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São José de Ribamar: uma administração que precisa ser reconhecida todos os dias

 

Luís Fernando, hoje chefe da Casa Civil do governo Roseana

Por Roberto Kenard, com edição

A cidade de São José de Ribamar povoou minha infância. Era o local onde passava as férias do meio do ano. Era uma verdadeira viagem. Tudo era organizado no dia anterior ao da viagem (aquele reboliço todo era para mim uma alegria e uma festa).

Estávamos nos inícios dos anos 60.

(…)

Após voltar do Rio de Janeiro, por várias vezes hospedei-me por lá. Boa parte de minha infância voltava, dos cheiros aos lugares por que passei. Mas sentia uma tristeza danada. A cidade parecia não ter prefeito.

O descaso era a marca administrativa. Eram os Câmaras e Julinhos da vida a destruir uma cidadezinha balneária de inúmeros encantos.

Então a população criou juízo e elegeu Luís Fernando.

(…)

E como a cidade mudou. Luís Fernando fez uma administração exemplar. Parece que não estamos num município do Maranhão, tanto é o descaso e tanta é a roubalheira que imperam nos outros municípios (e eu tenho viajado praticamente todas as semanas por algumas cidades do Maranhão).

E não estou escrevendo a pensar na limpeza da cidade e nas ruas e avenidas calçadas ou asfaltadas e bem sinalizadas. Penso no trabalho na educação, nas oportunidades surgidas para quem pesca e para quem planta e por aí vai.

Pelas placas observa-se que o poder público está presente em todas as atividades nas quais deveria estar envolvido.

(…)

Não gosto de fazer amizade com políticos, secretários e chefes de Executivos.

Como jornalista isso cria uma série de embaraços e, não menos importe, de inimizades. Melhor a distância, que é sempre crítica e salutar.

Certa vez, se não me engano em 2007, sou péssimo em datas, ele me convidou a almoçar em sua casa em Panaquatira, que fica em São José de Ribamar (…)  Conversamos sobre a administração da cidade de São José de Ribamar e sobre a ligação dele com o grupo de Roseana Sarney, passando por coisas amenas e triviais típicas de um almoço entre pessoas civilizadas.

(…)

Com isso não estou a dizer que Luís Fernando é um santo ou candidato a santo. Nada disso. E se amanhã surjam coisas que o desabonem, em nada estará apodrecido o que digo. Porque eu não defendo pessoas, defendo ideias e trabalhos que considero respeitáveis.

Sem comparações, é o que digo quando alguém se diz decepcionado com o senador Demóstenes Torres e trata de transformar o caso em motivo para desacreditar da política, como se todos fossem iguais.

Digo que o Demóstenes que conhecíamos era respeitável. As ideias do Demóstenes que conhecíamos eram respeitáveis. Se ele caiu em desgraça, problema dele, que seja punido pelo que fez. Mas as ideias que defendia continuam válidas e importantes, independente de ele não ter continuado à altura delas.

Entre parênteses, registre-se: nunca ganhei dinheiro com o prefeito Luís Fernando, não ganho nada com ele chefe da Casa Civil e não pretendo ganhar nada. Eu não deveria explicar nada, mas sei que os picaretas costumam se tomar como medida de tudo.

Ou seja, como não fazem nada sem pensar no tilintar de moedas, pensam que todos são iguais.

PS: A ideia de escrever a respeito de municípios que conheço surgiu ontem de tarde, quando me encontrava no cartório de São José de Ribamar. Na oportunidade certa farei o mesmo com Barreirinhas, Icatu, Alto Alegre do Pindaré e Cajapió, esta última também povoou minha infância.