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Os partidos de aluguel…

Em suas reportagens para o jornal O EstadoMaranhão, ao longo de quase 20 anos de cobertura política, o titular deste blog criou termos como “legendas nanicas”, “ultra-esquerda” e “partidos de aluguel”.

A expressões lhe renderam o título de persona quase-non-grata nestas agremiações, o que, no fundo, acabou sendo uma honra jornalística.

São siglas sem qualquer expressão nacional, sem representação no Congresso e que atuam como espécies de franquias, abrindo “escritórios” em cada cidade para fazer “negócios” de toda sorte com candidatos, a cada dois anos.

Estão neste patamar muitas legendas, cujos “proprietários” negociam pecuniariamente espaços em coligações eleição após eleição.

E a cara comercial destes partidos aparece mais claramente nestas eleições de São Luís.

Vereadores de pouca expressão eleitoral, que só se elegem por elas, formando chapas com candidatos que servem apenas de bucha-de-canhão para completar a votação que eles almejam – outra excrecência da legislação eleitoral brasileira – agora se vêem acossados pela presença de personagens com capacidade de superá-los em votos.

O esquema funciona assim nas legendas de aluguel: o vereador ou dono do partido, atrai filiados dispostos a disputar vaga na Câmara. Mas só aceita incautos com potencial eleitoral menor que o seu.

A estratégia é montar uma chapa em que ele tenha a maioria dos votos e os demais sirvam apenas para somar aos seus, garantindo o alcance do coeficiente eleitoral.

Muitos dos atuais vereadores se elegeram assim em 2008.

E muitos deles agora, donos que são das legendas de aluguel,  agem para impedir a presença de personagens com capacidade eleitoral comprovada.

Só barrando estes “novatos” as velhas raposas carcomidas conseguem manter o status quo de vereador.

Reovando a cada quatro anos o direito de passar mais quatro sem fazer nada.

Um negócio e tanto…