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Decisão de Carmem Lúcia praticamente livra mandato de Neto Evangelista

“Erro grosseiro” dos advogados que pretendem cassar o mandato do deputado estadual – por suposta fraude na cota de gênero nas eleições de 2022 – levou a ministra do TSE a sequer julgar o mérito do recurso do PSD, que agora ficará dependendo da boa vontade dos demais ministros para ser analisado

 

Evangelista já tinha vencido no Ministério Público e no TRE-MA; agora, vence também no TSE

Análise da Notícia

O deputado estadual Neto Evangelista (União Brasil) praticamente salvou o seu mandato na Assembleia Legislativa com a decisão da ministra do Tribunal Superior Eleitoral, Carmem Lúcia, divulgada nesta segunda-feira, 29; a ministra considerou um “erro grosseiro” o tipo de recurso interposto pelo PSD contra a decisão do TRE-MA e sequer analisou o mérito.

Entenda o caso envolvendo Neto Evangelista:

  • O partido do deputado, o União Brasil, foi acusado pelo PSD de fraudar a cota de gênero nas eleições de 2022 e denunciado ao TRE-MA para que seus votos fossem anulados;
  • a eventual cassação da chapa do União Brasil atingiria o mandato de Evangelista, mas o TRE-MA entendeu não ter havido fraude no uso de candidatura femininas;
  • o PSD recorreu ao TSE, mas, ao invés de entrar com um Recurso Ordinário, decidiram interpor um Recurso Especial, que só cabe em casos de inelegibilidade.

Ao analisar o recurso, Carmem Lúcia classificou a patacoada de “erro grosseiro” e nem quis analisar o mérito, o que, na prática mantém a decisão do TRE-MA salvando o mandato do deputado.

Para reverter a decisão da ministra no plenário, o PSD e seus advogados terão agora que contar com a boa vontade dos demais membros do TSE ao analisar o voto monocrático; esperam eles que seja adotado o princípio da fungibilidade.

– Em sede recursal, a fungibilidade consiste na possibilidade do julgador aproveitar um recurso interposto de forma equivocada pelo recurso adequado, ou seja, a substituição de um recurso por outro para evitar a sua inadmissibilidade”, explica o site JusBrasil. (Entenda aqui) 

 

Para manter a esperança, o partido e seus patronos se apegam a uma decisão parecida do ministro Alexandre de Moraes, que julgou recurso com erro parecido e aplicou o princípio da fungibilidade, analisando o mérito.

É como se ele dissesse:

– eles erraram nos termos, mas eu entendi o que eles queriam dizer e as suas pretensões”.

 

Mas como já dito, tudo isso depende da absoluta boa vontade dos ministros…

Marco Aurélio D'Eça

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