor souber fazer política, vencerá”.

Foi Márcio Jerry quem respondeu: Mas não vamos sentar com qualquer um. E nesta questão o povo é maior que tudo. Quando o povo quer, não tem jeito, o político tem que vir. E o povo já dise que quer Flávio – disse ele.

Neste momento, Walter Rodrigues tomou o titular do blog pelo braço, afastou-se um poucoo e disse-lhe no ouvido: “não adianta polemizar. É assim que eles são. É esperar pra ver”.

Dede então, em vários outros encontros, o discurso era sempre o mesmo.

Flávio Dino recebeu o apoio de Tadeu Palácio e de Gastão Vieira, mas deixou claro, em todos eles, um ar de indiferença ou de vergonha pela aliança. Tanto que os apoios sequer ganharam destaque no horário eleitoral.

Castelo, por sua vez, exibia triunfalmente cada apoio conquistado: de candidatos, como Clodomir Paz, Raimundo Cutrim e outros, vereadores e candidatos eleitos e não-eleitos, líderes comunitários, pastores evangélicos e qualquer um que se dispusesse a somar. E todos tinham destaque no horário eleitoral, todos eram convidados para caminhadas e carreatas.

A partir daquela conversa na Praça João Lisboa, o titular do blog passou a ouvir, sempre, em qualquer discurso, entrevista ou conversa de Flávio Dino e de seus aliados mais próximos, sempre o mesmo discurso: “é o povo quem quer. E se ele quer, não tem jeito”.

29 de outubro de 2008. João Castelo é eleito prefeito de São Luís em segundo turno, derrotando o candidato Flávio Dino.

Foi neste dia que este blog publicou, em primeira mão, a foto do choro de Flávio Dino, tirada pelo repórter-fotográfico de O EstadoMaranhão, Biné Morais – e que virou um clássico do fotojornalismo político maranhense.

O povo simplesmente não quis…

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Coroatá agora é Teresa Murad…

Teresa, Ricardo e Neusa comemoram vitória

Com 53,65% dos votos, a ex-deputada Teresa Murad (PMDB) foi eleita ontem prefeita de Coroatà. Ela comemorou a vitória com uma multidão na praça José Sarney, ao lado da sua vice, Neuza Muniz, e do deputado estadual Ricardo Murad.

“Agora vamos contar com o apoio da governadora Roseana e da presidente Dilma para reconstruir nossa cidade e dar ao nosso povo condições dignas de vida”, discursou ela, sob aplausos de milhares de pessoas.

Emocionado, Ricardo Murad reafirmou o compromisso de dar total apoio à gestão da esposa para que ela possa realizar a melhor administração da história de Coroatá. “Devo toda a minha trajetória política a Coroatá e vou provar o amor que sinto pela minha gente buscar os recursos necessários ao desenvolvimento econômico e social da nossa cidade”, enfatizou ele.

A coligação liderada por Teresa Murad também elegeu sete dos 13 vereadores e terá, portanto, maioria na Câmara Municipal a partir de 2013.

Da assessoria

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Washington e PT decidem: “não apoiarão nenhum dos dois candidatos”…

Washington: nem um, nem outro…

O Partido dos Trabalhadores e o seu candidato nas eleições da capital maranhense, Washington Luiz, decidiram hoje não apoiar nenhum candidato a prefeito no 2º Turno das eleições.

– O PT compreende que as duas candidaturas postas para a disputa do 2º turno da eleição não atendem ao projeto político e de sociedade apresentado pelo Partido dos Trabalhadores na campanha – declarou o documento, assinado pela Executiva Municipal do partido.

Desde a manhã de hoje, o PT e seu candidato já davam sinais de que não iriam se posicionar por nenhum dos lados no segundo turno.~

Logo cedo, Washington Luiz declarou que iria se reunir com o partidos da aliança, com a governadora Roseana sarney (PMDB) e com o PT, para tomar uma decisão conjunta.

No meio da manhã, o presidente da legenda, Fernando Silva, afirmou que a tendência do partido era a de neutralidade. E atacou:

– Um candidato representa o atraso. O outro, não representa a verdadeira mudança.

Washington teve 56.326 votos no 1ºTurno. O total representa quase duas vezes a diferença entre Holandinha e Castelo.

Abaixo, a íntegra da nota do PT:

NOTA À SOCIEDADE DE SÃO LUIS

Em relação ao 2º turno das eleições municipais de São Luís, o Partido dos Trabalhadores (PT) vem a público comunicar que:

1. O PT sai fortalecido das eleições municipais em São Luís, consolidou o nome de Washington como liderança política, retomou sua representação na Câmara de Vereadores, além de ter contribuído para a construção de um amplo campo político na cidade.

2. O candidato Washington, cumpriu um papel importante de representar legitimamente o PT na perspectiva de viabilizar projetos e programas em parcerias com os Governos Federal e Estadual. O Partido dos Trabalhadores fez uma campanha limpa, propositiva e sustentada em um programa democrático-popular para São Luís.

3. Nesse sentido, o PT compreende que as duas candidaturas postas para a disputa do 2º turno da eleição não atendem ao projeto político e de sociedade apresentado pelo Partido dos Trabalhadores na campanha.

4. Por isso, o PT e o candidato Washington, em total consonância com a Direção Nacional do partido, não apoiarão nenhum dos dois candidatos no pleito de 28 de outubro.

São Luís (MA), 08 de outubro de 2012.

Executiva Municipal do Partido dos Trabalhadores

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As previsões de Roberto Rocha…

Do blog de Jorge Vieira

O ex-deputado Roberto Rocha (PSB), candidato a vice-prefeito pela coligação Muda São Luís, experiente analista do quadro político local, previu ao blog na véspera da eleição, sábado (06), que o candidato Edivaldo Holanda Júnior venceria o primeiro turno com 36% dos votos válidos, número do PTC, e acertou na mosca.

 Agora para o segundo turno Rocha voltou a prefetizar.

 Segundo o ex-deputado, Holanda Júnior vencerá o pleito e João Castelo (PSDB) vai terminar a eleição com 36%. 

– Não sou vidente, a voz das ruas é que me dá a convicção que Edivaldo será o prefeito de São Luís – acredita. Continue lendo aqui…

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“Um é o atraso; o outro não representa a verdadeira mudança”, diz presidente do PT de SL…

Fernando Silva adianta tendência do PT: a neutralidade

O presidente municipal do PT em São Luís, Fernando Silva, reagiu indignado, hoje, às especulações nas redes sociais dando conta de que o vice-governador Washington Luiz já havia se alinhado à campanha do prefeito João Castelo no 2º Turno.

Segundo Silva, só hoje à tarde o PT deve se reunir para emitir uma nota com a posição oficial do partido.

Mas ele deixa claro:

– A tendência deve ser a mesma adotada na campanha. Para nós, um representa o atraso; o outro, não representa a verdadeira mudança – avaliou Fernando Silva, referindo-se aos candidatos João Castelo e Edivaldo Holanda Júnior (PTC).

O posicionamento do presidente do PT praticamente adianta o posicionamento a ser tomado pelo partido:

O da neutralidade no 2º Turno.

 

 

 

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Holanda e Castelo vão disputar 204.266 votos…

Os dois concorrentes do 2º Turno das eleições em São Luís – Edivaldo Holanda Júnior (PTC) e  João Castelo (PSDB) – irão disputar os votos de 204.266 eleitores que não votaram em nenhum dos dois no primeiro turno.

O total representa a votação dos demais candidatos (168.409 votos) e mais aqueles que optaram por votar nulo ou em branco (35.857).

A diferença entre Holandinha e Castelo é de 29.864 votos.

Significa que, para superar o adversário, o prefeito terá que conseguir pelo menos 55% destes votos – sem perder o que já garantiu no 1º Turno.

Além dos votos dos outros candidatos, há um contingente de 131.300 eleitores que não votou no 1º Turno. Historicamente, a tendência é que pelo menos 20% destes eleitores votem no 2º Turno. Seriam perto de 26 mil votos, que podem se posicionar de um lado ou de outro.

Holanda Júnior leva vantagem pela vitória do 1º Turno, que gera uma espécie de onda. Se mantiver o ritmo e – principalmente – não se fecar em copas achando que a classe política é que tem que procurá-lo, tem tudo para vencer as eleições.

Aliás, foi exatamente este o erro de Flávio Dino (PCdoB0, em 2008: achou que os políticos é que tinham que procurá-lo.

O jogo agora é mais político que eleitoral…

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Eliziane e Tadeu devem ficar neutros; e há razões para isso…

Eliziane e Palácio: mais preparados, mas rechaçados

É pouco provável que a deputada Eliziane Gama (PPS) e o ex-prefeito Tadeu Palácio (PP) declarem apoio oficial ao candidato Edivaldo Holanda Júnior (PTC) neste segundo turno, apesar da intensa pressão do ex-deputado Flávio Dino (PCdoB).

E muito menos ao prefeito João Castelo (PSDB).

Ambos têm fortes razões para rechaçar as duas idéias e o mais provável é que se declarem neutros na segunda rodada de disputa.

Em relação a Castelo, Tadeu Palácio foi seu aliado em 2006, quando indiciou a então mulher, Tati Palácio (hoje no PCdoB), como suplente da candidatura do tucano ao Senado. Em 2008, trabalhou contra Castelo na candidatura de Flávio Dino (PCdoB). E Castelo centrou sua gestão nas críticas ao leado deixado por Palácio.

O prefeito aponta, inclusive, o que foi deixado por Tadeu como fator do insucesso de sua gestão em alguns setores. 

Eliziane Gama, por sua vez, construiu toda a sua carreira política de dois mandatos na Assembleia como oposição ao prefeito. Sua atuação como deputada é fortemente marcada pela crítica à atual gestão. Foi, inclusive, a uma candidata com legitimidade para  se contrapor a Castelo, uma vez que nunca esteve do lado dele.

Por outro lado, a concepção de Eliziane Gama – e principalmente de Tadeu Palácio – em relaçãoà candidatura de Edivaldo Holçanda Júnior é a de que foram enganados e humilhados por Flávio Dino com a invenção do “consórcio oposicionista”.

Enganados por que, hoje, têm convicção de que Dino já havia se decidido por Holanda Júnior antes mesmo de chamá-los para compor o consórcio.

E os fatos comprovam: o ex-governador José Reinaldo já contou – a este blog e a vários jornalsitas – que, ainda em junho do ano passado, reuniu-se com Flávio Dino e com o ex-deputado Edivaldo Holanda propondo a candidatura de Holanda Júnior.

A idéia era transferi-lo do PTC para o PDT.

Com a proposta de mudança de partido, Flávio e José Reinaldo chegaram a se reunir, em Brasília, com o ex-ministro Carlos Lupi – hoje patrocinador da campanha de Holandinha. A resistência de setores do PDT inviabilizou a mudança, mas Dino manteve o compromisso com o pai do candidato.

Para garantir a unidade dos partidos, o grupo usou José Reinaldo para atrair Tadeu Palácio e Eliziane Gama. Mas, ao mesmo tempo, Flávio Dino negociava também com Roberto Rocha – já então prometido como vice de Holanda Júnior. Isso ainda no ano passado.

Candidatos devem se posicionar

Toda esta hitória foi confirmada mais de uma vez pelo deputado Marcelo Tavares (PSB), sobrinho de José Reinaldo. Ele inclusive, disse ter ficado chocado quando Tavares decidiu “largar” e apoiar Castelo – desiludido, sobretudo, com a fragilidade do candidato escolhido por Flávio.

A farsa do “consórcio oposicionista” durou até abril.

Este blog, por várias vezes, revelou que a unidade não passava de uma farsa, e chegou a conversar com os próprios candidatos sobre o tema. Iludidos, seguiram até o fim, achando que as pesquisas e a força de cada um seria levado em conta.

Não foram.

Holandinha foi ungido por Flávio Dino, levando Tadeu e Eliziane a lançar candidaturas próprias. O clima da campanha tratou de acirrar os ânimos.

Hoje, tanto Palácio quanto Eliziane tratam a dupla Flávio Dino/Holandinha, além de Holanda pai, Weverton Rocha, Márcio Jerry e Julião Amin, com termos que não são propriamente elegantes para publicação.

Reintegrar-se a este mesmo grupo, agora, deporia contra os próprios candidatos.

Por isso, pelo que se desenha, eles devem permanecer neutros no 2º Turno…