Por Thiago Bastos*
Não, não é um time tecnicamente impecável. Longe disso.
Mas sobra tradição.
Em menos de uma semana, o Uruguai protagonizou dois capítulos antagônicos de sua história: um negativo – ao sofrer uma derrota inesperada sobre a Costa Rica – e a de hoje, extremamente positiva: uma vitória sobre os ingleses tão surpreendente quanto à derrota no último sábado no calor de Fortaleza.
E essa vitória tem dois nomes: Luis Suarez e Oscar Tabárez.
A camisa pesada celeste – tanto que entorta cerca de arame farpado se colocada em cima – encheu de orgulho os seus torcedores.
Com uma lesão no joelho, Suarez – de temporada impecável no Liverpool – foi para o sacrifício hoje.
O desafio era enorme, ou seja, levar a melhor diante dos fortes zagueiros ingleses.
E Suarez chamou para si as atenções, aproveitando no primeiro tempo uma bola maravilhosa enfiada por Cavani. No segundo tempo, e com as alterações promovidas por Hodson, treinador inglês, a Inglaterra melhorou e mereceu o empate em grande jogada pela direita e conclusão de Wayne Rooney.
Mas os deuses do futebol – ou vozes do além, como diria um amigo meu – compareceram hoje ao Itaquerão (quem diria…). E Luis Suarez aproveitou o resto de uma jogada – que ao meu ver não estava impedido, já que a cabeçada partiu de Gerrard – e fuzilou com a raiva de quem quer que o Uruguai esteja no grupo novamente das grandes seleções em uma Copa do Mundo.
Tabárez também fez correções importantes no time hoje. A primeira delas foi involuntária, ao tirar Lugano do time (zagueiro que talvez não suportasse a rapidez do ataque inglês hoje). A segunda foi posicionar Cáceres na direita, onde rende melhor, e Álvaro Pereira – que fechou melhor o lado esquerdo, onde a Costa Rica passeou na primeira rodada. E a terceira foi colocar Suarez.
Os uruguaios dirão hoje que o fantasma de 50 acordou. Acho que não chegará a tanto. Mas quem tiver a chance de eliminar a celeste antes das fases finais, que o faça.
pois…se deixar chegar…
Em tempo – Colombia e Costa do Marfim fizeram um dos vários jogos interessantes desta Copa do Mundo. Os colombianos, a meu ver, se inseriram de vez no grupo das seleções que deverão ir longe nesta Copa do Mundo. Ficou a impressão de que a Colombia, se contasse hoje com Falcão Garcia, lesionado – teria vencido com mais facilidade os marfinenses que, é bom que se diga, fizeram um bom jogo também. Mesmo com a derrota, a Costa do Marfim ainda tem boas chances de se classificar para a próxima fase, como segunda colocada de seu grupo.
*Repórter de O EstadoMaranhão