Tempo faz Justiça a Rosângela Curado…

Uma das mais promissoras políticas da região tocantina está de volta ao cenário – como segunda vereadora mais votada de Imperatriz – após série de revezes que suspenderam sua trajetória

 

REPARO. De volta após ter a força eleitoral usada e abusada por “líderes políticos”, Rosângela Curado tem mandato legítimo em Imperatriz

Eleita vereadora de Imperatriz com expressivos 2.384 votos, a dentista Rosângela Curado (PL) está de volta ao cenário político maranhense.

Mas quem é Rosângela Curado?!?

Surgida no cenário político a partir da segunda década dos anos 2000, Rosângela Aparecida Barros Curado é uma odontóloga nascida em Santos (SP) – onde já tinha forte militância política – que transferiu seu domicílio eleitoral para Imperatriz e tornou-se rapidamente conhecida.

  • foi candidata derrotada a prefeita de Imperatriz em 2012;
  • chegou à primeira suplência de deputada federal em 2014.
  • após ser demitida por Dino, assumiu na Câmara em 2015.

Com forte potencial eleitoral, passou a ser usada politicamente por toda sorte de líderes políticos; alcançou o status de secretária-adjunta de Saúde no governo Flávio Dino (PCdoB); em 2016, chegou a ser apontada como virtual prefeita eleita de Imperatriz, mas acabou derrotada por Assis Ramos (DEM) na última semana de campanha.

Abandonada pelo grupo de Flávio Dino, foi presa e passou a responder a processos entre os anos de 2017 e 2020, situação que a tirou do jogo político. (Relembre aqui, aqui e aqui)

O retorno ao cenário eleitoral como detentora de mandato legitimado pelo povo é a redenção de Rosângela Curado, que dá a volta por cima.

E abre as portas para um recomeço…

Carlos Brandão e o “último dia de 2026″…

Não é de hoje que o governador manda seus recados à classe política maranhense, mas é preciso analisá-las sem o engessamento dos paradigmas, como, infelizmente, vem fazendo a crônica política toda vez que ele solta uma das suas pérolas

 

Os primeiros dias do atual ciclo governamental começou com Brandão e Camarão lado a lado, imagem que pode não ser a mesma no último dia de dezembro de 26

Análise da Notícia

A crônica maranhense tem trabalhado com base em paradigmas os recados que o governador Carlos Brandão (PSB) manda à classe política:

É preciso lembrar o que houve com Luiz Rocha ao não ser candidato ao Senado em 1986″, diz um analista;

José Reinaldo fez este gesto em 2006, elegeu o sucessor, mas se perdeu na política e hoje vive o ostracismo”, lembra outro.

Paradigmas que Brandão está disposto a quebrar.

Este blog Marco Aurélio d’Eça já abordou, ele próprio, por diversas vezes, este dilema de Brandão, suas influências e suas consequências:

Diferentemente de José Reinaldo e de Luiz Rocha, Brandão tem uma família próspera, poderosa e influente no Maranhão. Como homem de posses, natural, portanto, que possa deixar a vida pública sem maiores revezes.

Um dos muitos equívocos da crônica política é apontar o vice-governador Felipe Camarão como um dos entraves para Brandão, pelo fato de estar no PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não é.

O governador tem dois jovens discípulos prontos a seguir suas orientações e aptos à sua sucessão em 2026:

Um deles é o sobrinho, Orleans Brandão (MDB), que já é visto como candidato e já com base significativa de prefeitos, ex-prefeitos e lideranças prontos a cerrar fileiras em torno dele; a outra é a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB).

Sobre Iracema, é preciso ir mais além.

Ex-militante petista, tem história no partido do presidente Lula e só não se elegeu deputada pela legenda por que foi vetada por ex-companheiros interessados nas eleições de 22; já se fala, inclusive, em seu retorno ao PT no intervalo entre as eleições municipais e a sucessão estadual.

Mas esta é uma outra história…

Nem existem rosas…

Análise histórica do rompimento ente o ministro do STF Flávio Dino e o governador Carlos Brandão, com suas causas e consequências e o contexto político histórico sobre situações políticas parecidas no Maranhão

 

Flávio Dino de um lado, Brnadão de outro, num momento político de reacomodação do grupo0 que dominou a política maranhense por meros 10 anos

Por Joaquim Nagib Haickel

Quando eu era apenas um jovem mancebo com pretensões de entrar para a lide política, ouvi falar em um artigo que se tornou célebre na história da política maranhense. Esse artigo é coisa do tempo em que a política ainda tinha algum valor. Escrito por Zé Sarney, “Quando as rosas começam a murchar”, cujo conteúdo era duro, sacramentava o rompimento entre ele, que era naquele momento senador e havia sido governador, e o então governador Pedro Neiva de Santana.

Até por volta dos anos 1970, 1980, ainda se podia dizer que a política era coisa que se praticava apenas com o aval de um fio de bigode, coisa que nos últimos anos do século passado caiu em completo desuso e parece que não mais voltará a moda.

Se o rompimento político já foi coisa para acontecer de forma cavalheiresca, por menos cavalheiresca que a política possa ser, hoje em dia os rompimentos têm menos pompa e circunstância, mesmo que sejam mais velados e recheados de sorrizinhos amarelos, constrangidos tapinhas nas costas e fotos desconsoladas.

De quando as rosas começaram a murchar até hoje, muitos rompimentos políticos aconteceram, alguns até bem mais polêmicos que o do citado “buquê”, como foi o caso do estridente rompimento entre Castelo e Sarney, pelo primeiro não aceitar Albérico Ferreira como seu sucessor na transição de mandato, do sutil e muito velado rompimento de Cafeteira e Sarney, quando o então governador não aceitou Sarney Filho para sucedê-lo, e o mais explosivo de todos, o de Zé Reinaldo com Sarney, que causou o começo do fim da hegemonia do grupo do maior político da história do Maranhão.  

É importante observar que em todos esses rompimentos Sarney estava envolvido, pois ele era o líder hegemônico do Estado.

O que estamos vivenciando agora é o prelúdio de um rompimento surdo, feito de gestos pontuais, coisas muito próprias dos estilos de seus contendores.

Mas antes de falarmos do rompimento propriamente dito, acredito ser necessário falarmos das causas e das raízes dele. Continue lendo aqui…

Chiquinho Escórcio movimenta MDB neste sábado, 13…

Ligado ao ex-presidente da República José Sarney, ex-senador, ex-deputado federal e um dos mais influentes políticos maranhenses em Brasília retorna ao partido em evento com a presença de lideranças emedebistas históricas e terá ficha abonada pelo próprio Sarney, que é presidente de honra da legenda

 

Chiquinho Escórcio atua em Brasília há mais de 30 anos, como homem de confiança do ex-presidente José Sarney

A sede regional do MDB maranhense será marcada neste sábado por uma forte movimentação política.

Líderes históricos do partido, como o ex-presidente José Sarney, estão sendo aguardados no ato de refiliação do ex-senador e ex-deputado federal Chiquinho Escórcio, que volta ao partido após pelo menos seis anos afastado.

Escórcio é um dos mais influentes políticos maranhenses em Brasília.

Ligado ao falecido senador Alexandre Costa, aproximou-se de Sarney em meados dos anos 80, relação que se fortaleceu a partir de 1994, com a eleição da então deputada federal Roseana Sarney (MDB).

Além de Sarney, são esperados a própria Roseana, o deputado federal Hildo Rocha e membros históricos do MDB.

Ao lado do atual presidente do MDB no Maranhão, Marcus Brandão, Chiquinho Escórcio vai atuar na reorganização do partido no interior do estado, com vistas às eleições de 2026, pleito no qual o grupo Sarney passou ater renovado interesse.

Mas esta é uma outra história…

Miltinho Aragão reverencia José Sarney…

Deputado estadual de São Mateus destacou a homenagem que o ex-presidente da República recebeu na Assembleia Legislativa e ressaltou a importância de um homem do interior, como ele, “poder participar deste momento histórico”

 

Miltinho Aragão ao lado de José Sarney, já ostentando a Medalha Manuel Beckman

O deputado estadual Miltinho Aragão (PSB) destacou em suas redes sociais a participação na homenagem que a  Assembleia Legislativa prestou nesta quarta-feira, 19, ao ex-presidente da República, José Sarney (MDB).

O lendário político maranhense foi homenageado com a Medalha do Mérito de Manuel Beckman, maior honraria da Casa e uma das poucas no Brasil que ele ainda não tinha.

Uma lenda viva da política brasileira de todos os tempos. Está muito lúcido”, destacou Aragão, lembrando os 94 anos de Sarney.

Miltinho assumiu mandato na  Assembleia Legislativa há uma semana e tem sido um dos reforços da bancada do governo Carlos Brandão (PSB) em plenário; para ele, é uma honra participar do momento histórico.

Obrigado meu Deus por possibilitar um interiorano de São Mateus participar de momentos inesquecíveis”, desabafou, em suas redes sociais.

A honraria a José Sarney – que levou toda a sociedade maranhense à Assembleia, foi concedida pelo deputado Roberto Costa (MDB)…

A homenagem a Sarney na Assembleia…

Ao lado da filha Roseana, Sarney discursa na tribuna da Assembleia Legislativa

“Essa medalha muito me honra, pois é uma homenagem feita na minha terra”. Foram com essas palavras que o ex-presidente da República e escritor José Sarney, 94 anos, agradeceu pela entrega da Medalha do Mérito Legislativo ‘Manuel Beckman’, maior honraria concedida pelo Parlamento estadual.

A sessão solene em homenagem ao ilustre maranhense foi realizada na manhã desta quarta-feira (19), reunindo autoridades do Maranhão e outros estados.

Proposta pelo deputado Roberto Costa (MDB), a Medalha ‘Manuel Beckman’ foi concedida como forma de celebrar a trajetória, ainda em vida, do homem, político e escritor José Sarney.

Natural da cidade de Pinheiro, na Baixada Maranhense, o homenageado tem um legado imensurável para a política e letras brasileiras.

José Sarney foi recepcionado com honrarias dignas de sua importância na política, cultura e letras.

O 31º presidente da República Federativa do Brasil chegou acompanhado pela presidente da Casa, deputada Iracema Vale (PSB); do governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB); e dos deputados Antônio Pereira (PSB) e Roberto Costa (MDB), primeiro e segundo secretários da Mesa Diretora, respectivamente.

Logo na entrada, Sarney foi recepcionado com música orquestrada pela Banda do Bom Menino. Ainda no hall de entrada do plenário, ele participou de um momento de autógrafos em uma réplica de uma mesa presidencial de quando foi chefe do Executivo nacional, entre 1985 e 1990.

Nesse momento, autografou exemplares do livro “Saraminda”, uma de suas mais importantes e reconhecidas obras, ao lado de duas crianças alunas da Creche-Escola Sementinha, que funciona na Alema.

Depois, o homenageado foi recebido pelo coronel Emerson Bezerra, chefe do Gabinete Militar da Alema, que apresentou a guarda de lanceiros da Polícia Militar (PM). Em seguida, o ex-presidente José Sarney passou em revista as tropas militares, dirigindo-se ao plenário do Parlamento para o início das atividades solenes.

O ex-presidente com a presidente da Assembleia Legislativa Iracema Vale

A concorrida sessão foi conduzida pela presidente da Casa, deputada Iracema Vale (PSB). Além do governador Carlos Brandão e dos deputados Antônio Pereira (PSB) e Roberto Costa (MDB), compuseram a mesa dos trabalhos o ministro dos Esportes André Fufuca; o presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), desembargador Froz Sobrinho; a deputada federal licenciada Roseana Sarney; o procurador-geral de Justiça, Danilo José de Castro Ferreira; o presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), Bigu de Oliveira; e o presidente da Academia Maranhense de Letras (AML), o também desembargador do TJMA Lourival Serejo.

Além da presença dos deputados que compõem a Assembleia, a sessão solene também reunião deputados federais, prefeitos, secretários de governos, familiares e amigos de José Sarney, além de diversas outras autoridades políticas.

Logo na abertura dos trabalhos, foi apresentado um vídeo contando um pouco sobre a trajetória de José Sarney, no qual diversas pessoas falaram sobre o legado do ex-presidente da República para a política, cultura e literatura.

Em seu pronunciamento, a presidente Iracema Vale destacou as contribuições de José Sarney para o Maranhão e Brasil, pontuando a importância da sua atuação no processo de redemocratização do país após o fim da ditadura militar

“Essa homenagem, na verdade, é a Casa que recebe, com a presença desse grande homem que fez muito para o Maranhão e Brasil, como a Constituição e a democratização do nosso país. Estamos muito felizes e honrados em poder compartilhar esse momento. José Sarney é político, poeta, gentil, delicado e conciliador. É fonte de inspiração para muitos”, completou a parlamentar.

O governador Carlos Brandão, em sua participação na tribuna da Alema, também destacou as contribuições de José Sarney para a consolidação da democracia no Brasil após a saída dos militares do poder.

“Sinto-me muito honrado em estar governador em um momento muito importante como esse. José Sarney dedicou a sua vida a servir o Brasil e escreveu uma parte importante na nossa história, que foi a consolidação da democracia. Sob sua liderança, o Brasil abriu caminho para a liberdade e participação democrática. Esse processo de redemocratização marcou o fim do autoritarismo e o início do estado democrático de direto”.

Mesmo aos 94 anos, José Sarney fez questão de discursar da tribuna por entender a simbologia e a importância daquele momento. Em seu pronunciamento, o homenageado agradeceu a todos, em especial a presidente Iracema Vale e o deputado Roberto Costa pela proposição da homenagem.

“Portanto, eu quero dizer que esta cerimônia tem para mim um significado extraordinário que muito me comove e, ao mesmo tempo, é um reconhecimento que eu recebo com a maior honra e maior gratidão. A gratidão é a memória do coração. A vocês todos que comparecem a esta solenidade, eu quero dizer que a memória do meu coração é de gratidão”.

O homenageado também falou sobre a importância do Parlamento para a sociedade.

“O Parlamento é o coração da democracia, pois é o Parlamento que representa verdadeiramente o povo, onde o povo tem a oportunidade de se expressar, por meio dos seus representantes, sobretudo, sobre todas as coisas, criticar, até mesmo a si próprio, quando os representantes aqui transmitem aquilo que eles receberam no cotidiano”, disse.

188 anos da PM do Maranhão reúne autoridades e veteranos em comemoração

Coronéis da ativa e da reserva se encontrando no evento da PMMA

Na noite desta segunda-feira, 17, a Polícia Militar do Maranhão comemorou 188 anos de serviço à população com uma solenidade especial no comando geral da corporação. O evento contou com a presença de diversas autoridades, incluindo o ex-procurador-geral Eduardo Nicolau, o secretário de segurança Maurício Martins, o comandante-geral, coronel Paulo Fernandes, além do alto escalão da corporação e do deputado Soldado Leite.

A cerimônia foi marcada por momentos de reconhecimento e homenagem aos veteranos da corporação, que dedicaram suas vidas ao serviço público.

Entre os convidados especiais estavam o coronel da reserva Furtado, atual presidente da Academia de Letras Militares; o coronel da reserva Heron, atual secretário de Governo da Raposa; o coronel  RR Pereira, ex-comandante geral; o cel RR Aritanã, ex-subcomandante da corporação; e o coronel RR Lisboa, advogado, dentre outros oficiais e praças veteranos, que receberam destaque por seus serviços prestados ao longo dos anos.

Durante o evento, foram realizadas premiações para as equipes e atletas que se destacaram em modalidades esportivas, além da entrega de medalhas e certificados aos policiais que se sobressaíram em atividades operacionais. Essas homenagens sublinham o compromisso da corporação com a excelência e a valorização de seus integrantes.

A festa da PMMA reuniu toda a sua cúpula e um pouco da história recente da corporação representada pelos coronéis da reserva

Em seu discurso, o comandante-geral Paulo Fernandes agradeceu a presença de todos e enfatizou a importância da imagem da corporação, ressaltando o papel fundamental que a Polícia Militar desempenha na proteção e segurança da população. O secretário de Segurança Maurício Martins também fez uso da palavra, parabenizando a corporação pelo aniversário e traçando um histórico da instituição. Ele destacou que a Polícia Militar do Maranhão existe para proteger os cidadãos e respeitar seus integrantes, considerados o maior patrimônio da sociedade maranhense.

A celebração dos 188 anos da Polícia Militar do Maranhão reforça a importância da corporação na manutenção da ordem e segurança pública, além de reconhecer e valorizar aqueles que dedicaram suas vidas a esse nobre serviço.

A solenidade não apenas celebrou o passado, mas também fortaleceu o compromisso com um futuro de proteção e respeito à comunidade maranhense.

PDT vai mostrar legado de suas gestões em São Luís

Partido vai iniciar nesta sexta-feira, 14, a trajetória do vereador Fábio Câmara como candidato a prefeito, reforçando a história construída a partir de 1985, quando concorreu pela primeira vez às eleições na capital maranhense, com Jackson Lago, e venceu todas as disputas desde 1988

 

Fábio Câmara e o senador Weverton Rocha discutem o legado do PDT em São Luís, que será detalhado na campanha pela prefeitura

Este blog Marco Aurélio d’Eça publicou em abril de 2023 o post “O protagonismo do PDT nas eleições de São Luís”.

A matéria faz um balanço histórico do partido, que nestas eleições de 2024 completa 36 anos de disputas da capital maranhense, em que venceu todas – de uma forma ou de outra – a partir de 1988, na primeira eleição do médico Jackson Lago.

Todos os prefeitos eleitos na capital maranhense a partir de 1988 – de Jackson Lago a Eduardo Braide, passando por Conceição Andrade, Tadeu Palácio, João Castelo e Edivaldo Júnior – estavam filiados ou foram apoiados pelo partido hoje presidido pelo senador Weverton Rocha, que garantiu o protagonismo também em 2024″, afirmou o post em seu subtítulo.

É este legado, esta bandeira, que o ex-vereador e atual suplente de deputado federal Fábio Câmara vai passar a empunhar a partir desta sexta-feira, 14, quando os pedetistas o apresentam formalmente ao eleitor de São Luís como seu candidato a prefeito.

Fábio Câmara reúne as condições para envergar a bandeira com o número 12:

  • negro, pode ser o primeiro prefeito preto eleito em São Luís;
  • tem trajetória de sucesso no terceiro setor, como empreendedor;
  • consegue reunir tanto a militância quanto os históricos do partido;
  • é o único candidato hoje genuinamente da base de Lula nestas eleições.

O número 12 do PDT está no imaginário popular de São Luís desde a primeira eleição que disputou, em 1985, com o médico Jackson Lago

No final de dezembro de 2023, este blog Marco Aurélio d’Eça publicou novo Ensaio sobre o PDT, com o título “PDT tem votação média em São Luís na casa dos 15%…”. 

Self-made man, Câmara é um representante das camadas mais populares na política; e assim como o PDT, seus números também são consolidados na capital maranhense. Eleito vereador em 2012, entrou na disputa pela Prefeitura de São Luís em 2016 pelo MDB, também em condições adversas, sem apoio da própria legenda, abandonado pelas lideranças do partido e enfrentando estruturas poderosas das máquinas estadual e municipal; o ex-vereador registrou 19.045 votos, ou 3,63% do total. Em 2022, já no PDT, o ex-vereador concorreu a deputado federal; ficou entre os 10 mais votados na capital maranhense, obtendo 12.462 votos (2,14%)”, destacou o texto.

É com esta performance que o partido do senador Weverton Rocha chega à fase final da pré-campanha a prefeito, com um candidato que representa o legado pedetista e se preparou para a disputa em São Luís, como este blog Marco Aurélio d’Eça também registrou, no post “Com chapa completa, PDT mantém tradição de disputar prefeitura há 36 anos…”. 

A convenção pedetista está marcada para as 15 horas, em sua sede própria, na Rua dos Afogados…

Assembleia homenageará ex-presidente José Sarney com a Medalha “Manuel Beckman”

O ex-presidente da República e escritor José Sarney, de 94 anos, receberá homenagem expressiva da Assembleia Legislativa do Maranhão. Fruto de proposição do deputado Roberto Costa (MDB), a Medalha do Mérito Legislativo “Manuel Beckman”, a mais alta honraria do Poder Legislativo, será entregue em sessão solene na quarta-feira, 19, às 10h, no Plenário Nagib Haickel, da Alema.

“José Sarney tem uma história e um legado reconhecidos no mundo todo. É um maranhense dono de uma trajetória vitoriosa, de dedicação ao Maranhão e a seu povo, além de ser autor de dezenas de livros. A Assembleia presta essa homenagem como forma de reconhecer esse trabalho do homem, do político e do escritor José Sarney”, afirmou a presidente do Parlamento Estadual, deputada Iracema Vale (PSB).

Para o deputado Roberto Costa, a concessão da Medalha “Manuel Beckman” será um marco na história da Casa. Também é uma forma de reconhecer em vida o legado de José Sarney para o Maranhão, tanto na política quanto nas letras.

“O ex-presidente José Sarney é um dos maiores estadistas do país e vai receber um justo reconhecimento dessa Casa legislativa, materializado na entrega da Medalha “Manuel Beckman”, afirmou Costa. O parlamentar observou, ainda, que o homenageado é autor da frase “Não há democracia sem Parlamento livre”, que ilustra a parede ao lado da tribuna e, dessa forma, já tem seu nome inscrito no plenário da Assembleia.

Exposição

A homenagem será marcada ainda pela exposição “Hoje é Dia de… José Sarney”, realizada em parceria com a Fundação da Memória Republicana, e composta por painéis que retratam capas de obras essenciais do autor, trechos desses títulos e críticas de destaque através dos tempos.

A exposição será instalada no hall de entrada do Plenário Nagib Haickel e destaca parte da produção literária do imortal membro das Academias Brasileira (ABL) e Maranhense de Letras (AML). José Sarney é autor de 120 obras, entre as quais “Norte das águas (contos, 1969), “Marimbondos de fogo” (poesia, 1978), “Sexta-feira, Folha (1994, crônica), “O dono do mar” (romance, 1995), “Saraminda” (romance, 2000) e “A duquesa vale uma missa (romance, 2007).

Na área política, também ocupou os cargos de deputado federal, governador do Maranhão, vice-presidente da República e senador.

Trajetória de José Sarney

José Sarney de Araújo Costa é advogado, nascido na cidade de Pinheiro (MA), em 24 de abril de 1930. Filho de Sarney de Araújo Costa e de Kiola Ferreira de Araújo Costa. É casado com Marly Macieira Sarney, com quem tem três filhos. Bacharelou-se pela Faculdade de Direito do Maranhão (1953).
Ingressou na Academia Maranhense de Letras (1953).

Entrou para a vida política em 1954. Oficial judiciário e diretor da Secretaria do Tribunal de Justiça do Maranhão. Professor da Faculdade de Serviço Social da Universidade Católica do Maranhão (1957).
Elegeu-se suplente de deputado federal pelo Partido Social Democrático (PSD), assumindo o mandato em 1956 e 1957.

Presidente da União Democrática Nacional – UDN/MA (1958-1965). Deputado federal pelas Oposições Coligadas, legenda integrada pela UDN, Partido Democrata Cristão – PDC e Partido Republicano – PR (1959-1966). Vice-líder da UDN na Câmara dos Deputados (1959-1960). Vice-presidente nacional da UDN (1961-1963).
Com a extinção dos partidos políticos e a imposição do bipartidarismo pelo AI-2, em 27 de outubro de 1965, ingressou na Arena, partido de sustentação do regime militar. Elegeu-se governador do Maranhão (1966-1970).

Senador pela Aliança Renovadora Nacional – ARENA/MA (1971-1979). Presidente do Instituto de Pesquisas e Assessoria do Congresso – Ipeac (1971-1983). Tornou-se presidente da Arena em 1979 e, no ano seguinte, com a instalação do pluripartidarismo, do Partido Democrático Social (PDS). Vice-líder da maioria no Senado (1978-1979).

Um dos fundadores do Partido Democrático Social – PDS (1979) e senador por essa legenda (1979-1985). Presidente da Comissão Diretora Nacional Provisória do PDS (1980).
Presidente nacional do PDS (1980-1984).

Academia Brasileira de Letras

Em 1980, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras. Em 1984, juntamente com outros dissidentes do PDS, passou a integrar a Frente Liberal, que o lançou como vice-presidente da República na chapa de Tancredo Neves, do PMDB, tendo sido eleito pelo Colégio Eleitoral em janeiro de 1985.
Assumiu interinamente a presidência, em 15 de março de 1985, em virtude da doença de Tancredo Neves e, com a morte de Tancredo, em 21 de abril, foi efetivado no cargo.

Após o término de seu mandato presidencial, elegeu-se duas vezes senador pelo estado do Amapá (1991 e 1999). Presidente do Senado no período de 1995 a 1996 e 2003 e 2004.

Principais obras:

A Canção Inicial (1952, poesia)

A pesca do curral (ensaio, 1953)

A canção inicial (poesia, 1954)

Norte das águas (contos, 1969)

Marimbondos de fogo (poesia, 1978)
O parlamento necessário (1982, discursos, 2 volumes)

Falas de bem-querer (1983, discursos)

Dez contos escolhidos (1985)

Brejal dos Guajas e outras histórias (1985)

A palavra do presidente (1985-1990, discursos, 6 volumes)

Sexta-feira, Folha (1994, crônica)

O dono do mar (romance, 1995)

Mercosul, o perigo está chegando (1997, geopolítica)

Amapá, a Terra onde o Brasil começa (1998, história)

A onda liberal na hora da verdade (1999, crônica)

Saraminda (romance, 2000)

Saudades mortas (poesia, 2002)

Canto de página (2002, crônica)

Crônicas do Brasil contemporâneo (2004, 2 volumes)

Tempo de pacotilha (2004)

20 anos de democracia (2005, discursos, 2 volumes)

20 anos do Plano Cruzado (2006 discursos)

Semana sim, outra também (2006, crônica)

A duquesa vale uma missa (romance, 2007)

Maranhão – sonhos e realidades (romance, 2010)

Galope à beira-mar: Casos e acasos da política e outras histórias (memórias, 2018)

Governistas fazem fila para contrapor Othelino na Assembleia

Deputado conduz há pelo menos um mês todo o debate político em plenário, tira do sério o Palácio dos Leões, e leva parlamentares de todos os coturnos e matizes ideológicos a tentar fazer frente às suas revelações, numa clara demonstração de que seus pronunciamentos incomodam fortemente a cúpula do governo

 

Othelino provoca na tribuna os colegas que não votaram, mas, hoje, defendem o governo Brandão

Análise da Notícia

Parece até uma procissão política.

Deputados do alto e do baixo clero na Assembleia Legislativa têm se alternado na tribuna do Plenário Nagib Haickel há pelo menos um mês, com uma inglória missão: contrapor o deputado Othelino Neto (Solidariedade) e seus contundentes discursos contra o governo Carlos Brandão (PSD). 

Orientados ou não pelo Palácio dos Leões, por lá já passaram – além do líder do governo Neto Evangelista (União Brasil) – parlamentares do quilate de Cláudio Cunha (PL), Ricardo Arruda (MDB), Yglésio Moyses (PRTB), Mical Damasceno (PSD), Ana do Gás (PCdoB), Ariston Gonçalo (PSB), Rildo Amaral (PP), Francisco Nagib (PSB), Davi Brandão (PSB), Jota Pinto, Rafael (PSB) Zé Inácio (PT) e até quem nada deveria ter a ver com isso, como os pedetistas Osmar Filho e Glalbert Cutrim.

A estes dois, juntamente com Neto Evangelista, o deputado neo-oposicionista guardou um dos momentos mais memoráveis deste período, registrado no vídeo que ilustra este post:

Deputado Osmar, deputado Glalbert, tem uma coisa que vossas excelências não carregam e que eu, infelizmente carrego: vossas excelências não votaram no governador Brandão. Vocês estão livres desse peso. Eu sou cobrado todo dia nas minhas redes sociais. Quando eu faço crítica, perguntam: ‘mas você não votou?!? Votei! Errei, eu não tenho bola de cristal’. Mas eu tenho coragem de dizer: se eu não estou concordando eu não vou ficar lá. Mas vossas excelências têm essa vantagem sobre mim, os dois e o deputado Neto Evangelista”, provocou Othelino.

Além dos discursos, as falas dos parlamentares ganham eco na mídia alinhada ao Palácio, na tentativa de enquadrar o neo-oposicionista, como foram os casos de Zé Inácio, Antonio Pereira e Yglésio.

O deputado do Solidariedade não é o único oposicionista na Assembleia Legislativa; Wellington do Curso (Novo) e Fernando Braide (PSD) dividem com ele esta missão.

Mas, de alguma forma – não se sabe se por causa da própria relação com Brandão ou mesmo pelas questões internas da Assembleia – ele tem incomodado como poucos na história recente do Legislativo; prova disso é a procissão de parlamentares quase diária tentando explicar o que ele apresenta na tribuna.

Há pelo menos um mês Othelino tem reinado absoluto na tribuna da Assembleia, com a base governista fazendo fila em busca de argumentos para contestá-lo

O titular deste blog Marco Aurélio d’Eça cobre as atividades da Assembleia desde 1997, curiosamente, ao substituir o próprio Othelino Neto como repórter de Política do extinto jornal o EstadoMaranhão; nestes 27 anos, pelo plenário que hoje homenageia o lendário Nagib Haickel passaram inúmeros oposicionistas de peso, muitos tão solitários quanto o atual.

  • o deputado Aderson Lago, por exemplo, tirou o sono da então governadora Roseana Sarney (MDB) entre 1995 e 2002;
  • no governo José Reinaldo – e depois no de Jackson Lago – tinha-se o erudito César Pires, que calava a Casa quando na tribuna;

No terceiro e quarto mandatos de Roseana – entre 2009 e 2014 – a oposição já era mais fluída, com vários grupos disputando o poder político no estado; e a partir do governo Flávio Dino (PCdoB), em 2015, essa parcela política foi praticamente engolida na Assembleia.

Todos os oposicionistas da era deste blog Marco Aurélio d’Eça tinham uma característica comum:

  • Aderson Lago tinha uma espécie de proteção política do então presidente da Alema, Manoel Ribeiro;
  • César Pires contava com a ainda poderosa e organizada estrutura de poder do grupo Sarney.

Apesar da estrutura que conseguiu obter a partir de 2022, com a mulher, Ana Paula Lobato (PDT), no Senado Federal, e o controle de uma legenda de peso, o Solidariedade, Othelino também é mais um dos lobos solitários da histórica oposição maranhense.

E para o bem do registro jornalístico, tem mantido o charme reservado a eles…