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A histórica crítica de José Sarney ao feriado de “adesão” do Maranhão

Ex-presidente não aceita a data de 28 de julho como a que marca a aceitação da independência do Brasil por entender que este gesto se deu por imposição de quem ele chama de “pirata inglês Lord Cochrane”; o maranhense entende que a data certa para a festa é 31 de julho, quando os revoltosos derrotaram, em Caxias, o general João José da Cunha Fidié, defensor da coroa portuguesa

 

Luta em Caxias contra as forças portuguesas representadas por Fidié; para Sarney esta é a data de adesão do Maranhão à independência do Brasil

Resenha

Muito maranhense aproveita o dia 28 de julho para descansar sem sequer saber o motivo do feriado; isso ocorre por que, historicamente, a data de “Adesão do Maranhão à Independência do Brasil” é uma questão historicamente controversa.

O Maranhão foi o último estado a aceitar a criação do Império Brasileiro, o que oficialmente é registrado no dia 28 de julho de 1823, um ano depois do grito de Dom Pedro I.

Entre os que criticam esta data há um ilustre cidadão, o ex-presidente da República José Sarney; para Sarney, o dia correto para festejar a integração do estado às forças contrárias ao controle de Portugal é 31 de julho, quando, em Caxias, as forças revolucionárias derrotaram o general João José da Cunha Fidié, que lutava em favor da coroa portuguesa.

Em artigo de 2022 republicado em alguns setores da imprensa nesta sexta-feira, 28, intitulado “A Data Certa”, o ex-presidente faz o resgate histórico da adesão do Maranhão à independência do Brasil e conclama: “Abaixo o feriado de 28 de julho”. 

– Em junho [de 1823], em São Luís, a Junta Governativa se resolve pelo Império, mas chega guarnição portuguesa, e ela engole a adesão. Acontece então o golpe do pirata Cochrane, que, com um simples navio e um patacho, toma a cidade e exige sua rendição. Faz, então, a adesão de 28 de julho. Mas a guerra, já perto do fim, continua. Cercado em Caxias, o Fidié se rende só no dia 31 de julho. Assim, o nosso Pirajá, de 2 de julho na Bahia, é a cidade de Caxias, 31 de julho, com a rendição de Fidié – conta Sarney em seu artigo. (Leia a íntegra aqui) 

O escocês Thomas Cochrane foi contratado por Dom Pedro I para organizar a Marinha Brasileira; mas para o ex-presidente e membro da Academia Brasileira de Letras não passa de um inescrupuloso pirata, que saqueou a cidade, tomou propriedades de portugueses não-residentes e aprisionou o povo com controle de dívidas, roubou tudo o que pode e voltou para a Inglaterra.

– E nós aqui a comemorar a adesão regida por esse mercenário em vez de honrar a vitória feita pelos valentes cearenses, piauienses e maranhenses, que enfrentaram as armas para assegurar nossa independência! – lamenta o ex-presidente.

É a história do Brasil e do Maranhão contada por quem se dedica a estudá-la e pesquisá-la…