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Governistas já comparam Braide a Castelo; aliados do prefeito preferem lembrar “Força Total” de Jaime Santana…

Aliados do governador Carlos Brandão entendem que o prefeito de São Luís caminha para repetir 2012, quando o então gestor do PSDB perdeu a eleição por isolamento político; mas os braidistas preferem outra disputa, a de 1985, quando o então deputado federal Jaime Santana – com apoio da prefeitura, do governo e do presidente da República –  perdeu, mesmo assim, a eleição para Gardênia Gonçalves

 

Castelo e Dona Gardênia, com a filha, Gardeninha, em imagem do início de 2011; personagens icônicos da política, hoje lembrados como case eleitoral

Ensaio

Dez entre dez aliados do governador Carlos Brandão (PSB) têm convicção neste momento da pré-campanha que o prefeito Eduardo Braide (PSD) repetirá as eleições de 2012, quando o então prefeito João Castelo (PSDB) perdeu a reeleição para o deputado federal Edivaldo Júnior (então no PTC), por isolado político-partidário.

Naquela eleição, Castelo era o favorito, mas brigou com “deus-e-o-mundo” e perdeu aliados importantes, no PDT, DEM, PSB, MDB e outras legendas, que avalizaram a candidatura do insípido Holandinha. 

Deputados federais, estaduais, jornalistas e auxiliares do governador ouvidos por este blog Marco Aurélio d’Eça ao longo das últimas semanas não têm dúvidas de que a postura de Braide o levará à derrota para o deputado federal Duarte Júnior (PSB), “que vem forte, apoiado por Brandão e pelo presidente Lula (PT)”.

De fato, Duarte Júnior ampliou sua base de apoio significativamente na virada do ano, ao receber o apoio de Brandão e atuar diretamente na base de Lula; o deputado reúne a maioria dos grandes partidos maranhenses, de todas as correntes, do PSDB ao MDB, do PSB ao PT, passando por PP, Podemos, e, provavelmente, o União Brasil e o PL.

Mas os aliados do prefeito Eduardo Braide, que lidera as pesquisas e tem a gestão aprovada pela população, preferem lembrar de uma outra eleição, bem mais antiga: a disputa de 1985, entre a então ex-primeira-dama do Maranhão Gardênia Gonçalves (PDS) e o então deputado federal Jaime Santana, da lendária “Frente Liberal”.

Á época, Santana chegou à disputa com apoio do então prefeito Mauro Fecury (PFL), do então governador Luiz Rocha e de ninguém menos que o então presidente da República José Sarney – exatamente o que ocorre hoje com Duarte Júnior; a “Força Total” embalou Jaime Santana durante toda campanha com uma ação conjunta de prefeitura, governo e presidência nunca vista em São Luís.

São Luís nunca viu tanto asfalto jogado nos bairros mais longínquos da cidade; nunca viu tanto aterro espalhado por toda parte; obras, ações, vereadores e deputados presentes nos bairros; o resultado foi uma vitória consagradora de Gardênia, com o apoio solitário do marido, o mesmo João Castelo de 2012.

Este blog Marco Aurélio d’Eça abordou a história de 1985 exatamente em junho de 2012, no post “A onipresença de João Castelo”, em que lembra suas façanhas contra a “Força Total” de Jaime Santana e outra, igualmente poderosa, que embalou o hoje futuro ministro do STF, Flávio Dino, em 2008.

As histórias lembradas neste início de campanha eleitoral são significativas para entender o momento político no Maranhão;

Braide, com seu isolamento, assim como o Castelo de 2012, mas também como a Gardênia de 85.

E Duarte Júnior, com a mesma “força total” que embalou Jaime Santana.

O tempo dirá quem tem razão…

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PDT tem votação média em São Luís na casa dos 15%, mostra estudo…

Partido que venceu todas as eleições na capital maranhense desde 1988 alcançou nas duas últimas eleições – por suas próprias forças – pouco mais de 80 mil votos, o que põe a candidatura do ex-vereador Fábio Câmara – com seus cerca de 12 mil votos em 2022 – em condições de quebrar a polarização que o governador Carlos Brandão deseja no pleito de 2024

 

Em 2020, Neto Evangelista enfrentou as duas máquinas e, com apoio do PDT, alcançou mais de 83 mil votos na capital maranhense

Ensaio

As eleições de 2024 tendem a se afunilar entre quatro ou cinco candidatos, sobretudo com a tentativa de polarização que o governo Carlos Brandão (PSB) tenta impor ao prefeito Eduardo Braide (PSD) com a candidatura do deputado federal Duarte Júnior (PSB).

Esta tendência de afunilamento, já mostrada neste blog Marco Aurélio d’Eça, aponta para o enxugamento de candidaturas, sobretudo na base do governo, o que deixa a disputa restrita ao prefeito, ao candidato do Palácio dos Leões, às candidaturas chamadas “de menor influência”, e a do candidato do PDT, ex-vereador Fábio Câmara.

Neste estudo, este blog Marco Aurélio d’Eça faz um recorte analítico para mostrar o potencial do PDT – partido que venceu todas as eleições na capital maranhense desde 1988 – no caso de se confirmar a tendência de polarização e enxugamento das candidaturas desejada pelo Palácio dos Leões.

Nas duas últimas eleições as candidaturas majoritárias do PDT – em 2020, para prefeito, com a do deputado estadual Neto Evangelista (DEM); e a de 2022, com o senador Weverton Rocha ao governo – alcançaram uma média de 15% dos votos em São Luís, mesmo em condições adversas, concorrendo contra máquinas poderosas.

Em 2020, Evangelista foi apoiado pelo PDT, que indicou a vice, mas não teve o apoio do então prefeito Edivaldo Júnior, mesmo este ainda filiado ao partido do senador Weverton;  Ao fim do primeiro turno, o deputado democrata ficou em terceiro, com 16,24% dos votos, ou 83.138.

Nas eleições de 2022, Weverton entrou na disputa pelo governo também em condições adversas; enfrentou, apenas com a militância pedetista, a força do hoje presidente Lula (PT), do agora ministro do STF Flávio Dino, e a máquina do governador Carlos Brandão (PSB); e foi engolido pela polarização do então presidente Jair Bolsonaro (PL) com Lula, que favoreceu Lahésio Bonfim (PSC).

Mesmo assim, Weverton registrou em São Luís exatos 14,73%, ou 82.744 votos. Agora preste atenção nos números:

  • Em 2020, só com sua força pessoal e o apoio do PDT, Neto Evangelista teve mais de 83 mil votos em São Luís;
  • Em 2022, só com sua força pessoal e o apoio do PDT, Weverton Rocha teve mais de 82 mil votos em São Luís.

Candidatura pedetista pode ser fiel da balança em 24

Enfrentando várias máquinas e a polarização entre Lula e Bolsonaro, Weverton teve mais de 82 mil votos em São Luís apenas com apoio da militância pedetista

Em 2024, o PDT apresenta à disputa o ex-vereador Fábio Câmara, suplente de deputado federal e também ex-candidato a prefeito.

Self-made-men, Câmara é um representante das camadas mais populares na política; e assim como o PDT, seus números também são consolidados na capital maranhense.

Eleito vereador em 2012, entrou na disputa pela Prefeitura de São Luís em 2016 pelo MDB, também em condições adversas, sem apoio da própria legenda, abandonado pelas lideranças do partido e enfrentando estruturas poderosas das máquinas estadual e municipal; o ex-vereador registrou 19.045 votos, ou 3,63% do total.

Em 2022, já no PDT, o ex-vereador concorreu a deputado federal; ficou entre os 10 mais votados na capital maranhense, obtendo 12.462 votos (2,14%).

  • Em 2016, com sua força pessoal e amigos, Câmara alcançou como candidato a prefeito quase 20 mil votos em São Luís;
  • em 2020, como candidato a deputado federal pelo PDT, o ex-vereador registrou em São Luís mais de 12 mil votos.

Como se vê, historicamente, o PDT é o partido com votação mais consolidada em São Luís, graças à força da legenda e à militância historicamente aguerrida, capaz de sair das condições mais adversas.

Este blog Marco Aurélio d’Eça tem mostrado desde meados de 2023 que apenas o PDT – com seu candidato Fábio Câmara e a liderança do senador Weverton Rocha – são capazes de quebrar a polarização desejada em São Luís pelo governador Carlos Brandão.

Os números da história estão aí para mostrar.

E eles não mentem, jamais… 

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Natal não é o nascimento de Jesus…

Ao contrário do que tentam impor as religiões, o mais provável, segundo os estudos históricos mais respeitáveis – e levando em consideração a hipótese de que o mito bíblico de fato existiu – o nazareno teria nascido em abril ou maio, início da primavera, não em dezembro

 

O mito do nascimento de Jesus nada tem a ver com o Natal, uma festa pagã usada pela igreja de Roma

As Igrejas – católica e evangélica – condenam o consumismo natalino estabelecido pela indústria cultural; mas cometem o mesmo crime ao tentar sacralizar a festa pagã, incentivando a ideia equivocada de que, no Natal, deve-se comemorar o nascimento de Jesus.

Tudo em nome do proselitismo religioso o que, em essência, acaba sendo também uma forma de consumismo – o mercantilismo da fé.

Natal nada tem a ver com o nascimento de Jesus.

Admitindo a hipótese (apenas hipótese) de que Jesus tenha existido, ele não nasceu em dezembro e muito menos no inverno, como mostra o relato de Lucas;  os historiadores mais respeitados e aceitos apontam o nascimento de Jesus no mês de abril, maio ou junho.

– Ainda que se celebre o Natal em dezembro, a data do nascimento de Jesus é desconhecida. É mais provável que tenha sido na primavera (maio-junho) – explica o teólogo e biblicista Russel Philip Shedd, PHd, autor da Bíblia Shedd a mais respeitada tradução da bíblia no Brasil. 

Outra controvérsia entre a Bíblia e a história: Jesus nasceu em Nazaré, não em Belém, como impuseram os evangelistas Marcos e Lucas para conciliar a história do nazareno com o mito da profecia bíblica de Miquéias.

Portanto, quando a igreja “comemora” a morte de Jesus, durante a semana santa – também por interesses meramente  proselitista – deveria, na verdade, comemorar seu nascimento.

A guerra entre Jesus e Papai Noel tem apenas um objetivo: o mercantilismo, do consumo ou da fé

O Natal é uma festa criada pelos povos antigos para comemorar a chegada do Sol, após o inverno rigoroso.

Os povos antigos o comemoravam no dia 25 de dezembro, data do nascimento do deus pagão Mitra; como a igreja necessitava de uma data para comemorar o nascimento do seu símbolo maior, apropriou-se do Natal, festa já muito popular e com cunho religioso por causa de Mitra.

Daí passou a impor como data de festa para Jesus.

Mas a única relação do Jesus com o Natal é o clima de paz, confraternização e alegria que marca a data. Coisa que também o símbolo do Papai Noel representa bem, para despeito das igrejas e dos anti-imperialistas.

Natal é só uma festa, uma época para se divertir, dançar, beber, brincar, se confraternizar, comprar, renovar a casa e sorrir – quer queiram ou não os puristas.

E por si só, já é a melhor época do ano.

É este o verdadeiro espírito do Natal…

Publicado originalmente em 24/12/2009

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Era pós-Dino: Brandão parece sem oposição, mas também sem nome para sucedê-lo…

Este blog Marco Aurélio d’Eça inicia nesta segunda-feira, 4, uma série de comentários, análises e projeções sobre as consequências da aposentadoria política do ministro da Justiça – quem ganha e quem perde, novas lideranças que surgem ou ressurgem no cenário, dentre outras questões; a primeira análise mira o govenador, que tem as eleições de 2024 e a de 2026 para consolidar sua liderança e apontar para o próprio futuro

 

Brandão superou a fase em que era apenas um retrato nas mãos de Flávio Dino; mas precisa definir um rumo que lhe garanta futuro político na era pós-Dino

Documentário

“O governador Carlos Brandão (PSB) ficou absoluto no cenário”. Esta é a expressão usada por 10 entre 10 analistas ou lideranças políticas desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a indicação do ministro da Justiça Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal.

De fato, em um primeiro momento, o governador é a liderança que mais se beneficia da aposentadoria de Dino; ele passa a ser a grande força estadual, sem sombras, sem oposição consistente e com duas eleições para conduzir de forma a consolidar este poder.

Há um problema, porém.

Embora não tenha uma oposição ainda consistente – o senador Weverton Rocha (PDT), o ex-candidato governador Lahésio Bonfim (PSC) ou o prefeito de São Luís Eduardo Braide (PSD), precisam marcar posição – Brandão também não tem um nome consistente para sucedê-lo, a menos que já tenha aceitado entregar o mandato ao vice-governador Felipe Camarão (PT), principal herdeiro do dinismo.

Basta entender o recado do deputado federal Márcio Jerry ao jornal O Estado de S. Paulo, neste fim de semana:  – “não dá para sepultar o dinismo. A influência dele vai continuar super forte, viva e organizadora da política.”;  Jerry foi, por muito tempo, uma espécie de lugar-tenente e mentor do próprio Dino.

Há três correntes do brandonismo na era pós-Dino, cada uma com sua visão sobre o futuro político do grupo do governador.

A primeira tem como centro gravitacional os familiares do próprio Brandão – irmãos, primos, sobrinhos…- e defende uma ruptura total com o establishment, lançando um candidato próprio ao governo e elegendo não apenas o sucessor, mas também, senadores e vice em 2026.

Quem?!? a opção única deste campo é a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), que ainda precisa ganhar estatura estadual

A segunda corrente é liderada pelo ex-governador José Reinaldo Tavares e influencia diretamente os corredores administrativos do Palácio dos Leões; para este grupo, Brandão deveria fechar aliança com o prefeito Eduardo Braide (PSD), indicar o vice – falam-se em Orleans Brandão (MDB) – e trabalhar pela eleição de Braide ao Governo em 2026, herdando a prefeitura e ainda elegendo ao menos um dos senadores.

Para isso, no entanto, também precisa permanecer no cargo; e também ficará sem mandato a partir de 2027.

A terceira corrente reúne não apenas familiares de sangue e amigos, mas a família do próprio governador – mulher e filhos; para estes, Brandão deve simplesmente manter o projeto inicial fechado com Flávio Dino, repassar o mandato a Felipe Camarão em 2026 e concorrer a uma das vagas ao Senado.

Garantiria, além do mandato em Brasília, a possibilidade de retorno ao poder em 2030, já que, nestas circunstâncias, Camarão só teria direito a mais um mandato.

Todas essas hipóteses são analisadas a partir do ponto de vista unilateral do brandonismo, sem, obviamente, combinar com os “russos” – ou a oposição, para ser mais preciso.

E também não leva em conta o surgimento de novas lideranças estaduais no pós-Dino.

O que é assunto para outros posts…

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Uma exegese* de Henry Kissinger…

Ex-secretário de Estado norte-americano, morto nesta quarta-feira, 29, aos 100 anos, foi – para o bem e para o mal – o maior símbolo do imperialismo ianque desde a guerra fria, deixando uma marca de sangue em todo o mundo, sobretudo na América Latina, onde ajudou a derrubar governos legítimos, apoiou ditaduras sanguinárias e influenciou a cultura

 

Henry Kissinger influenciou o Oriente e o Ocidente com sua visão de mundo a partir do olhar dos Estados Unidos

Ele foi o maior símbolo do imperialismo norte-americano, espalhando guerra e paz na medida das dificuldades apresentadas nos relatórios de conquista ianque mundo a fora; nascid0 alemão e naturalizado americano, Henry Kissinger forjou governos na América Latina, impôs-se diante do comunismo soviético e chinês e influenciou a cultura e o comportamento mundial.

Paradoxalmente, o ex-secretário de Estado morto nesta quarta-feira, 29, ganhou um Prêmio Nobel da Paz, pela negociação da saída dos Estados Unidos do Vietnã, após sangrenta guerra, com diversos episódios de execução violentas de civis no Camboja.

Na América Latina, a partir dos anos 70 e 80, apoiou diversas ditaduras; respondeu aos tribunais internacionais pelo apoio a Augusto Pinochet, no Chile, e por governos similares na Argentina.

No Brasil agiu nas sombras, sobretudo influenciando a cultura e o comportamento durante os governos militares.

A revista IstoÉ venceu o prêmio Jabuti de jornalismo no início dos anos 2000 com a reportagem sobre o Relatório Kissinger, a partir de um Memorando Secreto do secretário Henry Kissinger, em 1974, que resultou em milhões de dólares americanos despejados no Brasil para a esterilização em massa de brasileiras.

– A partir daí, generalizou-se a esterilização por ligadura das trompas. Seu principal mérito: era definitiva. Para justificá-la, o Relatório Kissinger insiste em que, nos países pobres, “o rápido crescimento populacional é uma das causas e consequência da pobreza” – contam , em artigo científico as professoras-doutoras Solange Aparecida de Souza Monteiro e Maria Regina Momesso, do programa de Pós-Graduação da Unesp (Leia a íntegra aqui)

Foi  partir deste “projeto de ligação de trompas em massa” que surgiu no Brasil uma aliança entre “missionários” católicos e batistas na Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil, conhecida popularmente por BEMFAM, uma espécie de agência americana para controle de natalidade nos países latinos.

Heinz Alfred Kissinger nasceu em uma família judia de classe média na Baviera em 27 de maio de 1923. Para fugir da perseguição nazista, a família deixou a Alemanha em 1938 e emigrou para os EUA, onde se juntou à comunidade judaica alemã em Nova York.

Em seu livro “Armas Nucleares e Política Externa”, o diplomata americano propõe o uso deste tipo de recurso de forma controlada criando o conceito de “guerra nucelar limitada”, o que lhe rendeu projeção mundial.

– O grande estadista se vê obrigado, em muitas situações, a tomar decisões isoladas, para o bem de seu povo e da nação. A defesa dos valores morais norte americanos, como ensina Kissinger, exige uma postura firme e decidida do governante, o que é a expressão do espírito ocidental, da igualdade de todos perante a lei e da liberdade de todos pela lei – defendem os pesquisadores Rafael Tallarico e Sirley Brito Ribeiro, no livro “Kissinger e a Ética Ocidental”.

No início dos anos 2000, Kissinger previu que o mundo do Século XXI terá seis potências: Estados Unidos, Europa, China, Japão, Rússia – “e provavelmente a Índia”, escreveu],segundo o artigo “Kissinger e a Nova Ordem Mundial”, do Instituto Liberal. (Saiba mais aqui)

Em 2021, o  ranking da Austin Rating, que mede o pdoer das nações pelo tamanho do PIB, lista Estados Unidos (22,8%), China (17,2%), Japão (5,3,), Alemanha (4,5%), França (3,0%) e Reino Unido (3,0%). A Índia, apontada por ele na sexta, está na sétima; e a Rússia é a 10ª

Como se vê, o oráculo americano permaneceu lúcido até a sua morte.

Para o bem e para o mal…

*Exegese é a prática da Hermenêutica, ciência que estuda a interpretação, compreensão e significado de textos e discursos

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Bolsonaro é só um ladrãozinho de feira popular…

Agindo na presidência da República como um batedor de carteira de beira de pista, o ex-presidente é protagonista de ações bizarras no Palácio do Planalto – as mesmas que tinha quando habitava o baixíssimo clero da Câmara Federal – agora coroadas com o escândalo das joias, espécie de ópera-bufa, uma comédia sem precedentes que mostra o nível de corrupção a que o país fora submetido nos últimos quatro anos

 

Sassá Mutema da vida real, Bolsonaro mostrou na presidência o que sempre foi: ladrãozinho de feira, batedor de carteira de beira de pista, 171 viciado em pequenos golpes

Editorial

Eleito como uma espécie de arroto da história, o ex-presidente Jair Bolsonaro nunca teve preparo intelectual, nem jurídico, nem cultural e muito menos estatura moral e envergadura pessoal para assumir o cargo.

Habitante do chamado baixíssimo clero da Câmara Federal – espaço onde ficam deputados inexpressivos, sem importância alguma para o processo político e para o debate de poder em Brasília – ali viveu cometendo trambiques dignos de vigaristas de feiras e mercados; um batedor de carteira de beira de pista.

Segundo revelou o também ex-deputado Ciro Gomes (PDT), “Bolsonaro roubava até combustível do Congresso Nacional”.

E acabou levando suas práticas do mais autêntico 171 para o Palácio do Planalto, mostradas com clareza estarrecedora no já famoso escândalo das joias, em que protagonizou uma trapalhada sem precedentes na tentativa de fazer algum dinheiro – uns milhares de dólares, na verdade – vendendo às escondidas joias pertencentes ao país.

Este blog Marco Aurélio d’Eça sempre considerou Bolsonaro um ladrão de galinhas; expressou esta opinião ainda em 2019, no post que destrincha ele e os rebentos, intitulado “Sobre pais e filhos…”.

Ladrãozinho de feira popular, Jair Bolsonaro age como batedor de carteira das periferias, se apoderando de tudo à sua frente que possa render algum trocado para “comer gente” nos espaços funcionais pagos com dinheiro público.

Ladrão de galinhas alçado ao posto de presidente – como nas comédias mais toscas já vistas no cinema – o Sassá Mutema da vida real surgiu como um subproduto do golpe orquestrado em 2016 pelas elites nacionais.

E virou “salvador da pátria” para grupos específicos de párias esperançosos de um governo que atendesse aos seus anseios; e só aos seus.

E deu no que deu…

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A histórica crítica de José Sarney ao feriado de “adesão” do Maranhão

Ex-presidente não aceita a data de 28 de julho como a que marca a aceitação da independência do Brasil por entender que este gesto se deu por imposição de quem ele chama de “pirata inglês Lord Cochrane”; o maranhense entende que a data certa para a festa é 31 de julho, quando os revoltosos derrotaram, em Caxias, o general João José da Cunha Fidié, defensor da coroa portuguesa

 

Luta em Caxias contra as forças portuguesas representadas por Fidié; para Sarney esta é a data de adesão do Maranhão à independência do Brasil

Resenha

Muito maranhense aproveita o dia 28 de julho para descansar sem sequer saber o motivo do feriado; isso ocorre por que, historicamente, a data de “Adesão do Maranhão à Independência do Brasil” é uma questão historicamente controversa.

O Maranhão foi o último estado a aceitar a criação do Império Brasileiro, o que oficialmente é registrado no dia 28 de julho de 1823, um ano depois do grito de Dom Pedro I.

Entre os que criticam esta data há um ilustre cidadão, o ex-presidente da República José Sarney; para Sarney, o dia correto para festejar a integração do estado às forças contrárias ao controle de Portugal é 31 de julho, quando, em Caxias, as forças revolucionárias derrotaram o general João José da Cunha Fidié, que lutava em favor da coroa portuguesa.

Em artigo de 2022 republicado em alguns setores da imprensa nesta sexta-feira, 28, intitulado “A Data Certa”, o ex-presidente faz o resgate histórico da adesão do Maranhão à independência do Brasil e conclama: “Abaixo o feriado de 28 de julho”. 

– Em junho [de 1823], em São Luís, a Junta Governativa se resolve pelo Império, mas chega guarnição portuguesa, e ela engole a adesão. Acontece então o golpe do pirata Cochrane, que, com um simples navio e um patacho, toma a cidade e exige sua rendição. Faz, então, a adesão de 28 de julho. Mas a guerra, já perto do fim, continua. Cercado em Caxias, o Fidié se rende só no dia 31 de julho. Assim, o nosso Pirajá, de 2 de julho na Bahia, é a cidade de Caxias, 31 de julho, com a rendição de Fidié – conta Sarney em seu artigo. (Leia a íntegra aqui) 

O escocês Thomas Cochrane foi contratado por Dom Pedro I para organizar a Marinha Brasileira; mas para o ex-presidente e membro da Academia Brasileira de Letras não passa de um inescrupuloso pirata, que saqueou a cidade, tomou propriedades de portugueses não-residentes e aprisionou o povo com controle de dívidas, roubou tudo o que pode e voltou para a Inglaterra.

– E nós aqui a comemorar a adesão regida por esse mercenário em vez de honrar a vitória feita pelos valentes cearenses, piauienses e maranhenses, que enfrentaram as armas para assegurar nossa independência! – lamenta o ex-presidente.

É a história do Brasil e do Maranhão contada por quem se dedica a estudá-la e pesquisá-la…

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20 anos depois, Flávio Dino e Carlos Brandão vivem mesma situação de Roseana e José Reinaldo

Da mesma forma que em 2002, quando a hoje deputada federal deixou o governo, se elegeu senadora com forte influência nacional no primeiro mandato do presidente Lula – fazendo seu sucessor no Maranhão e rompendo com este pouco tempo depois – o hoje ministro da Justiça, também em destaque nacional, enfrenta a mesma situação com seu ex-vice, que era o principal auxiliar de Tavares há duas décadas

 

Flávio Dino vive hoje com Brandão as mesmas circunstâncias pessoais e políticas que Roseana viveu com José Reinaldo há 20 anos

Ensaio

O ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) é para a história maranhense, hoje, o que a agora deputada federal Roseana Sarney (MDB) foi há 20 anos.

Assim como Roseana no início do primeiro mandato presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2003, Dino hoje, em 2023 – quando Lula retorna ao poder – tem forte influência nacional e é cotado como opção presidencial

E assim como a emedebista à época, o socialista enfrenta, atualmente, situação de intenso desgaste com o sucessor eleito em sua chapa.

Liderança política maranhense mais ovacionada no Brasil em 2002, Roseana liderou o início da corrida pela sucessão do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas acabou aliando-se a Lula. Tinha como vice no Maranhão o mais radical dos sarneysistas, José Reinaldo Tavares (então no PFL), mas dava mostras de não confiar nele para sua sucessão.

Havia outras opções no governo roseanista, como o então chefe da Casa Civil João Abreu, preferido por ela, e o então Secretário de Desenvolvimento Social, Luiz Fernando Silva, por própria conta e risco.

Liderança política maranhense mais ovacionada no Brasil em 2022, Flávio Dino chegou a ser cotado para a sucessão do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas acabou aliando-se a Lula. Tinha como vice no Maranhão um ex-sarneysista histórico, Carlos Brandão (então no PSDB), mas não demonstrava definição em torno do seu nome para a sucessão no estado.

Havia outras opções no governo dinista, como o senador Weverton Rocha (PDT), mais alinhado ideologicamente ao próprio governador, e o secretário de Indústria e Comércio Simplício Araújo, por própria conta e risco.

Neste ponto da linha do tempo, faz-se necessário uma importante referência: vice de Flávio Dino em 2022, Carlos Brandão era o principal auxiliar de José Reinaldo, vice de Roseana em 2002.

Há várias versões para o rompimento de José Reinaldo e Roseana; a mais aceita historicamente diz que a ex-governadora fez questão de diminuir o seu então vice nos oito anos em que esteve no Palácio dos Leões, o que acirrou os ânimos da família Tavares, notadamente o da mulher dele, Alexandra.

Há várias versões para o estremecimento entre Flávio Dino e Carlos Brandão; a mais aceita diz que Dino diminuiu Brandão nos oito anos em que esteve no Palácio dos Leões, o que acirrou os ânimos da família Brandão, notadamente o do irmão caçula, Marcus Brandão.

A grande responsável pelo rompimento entre Tavares e Roseana, já às vésperas das eleições municipais de 2004, foi Alexandra, que decidiu ignorar o candidato sarneysista em São Luís, levando o marido a apoiar o prefeito pedetista Tadeu Palácio.

Nos bastidores da pré-campanha municipal de 2024, aponta-se Marcos Brandão como responsável pela articulação política que formará o palanque do irmão em São Luís, dificilmente o mesmo em que esteja Flávio Dino.

A história política maranhense mostra que Roseana tentou interferir no governo do sucessor, levando-o ao rompimento político e à primeira derrota do grupo Sarney em 40 anos de poder no Maranhão, em 2006.

À época, nem a força de Lula, reeleito em primeiro turno, foi capaz de garantir vitória de Roseana contra a força do Palácio dos Leões, com José Reinaldo à frente do governo e Jackson Lago embalando às forças antisarneysistas.

A história política maranhense se repete vinte anos depois.

Flávio Dino usa a força do cargo de ministro da Justiça para mostrar-se como único acesso a Lula em Brasília, o que tem levado Brandão a buscar nos próprios Sarney’s o caminho para furar o bloqueio dinista.

Versões dos bastidores do poder no Maranhão apontam que o ministro da Justiça – assim como Roseana em 2006 – aposta na força de Lula, em 2026, para voltar ao poder no Maranhão, embalado pelos mesmos garotos que estiveram com ele na reeleição de 2018.

Esta história já foi, inclusive, contada no blog Marco Aurélio d’Eça, no post “a doce ilusão que Flávio Dino cria entre aliados de Weverton e Eliziane…”.

Mas desta vez Lula será suficiente para enfrentar o rugir do Palácio dos Leões?!? E Brandão seguirá o mesmo caminho de José Reinaldo, abrindo mão de um mandato senatorial para derrotar o ex-aliado, repetindo a história de 2006?!?

A história poderá se repetir como farsa para alguns.

E para outros como tragédia…

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Hotel ícone do Centro Histórico fecha as portas em São Luís…

Com o nome atual de Grand São Luís, antigo Vila Rica viveu o seu auge, entre os anos 80 e 90, com festas e eventos memoráveis da alta sociedade ludovicense; fechado desde o início da pandemia, a empresa decidiu encerrar definitivamente suas atividades deixando um vazio na Praça Pedro II, que tem a edificação como um dos símbolos, ao lado da Igreja da Sé e dos Palácios do governo, da prefeitura e do Tribunal de Justiça

 

Inserido na arquitetura do Centro Histórico, o Grand São Luís Hotel mantém a mesma estrutura desde os tempos de Vila Rica; agora fechou as portas definitivamente

O Grand São Luís Hotel, antigo Hotel Vila Rica, no Centro Histórico de São Luís – um dos mais tradicionais ambientes do turismo da capital maranhense – decidiu encerrar definitivamente suas atividades.

Fechado desde o início da pandemia, o empreendimento não conseguiu se firmar no novo momento do turismo, aproveitando o boom da revitalização do Centro Histórico, com eventos semanais promovidos pelo poder público.

A falta de um estacionamento de grande porte e a concorrência com os resorts atrapalharam o desempenho do hotel, que tem vista exclusiva para a baía de São Marcos e área de lazer eternamente ensolarada.

O antigo Hotel Vila Rica é um dos ícones do Centro Histórico e foi palco da badalação de São Luís nos anos 70, 80 e início dos 90, com suas festas memoráveis, reunindo a alta sociedade maranhense.

Era à beira da piscina do Vila Rica que se realizavam os clássicos concursos Miss Maranhão, sob a batuta da lendária Flor de Lis; o hotel abrigou por anos a boite Apocalipse, palco da juventude ludovicense, com festas memoráveis nos fins de semana.

Sob controle dos empresários Edilson Baldez e Luiz Carlos Cantanhede desde 2005, o Grand São Luís – que já recebeu a delegação do Papa João Paulo II – nunca conseguiu se firmar como opção hoteleira, apesar do charme, do requinte e da localização em plena Praça Pedro II.

O objetivo dos atuais donos é manter o prédio no ramo hoteleiro.

Estudam ofertas de redes nacionais e internacionais…

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Embora ainda tímido, Weverton quebra o silêncio…

Exatamente 15 dias depois de este blog Marco Aurélio d’Eça apontar a apatia da oposição maranhense neste início do governo Brandão, senador pedetista vem ao Maranhão e dá entrevista crítica com forte repercussão, sinal de que há um setor da sociedade que grita contra a hegemonia no poder

 

Carla Lima com Weverton: primeira voz dissonante ao absolutismo no Maranhão, ainda que tímida, encontra eco em parte da sociedade

Análise da notícia

No dia 6 de junho, este blog Marco Aurélio d’Eça publicou o Ensaio “O Silêncio da oposição maranhense…”.

Trata-se de uma exortação às lideranças que disputaram o Governo do Estado em 2022 e esão apáticas diante da dominação de espaços de poder pelo governo Carlos Brandão (PSB).

– Teoricamente alçados à condição de contrapontos ao atual governo, os ex-candidatos Dr. Lahésio Bonfim e Weverton Rocha mostram-se alheios ao debate político maranhense, deixando os questionamentos apenas com Simplício Araújo, único que se mantém vigilante em relação ao governador Carlos Brandão – afirmou o post, em seu subtítulo.

Exatamente 15 dias depois, na última quinta-feira, 22, o senador Weverton Rocha (PDT) deu sua primeira entrevista – à jornalista Carla Lima, do portal Imirante.com – assumindo este papel de contraponto.

– O estado está parado! – é o resumo do que disse o senador pedetista.

A declaração de Weverton teve forte repercussão midiática nas horas e dias que se seguiram à entrevista, sinal de que o blog Marco Aurélio d’Eça tinha razão ao alertar para os riscos de uma hegemonia política no estado.

Aliás, esse alerta começou bem antes, ainda em fevereiro, no post “Sem oposição não há democracia…”.

Sem entrar no mérito do certo ou errado na fala do senador, a repercussão de sua entrevista mostra que a sociedade anseia por este contraponto, pela quebra de hegemonia; ou, pelo menos, de esperança que se possa respirar sem os grilhões do absolutismo.

É claro que a postura do senador pedetista ainda é tímida, e se reflete exatamente no momento vivido pelo seu partido, o PDT, cujos parlamentares – deputados e vereadores – não encontraram ainda um caminho que reforce a identidade do partido. 

A oposição maranhense – da qual o PDT é o símbolo maior no estado desde os tempos de Jackson Lago – ressentiu-se por quase 50 anos da hegemonia política do chamado grupo Sarney, que dominava mídia e empresariado; Ministério Público e Poder Judiciário. 

A história da oposição em São Luís também foi retratada no blog Marco Aurélio d’Eça, em 2015, em uma série de posts, republicados todos juntos em 2017 no post “30 anos de oposição em São Luís…”.

Muitos destes oposicionistas estão hoje – ao lado do que restou do próprio grupo Sarney – fortalecendo a hegemonia dos novos inquilinos do Palácio dos Leões.

A grita ainda que claudicante de Weverton Rocha é, sem dúvida, uma luz no fim do túnel para o equilíbrio no debate político no Maranhão.

Por que, como se sabe, é o debate que gera o conhecimento…