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“Muita gente me procurou interessado em saber da delação de Mariano”, diz Jorge Arturo

Um dos advogados que conviveram de perto com o médico encontrado morto nega que tenha sido autor da divulgação da carta-denúncia, revela que o vazamento, segundo carta-suicida do próprio médico, se deu por intermédio de um advogado de nome Zé Carlos, conta que sempre se posicionou contra o instituto da delação premiada e atribui a morte do ex-cliente à repercussão de suas denúncias na imprensa

 

Mariano de Castro, encontrado morto após divulgação de carta

O advogado Jorge Arturo, que acompanhou o caso do médico Mariano de Castro e Silva – tido como mentor de um esquema de desvio de R$ 18 milhões dos cofres do governo Flávio Dino (PCdoB) – teve uma dura conversa com o titular deste blog, na tarde deste domingo.

Entre outras coisas, Arturo negou que tenha sido o responsável pelo vazamento da carta-denúncia em que Mariano acusa boa parte do governo comunista de conivência com o esquema de corrupção.

– O Mariano revelou na própria carta de suicídio a quem ele entregou a primeira carta: trata-se de um advogado de nome Zé Carlos. Provavelmente este Zé Carlos pode ter encaminhado o manuscrito à imprensa – revelou Jorge Arturo.

Segundo o advogado, essa informação pode ser confirmada pelos próprios familiares do médico, que tem conhecimento da carta-suicidio em poder da polícia.

Ainda sobre a carta-denúncia, Arturo revelou também que a letra não é a do médico, embora ele tenha reconhecido sua autoria na carta-despedida.

O advogado disse ainda que foi procurado por muita gente interessada na delação premiada de Mariano de Castro, tanto governistas quanto oposicionistas.

– Muita gente queria essa delação, mas eu sempre fui contra. Afinal, não havia nem denúncia contra ele e o Mariano estava prestes a deixar a prisão. O Mariano me dizia o tempo inteiro que essa carta havia sido queimada. Quando eu vi a carta na mídia, questionei dele e ele também ficou surpreso – perguntou ele.

Por fim, o advogado acredita que a divulgação da carta possa ter levado Mariano a uma atitude extrema e que se mantém de consciência tranquila acerca de que nunca teve acesso  a essa carta que foi amplamente divulgada.

E que a informação da carta despedida pode ser confirmada com o delegado Francisco Costa, o Baretta, que investiga o caso.