4

Como ler as pesquisas eleitorais?!?

Analistas e comentaristas equivocam-se em bombardear levantamentos ou vincular institutos a candidatos; pesquisa é estimativa, e como tal, nunca pode ser precisa, já que trabalha com variantes pré-estabelecidas

 

É possível, sim, ler o pensamento de milhares de pessoas com uma amostra mínima de extratos desta população; e é isso que fazem as pesquisas

Ensaio

Nos últimos dias, a divulgação de pesquisas eleitorais se intensificou em São Luís; e os números, aparentemente divergentes, foram fortemente bombardeados por analistas e setores da imprensa.

Cada um puxando para um lado ou tentando favorecer seu próprio candidato.

Mas estes analistas estão equivocados ao desqualificar os levantamentos ou vinculá-los gratuitamente a candidatos.

É preciso saber ler as pesquisas como elas são: estimativas.

E estimativas devem levar em conta as variantes de sua aplicação.

A rigor, as pesquisas Escutec, Ibope, DataM, DataILha e Exata – mesmo com as suas variáveis numéricas – dizem exatamente a mesma coisa, cada uma a seu modo.

Para entender cada uma, deve-se levar em conta não apenas os seus números, mas os seus fatores variantes, que são o momento da coleta dos dados, a margem de erro e o Intervalo de confiança, para citar apenas alguns.

A esta altura do campeonato eleitoral, por exemplo, qualquer pesquisa que apresentar o líder Eduardo Braide (Podemos) com índices de votos entre 34% e 40% está correta.

Diante dos dados já divulgados, é certo afirmar também que Rubens Júnior tenha 7% das intenções de voto; ou 10%, ou apenas 4%.

Nada de errado com um número ou outro.

O caso mais emblemático – e que gera mais polêmica entre jornalistas – é o acirramento da disputa entre Duarte Júnior (Republicanos) e Neto Evangelista (DEM) pela vaga no segundo turno.

Exageros numéricos à parte, não há nenhum equívoco em apontar um dos dois com 19%; é correto também estimar que um deles possa ter apenas 13%.

E os dois podem até mesmo estar, cada um, com 17%.

Isto é ler e entender pesquisas; os demais textos que se ver por aí são meras expressões de desejos ou encomendas de grupos para fortalecer midiaticamente candidato A, B ou C.

E as pesquisas nada têm a ver com isso.

Os números estão dizendo exatamente X, com variáveis de Y a Z; e os números, como se sabe, não mentem jamais.

É simples assim…