Flávio Dino versus Silas Malafaia…

Enfrentamento do deputado federal Sóstenes Cavalcante – que peitou o ministro ao negar-se dar informações sobre emendas – segue a dinâmica do seu tutor, que é pastor evangélico, espécie de empresário da fé

 

GUERRA SANTA. Flávio Dino comprou briga com deputado que tem Silas Malafaia como espécie de tutor

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) resolveu peitar o ministro do Supremo tribunal federal Flávio Dino ao recursar-se dar informações sobre emendas parlamentares.

  • Cavalcante é uma espécie de alter ego do pastor-empresário Silas Malafaia;
  • extremista de direita, ele também pé ligado ao ex-deputado Eduardo Cunha.

“Na qualidade de deputado federal e líder do Partido Liberal (PL), amparado no disposto no art. 53 da Constituição Federal, consigno que fico eximido de apresentar quaisquer explicações sobre o conteúdo da referida entrevista, concedida exclusivamente no âmbito do exercício do mandato parlamentar”, respondeu o parlamentar ao ministro.

Flávio Dino havia dado prazo para Sóstenes Cavalcante explicar a ameaça de romper acordo sobre distribuição de emendas de comissão. 

O próprio Silas Malafaia gravou vídeo em suas redes sociais dizendo ser a resposta do deputado:

“O deputado Sóstenes, que é macho, dá a resposta e diz ‘não devo satisfação”‘, afirmou o pastor. (Veja aqui)

Dino apenas lembrou que a imunidade parlamentar não abrange o que Sóstenes argumentou.

Sobre Malafaia, o ministro silenciou…

De como o COAF começou a suspeitar da movimentação de dinheiro no caso Vale

Saques milionários das contas da mineradora e depósitos vultosos em contas de advogados e seus familiares chamaram a atenção do órgão que controla atividades financeiras

 

SAQUE MILIONÁRIO. Wolmer Araújo e Arão Mendes sacaram R$ 9 milhões das contas da Vale, operação vista como suspeita pelo COAF

Análise da Notícia

Aberto em 2009, o processo dos advogados Wolmer Araújo e Arão Mendes contra a mineradora Vale – denunciado no fim de semana pela revista Piauí – só teve a primeira movimentação financeira efetiva em 2015, após idas e vindas nas várias instâncias da Justiça:

  • em 2012 a juíza da 5ª Vara Cível não viu prejuízos aos supostos pescadores e negou indenização e pensão;  
  • no recurso ao Tribunal de Justiça, a desembargadora Nelma Sarney mudou a sentença e estabeleceu a pensão;
  • estranhamente, a decisão mandava a Vale pagar R$ 5,6 milhões na conta dos advogados e não nas dos pescadores; 
  • a Vale ainda conseguiu derrubar a sentença no STJ, mas o TJ-MA mudou o processo para a Vara de Interesses Difusos;
  • em 2015, Wolmer e Arão conseguiram alvará para sacar – agora R$ 8,3 milhões e correção – e não mais R$ 5,6 milhões. 

Foi exatamente neste momento que a operação entrou no radar do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf); no dia 31 de março de 2015, Volmer Araújo e Arão Mendes foram pessoalmente a uma agencia do Banco do Brasil e sacaram, de uma só vez, R$ 9 milhões, equivalentes aos R$ 8,3 milhões mais a correção monetária.

“Aconteceram, a partir desse momento, movimentações que o Coaf considerou atípicas. Dos 9 milhões de reais, 7,1 milhões foram repassados para uma conta de Nívea Azevedo, a mulher de Wolmer. Outro milhão foi transferido para um advogado chamado Frederico de Abreu Silva Campos [Fred Campos, atual prefeito de Paço do Lumiar]. O pai de Frederico, na época, era assessor do então deputado estadual Edilázio Gomes da Silva Júnior (PSD-MA) – que, por sua vez, é genro da desembargadora Sarney Costa. Os 900 mil reais restantes foram repassados, por meio de cheques, para dois irmãos, Arnaldo e José Helias Sekeff do Lago, este último lotado no gabinete de Edilázio”, conta a revista Piauí, que trouxe o escândalo à tona. (Leia aqui a reportagem completa)

Foi a partir desta movimentação que o COAF entrou na história e passou a monitorar os envolvidos; descobriu, por exemplo, que alguns dos personagens já estavam indiciados pela Polícia Federal por envolvimento em caso parecido, contra o Banco do Nordeste do Brasil.

Os documentos foram encaminhados pelo COAF à Receita Federal e à Polícia Federal.

E devem render novas operações contra o que a PF chama de Organização Criminosa…

Desembargador Luiz Gonzaga rechaça envolvimento com venda de sentença no TJ-MA

Em Nota de Esclarecimento encaminhada a este blog Marco Aurélio d’Eça, magistrado disse que teve participação apenas pontual no caso envolvendo a mineradora Vale, revelado pela revista Piauí

 

QUEBRANDO O SILÊNCIO; Luiz Gonzaga Almeida Filho resolveu contestar envolvimento do seu nome em novo caso suspeito de venda de sentenças

O desembargador Luiz Gonzaga Almeida Filho encaminhou a este blog Marco Aurélio d’Eça Nota de Esclarecimento em que “rechaça veementemente qualquer insinuação de envolvimento com organização criminosa”; o magistrado nega envolvimento tanto no caso do Banco do Nordeste quanto no caso Vale.

“No caso específico mencionado na reportagem, tive apenas duas participações pontuais: a primeira, quando respondia pela 5ª Vara Cível de São Luís, limitando-me a cumprir decisão do próprio Tribunal de Justiça do Maranhão, no âmbito do cumprimento de sentença; a segunda, já como desembargador, compus quórum em julgamento colegiado, tendo apenas acompanhado o relator do recurso”, explicou Luiz Gonzaga.

  • reportagem da revista Piauí mostrou que os mesmos personagens que atuaram no caso BNB também atuaram no caso Vale;
  • a matéria revela que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) começou a investigar movimentações no caso Vale.

A matéria da revista Piauí foi comentada por este blog Marco Aurélio d’Eça e reproduzida via link no post “De novo a quadrilha de venda de sentenças no TJ-MA…”; o termo “quadrilha” é um sinônimo de “Organização Criminosa”, utilizada pela Polícia Federal para classificar o grupo que agiu no Caso BNB. (Relembre aqui)

Como ele mesmo confirma em sua nota, Luiz Gonzaga é citado em duas situações pela revista Piauí:

  • na primeira, a revista revela que ele, ainda na condição de juiz, acatou um pedido incomum dos advogados Volmer Araújo e Arão Mendes e determinou que os dois – e não os pescadores supostamente vítimas – recebessem dinheiro de indenizações da Vale; (Leia a íntegra aqui)
  • na segunda citação, a Piauí diz que Luiz Gonzaga, já na condição de desembargador, acompanhou o colega Guerreiro Júnior em votação para impedir que o caso Vale fosse investigado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

“Assim como no caso anterior, objeto de investigação pela Polícia Federal – que sequer identificou qualquer atuação minha com o intuito de prejudicar o Banco do Nordeste – todas as minhas decisões observaram rigorosamente a legalidade e os limites do cargo, sem qualquer benefício pessoal. Reitero, igualmente, que nunca recebi quaisquer valores pelos beneficiários de recursos dessas empresas”, garante Luiz Gonzaga Almeida Filho.

O desembargador explica que preferiu o silêncio, “mesmo diante de medidas extremas” contra si, mas que não podia ficar calado “diante de insistente tentativa de exposição” indevida de sua imagem.

Abaixo, a íntegra da nota de esclarecimento assinada pelo desembargador:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A respeito da matéria publicada pela revista Piauí, que começou a circular nesta sexta-feira, 04 de abril, e pelo jornalista Marco Aurélio D’Eça, venho a público esclarecer e rechaçar veementemente qualquer insinuação de meu envolvimento com organização criminosa ou com suposta venda de sentenças, seja no caso que envolve o Banco do Nordeste, seja no processo judicial em que figura a mineradora Vale.

No caso específico mencionado na reportagem, tive apenas duas participações pontuais: a primeira, quando respondia pela 5ª Vara Cível de São Luís, limitando-me a cumprir decisão do próprio Tribunal de Justiça do Maranhão, no âmbito do cumprimento de sentença; a segunda, já como desembargador, compus quórum em julgamento colegiado, tendo apenas acompanhado o relator do recurso.

Assim como no caso anterior, objeto de investigação pela Polícia Federal – que sequer identificou qualquer atuação minha com o intuito de prejudicar o Banco do Nordeste – todas as minhas decisões observaram rigorosamente a legalidade e os limites do cargo, sem qualquer benefício pessoal. Reitero, igualmente, que nunca recebi quaisquer valores pelos beneficiários de recursos dessas empresas.

Mesmo diante de medidas extremas, como meu afastamento das funções, e de ataques públicos que antecipam julgamento, optei por manter o silêncio, por respeito às instituições e à própria investigação.

No entanto, diante da insistente tentativa de exposição indevida da minha imagem, considero necessário reafirmar:
“Sigo firme no propósito de provar que não participo e nunca participei de qualquer organização criminosa. Sou magistrado há 44 anos, sempre abnegado e compromissado com um cargo que tanto lutei para exercer com dignidade, respeito e discrição.”

Confio que o tempo e a verdade se encarregarão de colocar cada fato em seu devido lugar, restabelecendo minha honra e demonstrando a correção das minhas condutas ao longo de toda a minha trajetória na magistratura.

São Luís (MA), 07 de abril de 2025.
Desembargador Luiz Gonzaga Almeida Filho

De novo a quadrilha de venda de sentenças do TJ-MA…

Reportagem revela o estranho caso que já gerou prejuízos de R$ 20 milhões à mineradora Vale envolvendo os mesmos personagens do escândalo de R$ 17 milhões do BNB

 

ELES DE NOVO!!!. Indiciados no escândalo do BNB, Nelma Sarney, Guerreiro Júnior e Luiz Gonzaga aparecem no caso envolvendo a Vale

A revista Piauí traz em sua edição que começou a circular nesta sexta-feira, 20, um caso judicial que tramita no Tribunal de Justiça do Maranhão com os mesmos “sintomas” de venda de sentenças já comprovados na Operação 18 Minutos da Polícia Federal.

  • a mineradora Vale afirma que seu prejuízo, desde 2009, supera R$ 20 milhões;
  • o processo envolve os mesmos juízes, desembargadores e advogados do caso BNB.

“Há mais de quinze anos, a Vale enfrenta um périplo judicial no Maranhão. Um processo com tantos vaivéns, coincidências improváveis e transações incomuns que já custou à empresa mais de R$ 20 milhões, segundo a estimativa de seus advogados. Agora, o caso tem se mostrado mais ruidoso do que parecia inicialmente: entrou no radar do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O órgão, vinculado ao Banco Central, constatou saques milionários e transações suspeitas entre os advogados que processaram a mineradora”, diz a abertura da matéria da Piauí (Leia a íntegra aqui)

O caso Vale envolve os desembargadores Nelma Sarney, Antonio Guerreiro Júnior, Luiz Gonzaga de Almeida, o advogado Helias Sekeff e os políticos Edilázio Júnior e Fred Campos; e traz novos personagens, como o suplente de deputado federal Volmer Araújo, sua esposa, Nívea Azevedo, e seu sócio Arão Mendes de Melo.

  • tudo começou em 2009, com um processo movido contra a Vale por Volmer Araújo e Arão Mendes;
  • eles pediam indenização por suposta obra irregular a um suposto grupo de 110 pescadores;
  • arrancaram R$ 9 milhões iniciais da Vale, mas o dinheiro nunca chegou aos pescadores.

No total, depois de diversas idas e vindas, saques e devoluções, recursos ao TJ-MA e ao Superior Tribunal de Justiça, a Vale diz já ter gasto com o caso mais de R$ 20 milhões, entre saques diretos e pagamento de pensões durante o período do processo. 

Este blog Marco Aurélio d’Eça publicou em fevereiro uma série de reportagem mostrando quem é quem no escândalo do BNB, que arrancou R$ 18 milhões, distribuídos entre contas dos desembargadores, juízes e advogados. (Relembre aqui, aqui, aqui e aqui)

Agora no radar do COAF o novo escândalo também pode chegar à Federal…

De como Josimar enrolou-se na teia da ação que o fez virar réu no STF….

Em seu primeiro ano na Câmara Federal, a partir de 2019, deputado passou a controlar emenda de outros colegas maranhenses, o que chamou atenção da mídia e serviu de base para a investigação da Polícia Federal

 

CAIXAS DE DINHEIRO. Josimar em uma das operações da Polícia Federal, que mostra o parlamentar conferindo dinheiro vivo

O deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL) apresentou esta semana ao Supremo Tribunal Federal a sua peça de defesa no processo em que é réu por desvio e venda de emendas parlamentares; sua tentativa de livrar-se da condenação tem duas premissas básicas:

  • 1 : ele alega que a Procuradoria-Geral da República não provou que a emenda usada em São José de Ribamar lhe pertencia;
  • 2: a PGR não mostrou na denúncia o momento em que ele propôs ao então prefeito Eudes Sampaio a propina de R$ 1,6 milhão.

“Para se afirmar que alguma das emendas parlamentares – que, de acordo com a PGR, teriam sido propostas em troca do pagamento de vantagem indevida – seria de autoria do embargante, deveria ter sido apresentado algum documento que demonstrasse tal autoria, o que jamais foi trazido aos autos”, diz a defesa do deputado.

A história de Josimar Maranhãozinho com as emendas parlamentares remonta a 2019, seu primeiro ano na Câmara como deputado federal.

Em fevereiro de 2020, este blog Marco Aurélio d’Eça traz a primeira postagem: “venda de emendas parlamentares pode virar escândalo nacional…”; em junho de 2020, este blog Marco Aurélio d’Eça traz outro post: “Josimar Maranhãozinho ganha fama de papão de emendas…”,  

No final daquele ano de 2020, o texto-chave para entender a relação de Josimar com as emendas parlamentares é publicado por este blog Marco Aurélio d’Eça, no post “Josimar controla emendas de três deputados maranhenses”.

  • na época, a Polícia Federal havia ido bater na Prefeitura de São José de Ribamar, do prefeito Eudes Sampaio;
  • segundo a denúncia, Josimar compra emendas do pastor Gildenemyr, de Marreca Filho e de Júnior Lourenço;
  • além de controlar o PL, ele também tinha poder sobre o Patriotas e o Avante, partidos desses deputados federais.

“A prisão na semana passada do agiota Josival Cavalcante, o Pacovan – em uma operação da Polícia Federal envolvendo o prefeito de Ribamar, Eudes Sampaio (PTB) – foi um alerta a um grupo de deputados federais maranhenses que seguem as ordens do colega Josimar de Maranhãozinho (PL)”, dizia o texto da época.

A importância da cronologia foi tamanha para a PGR que em seu relatório final, de outubro de 2021, a Polícia Federal usou informações deste blog Marco Aurélio d’Eça, como foi mostrado no post “Denúncias deste blog embasam relatório contra Josimar Maranhãozinho…”.

A partir deste relatório, a Procuradoria-Geral da República montou sua denúncia, após ouvir também o prefeito Eudes Sampaio, que confirmou as negociações com Josimar e seu grupo.

E o resultado foi a decisão unânime do STF, tornando o deputado e seu fantoche político Pastor Gildenemyr (PL) réus por corrupção.

O que pode levá-los a 20 anos de cadeia…

Nova decisão do STF torna inútil eventual renúncia de Josimar e Pastor Gil

Mesmo que os deputados maranhenses decidam abrir mão dos mandatos na Câmara Federal, o foro para julgá-los por corrupção na venda de emendas continuará sendo a Corte Suprema

 

NADA MUDA COM RENÚNCIA. Pastor Gil e Josimar Maranhãozinho vão ter que esperar até a decisão final do STF

Análise da notícia

Na noite do sábado, 8, o titular deste blog Marco Aurélio d’Eça recebeu uma ligação do interior maranhense sugerindo apurar a seguinte questão: “os deputados maranhenses Josimar Maranhãozinho e Pastor Gildenemyr (ambos do PL) estariam se preparando para renunciar aos mandatos”.

Dede então, este blog conversou com diversos advogados e lideranças políticas – aliadas e adversárias dos dois parlamentares – por que a eventual renuncia teria dois efeitos imediatos:

  • 1 – Renunciando, tanto Josimar quanto pastor Gil preservariam seus direitos políticos nas eleições de 2026;
  • 2 – ao renunciar, a ação contra eles no Supremo Tribunal Federal seria rebaixada para a primeira instância.

Mas esta situação mudou exatamente nesta terça-feira, 11, com a nova decisão do STF, de manter a prerrogativa de foro mesmo quando deputados, senadores ou outros ocupantes de cargos públicos percam ou renunciem a eles. (Entenda aqui)

“Em qualquer hipótese de foro por prerrogativa de função, não haverá alteração de competência com a investidura em outro cargo público ou sua perda, prevalecendo o foro cabível no momento da instauração da investigação”, defendeu o ministro Flávio Dino ao votar pela nova interpretação do Supremo, em julgamento nesta tarde.

Dino já havia votado, também hoje, para tornar Josimar e Pastor Gil réus no processo que investiga a venda de emendas parlamentares, garantindo a unanimidade da Primeira Turma do STF.

  • Na prática, o que decidiu o STF?!?

Mesmo que Josimar e Pastor Gil decidam renunciar, eles continuarão  a responder ao processo no Supremo Tribunal Federal e não em uma vara da Justiça Federal no Maranhão.

A renúncia dos dois deputados tornou-se, portanto, inútil neste momento…

Josimar e Pastor Gil agora são réus em processo de corrupção no STF…

Voto da ministra Carmem Lúcia formou a maioria para abrir processo contra os dois deputados federais maranhenses, que deve resultar na cassação dos mandatos e em 20 anos de cadeia

 

PRIMEIROS RÉUS DAS EMENDAS. Josimar e Pastor Gil vão responder por corrupção, podem perder o mandato e passar até 20 anos na cadeia

A ministra Carmem Lúcia votou na tarde deste sábado, 8, pela aceitação do processo por corrupção contra os deputados federais Josimar Maranhãozinho e Pastor Gil (ambos do PL); com o voto da ministra, o STF forma maioria para tornar os dois parlamentares maranhenses – mais o suplente Bosco Costa (SE) – réus por venda de emendas.

  • Josimar e Pastor Gil são acusados de desviar R$ 1,6 milhão em emendas parlamentares;
  • caso condenados no STF, eles perdem o mandato e cumprirão ao menos 20 anos de cadeia.

Os dois deputados maranhense do PL são os primeiros parlamentares a tornarem-se réus no caso envolvendo venda de emendas parlamentares; existem outras diversas denúncias, que podem levar à condenação de diversos outros deputados e senadores.

No caso de Josimar e Pastor Gil ainda faltam votar os ministros Luiz Fux e Flávio Dino…

Más notícias sobre o TJ-MA envergonham o Maranhão…

Não bastasse a corrupção pura e simples de desembargadores já afastados – que deram prejuízo aos cofres públicos  de R$ 50 milhões, segundo o MPF – comando do tribunal parece não entender o momento e anuncia gasto milionário com celulares de última geração

 

UM JUDICIÁRIO DE CABVEÇA BAIXA. Para o cidadão comum,. com tanta notícia de corrupção no Judiciário, ele perde a referência

Editorial

O Tribunal de Justiça do Maranhão não cansa de gerar notícia negativa.

No mesmo dia em que anuncia a compra milionária de celulares de última geração para os desembargadores, a imprensa traz a informação de que, refeito o cálculo, o rombo da corrupção envolvendo desembargadores e juízes chega a R$ 50 milhões na “Operação 18 Minutos”. (Leia aqui)

E as notícias negativas não param de chegar:

“A pedido da Associação de Magistrados, presidente do tribunal determinou cálculos para ‘recompor o patrimônio dos magistrados lesados”, por “cumulativo de jurisdição, funções administrativas ou acúmulo de acervo processual’, que poderiam ser compensados com simples folgas”, diz o texto deste blog.

Mas não é de hoje que o judiciário do Maranhão envergonha o cidadão maranhense.

Entre janeiro e dezembro de 2024, este blog Marco Aurélio d’Eça publicou nada menos que oito matérias falando de corrupção no Judiciário maranhense em diversos níveis. (Leia aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui)

Um dos clássicos deste blog Marco Aurélio d’Eça é o post publicado pela primeira vez em 2014, com o título “A mãe de todas as corrupções é a corrupção no Judiciário…”.

Os magistrados de maneira geral parecem se ver como deuses, acima de qualquer cidadão e imune às normas que regem a sociedade.

Pelo volume de coisas do TJ-MA, os magistrados maranhenses parecem se ver acima dos deuses…

Ministro volta atrás e mantém retidos bens de envolvidos na máfia do TJ-MA

João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça, viu risco de perda de provas com a devolução de aparelhos celulares, computadores e tablets apreendidos pela Polícia Federal na Operação 18 Minutos

 

PARTE DOS BENS APREENDIOS NA “18 MINUTOS”. Celulares, computadores, tablets e pendrive’s permanecem sob perícia da Polícia Federal

O ministro do Superior Tribunal de Justiça João Otávio de Noronha recuou em sua decisão e determinou a manutenção da custódia de aparelhos celulares, computadores, tablets e outros dispositivos eletrônicos aprendidos pela Polícia Federal na Operação 18 Minutos, que desbaratou quadrilha de venda de sentenças no Tribunal de Justiça do Maranhão.

A informação foi dada em primeira mão pelo site Direito e Ordem, nesta quinta-feira, 6.

A operação “18 Minutos” – que envolve desembargadores, juízes, advogados e políticos maranhenses – foi tema de série de postagens deste blog Marco Aurélio d’Eça. (Relembre aqui, aqui, aqui, aqui e aqui)

  • João Otávio de Noronha entendeu que a devolução dos bens prejudicaria a coleta de provas na investigação;
  • ele acatou pedido do Ministério Público Federal, sob argumento de que alguns itens não haviam sido periciados

“A produção probatória deve ser resguardada e a restituição de bens essenciais para a continuidade das investigações poderia comprometer a instrução processual. Assim, impõe-se a necessária cautela para evitar qualquer prejuízo à coleta da prova”, despachou o ministro. (Veja a íntegra da decisão aqui)

O ministro manteve a decisão de devolução de bens como joias, relógios e veículos de alguns dos envolvidos.

“Talentos do Reggae”: envolvidos ignoram cobrança do Ministério Público

Prazo para que a Secretaria de Cultura e o Instituto Solis dissessem à promotora Adélia Maria Morais como usaram os supostos recursos de emenda parlamentar do deputado Allan Garcês terminou sem manifestação de nenhum deles

 

PROMOTORIA IGNORADA. Recorte da manifestação do Ministério Público cobrando explicações sobre os recursos do projeto “Talentos do Reggae”

Terminou sem manifestação de nenhum dos envolvidos o prazo dado pela promotora da Probidade Administrativa e Patrimônio Público, Adélia Maria Souza Rodrigues Morais, para que os envolvidos na denúncia contra o evento “Talentos do Reggae” dessem explicações ao Ministério Público.

  • o evento “Talentos do Reggae – que usou emenda parlamentar do deputado federal Allan Garcês (PP) – foi denunciado por não pagar atrações e premiações prometidas;
  • foram notificados para dar explicações à promotora da Probidade tanto a Secretaria de Estado da Cultura quanto o Instituto Solidariedade e Inclusão Social.

PRA ONDE FOI TODO MUNDO?!? Última postagem do perfil “Talentos do Reggae” no instagram, em julho de 2024; desde então, ninguém mais falou

O ofício assinado pela promotora é do dia 16 de janeiro, com prazo de 10 dias úteis, o que obrigaria os dois notificados a se manifestar até o dia 26 de janeiro; mas, mesmo levando em consideração os fins de semana e feriados, o prazo terminaria, no mais tarde, em 7 de fevereiro.

“Meu prazo é amanhã, mais se o senhor quiser vim aqui na Sede Administrativa do Instituto Solis podemos marcar logo após os esclarecimentos que estamos fazendo ao MP”, declarou, em diálogo com este blog Marco Aurélio d’Eça, o presidente do Instituto Solis, Wellington Mendes, no dia 19 de fevereiro – ou seja, 12 dias depois do prazo final. (Leia a íntegra aqui)

Ainda assim, este blog aguardou cópias das explicações que deveriam ser dadas ao Ministério Público, o que nunca ocorreu, passados exatos oito dias; também não consta nenhum protocolo no Ministério Público.

Nem dele, nem da Secretaria de Cultura…